terça-feira, 15 de julho de 2014

Um copiador de versos

...Me chamam poeta, dizem que sou poeta. Pobre de mim...
Eu? Poeta?! Rio-me as gargalhadas quando dizem.
As vezes chego a chorar de rir...Como posso ser poeta
Se não invento poesias? Se não conto histórias
Que nem aconteceram? Como posso ser poeta
Se conto apenas minhas verdades, exploro minhas lágrimas,
Choro rindo a dor que sinto, por medo de chorar chorando!
Eu? Poeta?! Não sei nem mentir nos versos...
As vezes finjo ser minha a dor que sinto...e choro sorrindo
Porque para chorar a minha dor não teria lágrimas.
Mas queria ser poeta, falar de lágrimas que não chorei,
De adeus que eu não disse, que foi alguém que viveu.
Como posso ser poeta se apenas conto minha história?
Desnudo sem pudor os meus momentos...
E apenas copio de minha alma o que ela sente?
Poeta imagina, cria, busca, inventa dores que nem existem,
Inventa sonhos, inventa até adeus para ter 
O prazer de chorar. Eu! Eu conto os adeus que ouvi,
As dores que ficaram. Sou um copiador de versos...
Copiador das dores que minha  alma sente.


José João
15/07/2.014

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