terça-feira, 3 de outubro de 2023

Esperem... Deus está vendo.


               Os jardins estão sendo sufocados, flores morrendo
Até o arco-íris não enfeita mais o céu, se esconde
Os pássaros, parecem mais tristes, quase não cantam
Quase escondem o sol e ninguém a isso responde

Desde muito as primaveras não pintam mais as flores,
Ficaram tristes, com flores sem brilho, sem alegria
O por do sol se perde em cinzas que voam soltas
A brisa não volteia mais alegre, parece levando dores

Os homens nem percebem, tão ocupados que estão
Até a poesia se perde em corações vazios, frios, duros
Como se fosse agora apenas palavras soltas e sem alma
Os gritos se fazem ouvir, até o tempo perdeu a calma

Se veste de furacões, desses que sem pena vão indo
Amassando os lírios, as violetas, orquídeas e  jasmins
O mar se enfurece, como se precisasse lavar o mundo
E furioso vai, não respeita mais nem os pobres jardins

E os homens, alheios a tudo, só não às suas vontades
Vão enfurecendo mais e mais a natureza que se cala
Não por medo, apenas espera que o homem se faça gente
Que desperte, olhe o mundo, e não seja tão demente

Mas o homem!! Esse não se importa, é muita ambição
Alguns até com a pretensão de serem maior que Deus
Tão pretensiosos que ousam querer ditar os amanhãs
Como se os dias fossem meros brinquedos, todos seus

Pobres e à toas homens perdidos em suas toscas vaidades,
Inquilinos de um grão de areia que voa solto no espaço
E gritam que o universo é só deles, que está em suas mãos
Quando a ira de Deus lhes tomar a alma, nem areia serão.

José João
03/10/2.023

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