segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Apenas eu amava!

Fico inventando amores que, agora sei, não vivi, 
Fico fazendo poesias que nas entrelinhas não sei
Se sou eu ou meu estranho mundo de fantasias,
De fingidas e descabidas fotografias, de pedaços
De sonhos, que até talvez tenha sonhado, na ilusão
De uma existência, que se fez ao tempo, inúteis
Romarias da alma a mundos ilusórios onde palavras
Vazias, ditas por apenas serem ditas, enfeitavam
Momentos, como se fossem verdades as tanas ilusões
Que nunca foram além disso, de ilusões. Agora...
Tão doloridas como impiedosos açoites da solidão
Que aprendi sentir ao saber-me vazio de mim...
Por não serem verdades... as "verdades" que ouvia!
Aos quantos...eu te amo! Que ouvia como canção,
Num embalar a alma que se enchia de sabores
Como se cada um fosse uma florida primavera 
A embalar-me a vida, os sonhos e os amanhãs?
Mas...quantos!? Quantos... eu te amo já ouvi
Com alma aberta num solene entregar-se toda?
Hoje, percebo tão triste quanto sozinho...
Que a cada um eu te amo dito a mim...era eu...
Apenas eu que amava!

José João
20/02/2.017


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