Com algumas jovens e vaidosas rugas de ontem
Que ouvem as tantas histórias das mais antigas
Que se fizeram confidentes mudas por tão amigas.
Os olhos... hoje já cansados, se espantam ao vê-las
E me dizem, olhando o tempo, ser testemunhas delas
Quando se desenham como histórias em meu rosto
Numa escrita indecifrável que escrevem a seu gosto
Quantas vezes foram acariciadas por tristes prantos
Que vinham desde a alma chorando doídas perdas...
Minhas velhas rugas com os olhos também choravam
E piedosas, meu rosto triste, ternamente acariciavam
Criadas outro dia... nem as tinha, nem delas precisava
Pra quê? Escrevia minha história de vida ao meu prazer.
Criava sonhos, brincava de parar o tempo. Parar o tempo!!!
Hoje, não fossem minhas rugas o rosto não teria o que dizer
Cada uma delas é uma história, as vezes até uma saudade...
No espelho, elas me lembram coisas que não esqueci,
Meus olhos, mesmo cansados, brincam de passear por elas,
Rimos, a nostalgia toma conta de mim ao contarem o que vivi.
José João
20/02/2.023
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