Estou tão vazio de mim que até a poesia
Se esconde onde nem meus sonhos podem busca-la.
Ficam arredias, fogem, me deixam só, sem razão,
Sem vontade, e nesse desesperado silêncio,
Que o vazio de mim impõe á minha alma, me perco.
Silenciosas lágrimas fazem meus olhos brilharem,
Sussurros moribundos num reticente nada dizer
Insistem em vã tentativa de, coitados, se fazerem voz.
Olho em volta procuro por veredas, caminhos
Que me levem ao horizonte, lá, bem distante,
Onde quem sabe, uma poesia esperando por mim
Esteja pronta para me fazer gritar nos versos
E nas entrelinhas, mesmo em rimas soltas e tortas
Que uma poesia se fez minha, poesias são como anjos,
Volteiam por aí até encontrarem seu poeta e a ele
Se entregam toda, cativas, falando de saudades,
De tristezas, mas hoje nenhuma poesia
Quis ser minha. Hoje só me foi permitido chorar...
José João
02/08/2.017
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