quarta-feira, 20 de abril de 2016

Outonos e primaveras

O adeus pra mim é como se fosse um outono...
Me poda os sentidos, derruba, como fossem folhas,
Minhas ilusões, sentimentos, sonhos, me deixa
A alma, coitada, nua, sem beleza, em vazia existência
Mas um outro amor, se me vem, pra mim se faz primavera,
Como fossem pétalas luzidias, brilhando ao sol,
Desperta e enfeita, minhas ilusões, sentimentos,
Sonhos. Me deixa a alma viva alegre, vestida de noiva,
Cheia de outros desejos, sorrisos como fossem botões
De jasmins a se abrirem num cio divino de luz.
Sou as duas estações, o outono (o adeus) me prepara
Para que a primavera (o amor que vem) me enfeite,
Me encha de vida, me faça luzir entre os sonhos
Novos, me preencha todos o vazios de beleza,
(Me faça reviver mesmo com cicatrizes expostas)
Uma entrega constante de um sentimento único.
Pena que quase sempre vem a chuva em tempestade
Me arranca violentamente as doces e frágeis pétalas,
Me verga ao peso do mundo, me dobra os joelhos,
Me molha em lágrimas que se misturam com a chuva
E se vão ao tempo regando jardins de flores
Que nem são minhas, mas sempre virão outonos
E primaveras

José João
20/04/2.016

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