sexta-feira, 18 de agosto de 2023

O tempo.

Para! Gritei ao tempo com voz rouca, amarga...
E ele, o tempo, riu-se às gargalhadas, irônico
Me olhou de cima abaixo e me mandou calar
Ainda disse: Sou o tempo! Mando e sei esperar

Quem mais que eu para saber dessa tua vida?
Sei até quantas vezes tu, escondido, choraste,
Sei os nomes que gritavas em desesperado silêncio
Sei até as orações que, em agonia muda, tu rezaste

Como ousas a mim, mandar parar? Afronta-me?
Bem sabes que eu também te enxugava o pranto
Sou eu que ainda põe em tua alma algum encanto.

Te conheço desde muito e sempre estive atento
Te ensinei amar, sentir saudade, até mesmo viver
E lembra-te, passo em te como quiser, e nada podes fazer

José João
18/08/2.023

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