sábado, 2 de junho de 2012
Pesadelo
Ah! Quanto pesado me deixou a solidão!
Tão pesado que meus pés marcam as pedras
Por onde passo.
Caminho, e meus rastros se pintam de lágrimas,
De sonhos e saudades. Rastros infindos,
Embora, por vezes, descontínuos,
Quando uma convulsão dolorosa de meus soluços
Me fizerem sentar e chorar na beira da estrada,
Quando meu olhar, embaçado pela dor,
Não me permitir ver o horizonte,
Que mesmo sem saber onde vai, me propus seguir.
Meus pés sangram, latejam, doem,
Mas por ser maior a dor que me raga o peito,
Vou, sempre arfando no desejo de gritar
Mas meu silêncio me cala. Não tenho o que dizer,
Assim choro. Chorar, pra mim, nessa hora
É ouvir de mim mesmo. Vai.
Já não sinto o corpo, a solidão é tanta
E tão densa em mim, que tomou minha própria forma,
Acho, que até mesmo meu nome...
Continuo seguindo, é forte minha esperança
De no fim dessa estrada encontrar alguém
Que possa me lembrar quem sou e... com um toque
...De coração, me despertar desse pesadelo
E dizer que essa estrada era apenas... minha tristeza
Que já passou.
José João
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