quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Que o pranto escreva a poesia

Ao longe, notas musicais, como fossem lágrimas
Dançam com a brisa e se fazem apenas melancolia
E vão, as duas  juntas, abraçadas, contando histórias
Como fossem ladainhas, mas são só pecados e heresias

E a poesia, distante e fria, ouve os acordes tão tristes
Que se recusa ser poesia... pede que os olhos escrevam,
Mesmo vazios e distantes, escrevam com o próprio pranto
Até saudades que já foram belas, agora sem nenhum encanto

As palavras envelheceram, como velhos e perdidos trapos
Os versos ficaram angustiados como se  tivessem vida. 
As rimas!! Essas se fizeram cicatrizes na alma perdida

Assim ficaram, alma, saudade e tristeza, na mesma poesia
Que mais parecia um cantar solto indo a lugar nenhum
Um canto sussurrado, reticente... sem nenhuma harmonia

José João
09/08/2.023

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