segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Não sei qual dor maior

A mim não sei ainda se me importa os caminhos
Que percorri, as dores que senti, as lágrimas...
Os tantos prantos chorados nas ruas, nas noites,
Na minha demência de caminhar sem ser ninguém
No vazio do tempo, em turvas imagens cheias
De nada. Me perdi. Perdi sonhos e esperanças.
Tropecei em meus próprios pedaços caídos no chão,
Não esse chão que se pisa, esse é fácil cair e levantar
Mas um chão onde só a alma se deita em flagelos.
Minha sombra vagava com passos perdidos,
Minha voz se perdeu em reticências, em silêncios
Que quase perenes tomavam conta de mim...
O agora!? Também não sei se ainda me importa!
Sonhos novos nascem moribundos, quase mortos,
A esperança se perde nas amarelas folhas da ilusão
Onde os amanhãs se mesclam de dores e duvidas,
Onde a saudade se faz mais forte por ser saudade...
Do que nunca vivi. Não sei qual angustia maior.
Se das dores que já senti...ou essa que sinto agora,
De sentir o perfume e ... não ver a flor.

José João
26/09/2.016



Um comentário:

  1. " De sentir o perfume e não ver a flor!! Escrito por mãos de deuses, João!! Cada curva, cada queda, cada esbarrão despenhadeiro abaixo, pode trazer risos no final, fragrancias novas, de pureza e verdade. Cada reticencia pode abrir um Universo de mundo novos!! E o perfume que exala da flor? Vem das mãos do poeta que tirou um a um os espinhos do esquecimento. Bjs nessa sua alma linda!!!

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