Todo irrequieto, buscava o gorjeio mais suave
As vezes me olhava nos olhos, olhar tão triste!
Até difícil de acreditar que olhar assim existe
Toda manhã, ainda o orvalho a se fazer carícia
Sua plumagem se assentava no corpo pequeno
Dava trinados como fossem soluços doloridos
Mas sempre a mostrar-se, embora triste, sereno
Depois, nunca mais vi meu pequeno rouxinol
Foi, como se ali não lhe coubesse mais chorar
Senti saudade ... mas ele me ensinou a cantar
Não com seus trinados, com seu doce gorjear
Mas a cantar na poesia, com palavras soltas,
Com rimas mudas, que só a alma sabe falar
José João
27/08/2.024
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