quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

As duas faces da minha solidão

As vezes eu tenho medo da solidão e corro...
E chegando a lugar nenhum, lá está ela, braços abertos,
Alguma coisa de ternura em seu silêncio, e meu medo
Fica incoerente. Vou lá dentro de mim, ela permite,
Trago sonhos, viajo nas asas do tempo me levando
A momentos vividos, como se o passado fosse
Um lugar de onde vim trazendo saudades do que vivi,
E, o hoje, se faz um lugar cheio de dores e de medos.
Ela, a solidão, me ensinou a me ouvir, a me dizer
Verdades de mim mesmo sem medo de chorar...
E se choro, e se soluço minhas palavras mudas,
E se me entrego ao pranto, ela guarda segredo...
Não deixa que me achem ridículo e chora comigo.
Mas as vezes ela dói tanto! Chega a machucar
A alma da gente! tanto que os olhos se cansam
De chorar, se cansam de olhar, se cansam de gritar,
E a alma, que sem isso não é alma, se perde, e ...
Perdida, dentro da dor que sente, sem que os olhos
Por ela chorem... se entrega a dizer blasfêmias
Que não cabem nos versos que ela escreve sozinha.

José João
18/01/2.018

Nenhum comentário:

Postar um comentário