Um dia, espantaram meu silêncio e a mim perguntaram:
"Solidão...saudades e lágrimas...que seria dos poetas sem elas?"
Seriam os mesmos poetas, se fariam pedaços vivos
Da mais bela natureza, do mar, das escuras tempestades,
Se vestiria com pedaços delas e ninguém o encontraria,
Sentiria então o gosto da infinitude de ser dono do nada,
E, sozinho, seria levado a portos distantes sem ser
Esperado por ninguém, e sem abraços de chegada.
Alguém um dia então diria: Isto é solidão.
Se faria brisa a voar sempre, levando sementes
Como se fossem poesias, perfumes de flores
Como se fossem histórias, sairia contando ao mundo,
Em terno esvoaçar, as carícias que fez, beijos que deu,
Mas sempre indo sem voltar nunca, (como é a brisa)
E um dia lembraria de uma flor a quem deu
Um afago mais carinhoso, mais terno, se sentira estranho
E um dia chamariam isso de ...saudade.
Vontade de chorar.. mas onde estariam as lágrimas
Para chorar essa falta? Essa dor que nem sempre é dor?
Faria-se chuva a elevar-se ao espaço, em pintar-se
De arco-íris, molhando as flores que a brisa deixou,
Regaria carinhosamente as sementes, e flores.
E cairia em outros jardins, beijaria outras pétalas,
Contaria suas recordações e histórias, e outra vez
Se faria chuva (como fossem prantos) do poeta.
José João
c/ participação especial de:
Goretti Freire.
19/05/2.015
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