Madrugada, frio, chuva fina, preguiçosa, cai em suspiros
Como se o tempo estivesse com preguiça de chorar,
Ou como se lhe faltasse lágrimas, como se fossem
As últimas da noite. O silêncio insistia em querer ficar,
Mas os pingos da chuva, como lágrimas carentes
Da noite, caiam com um som abafado sobre a rua
Que já levava as minhas, que saiam aos cântaros,
Sem preguiça nem cerimônia, alucinadas chorando minha dor
E levando meus mais doces sentimentos a se afogarem
Na chuva do tempo e de lágrimas que em oceanos se faziam
Cheias do vazio de mim, sem nem mais sonhos para sonhar.
Da janela, via a noite chorosa, chorando comigo
Ao som do pulsar de um coração que embriagado de solidão
Balbuciava um nome que não sabia esquecer, que ficou
Preso na alma como cicatriz aberta para que a dor
Faça lembrar sempre que um dia um amor maior que tudo
Existiu e antes de se fazer vivo se fez saudade.
A noite lentamente ia indo embora, cabisbaixa e triste,
O dia vestiu um manto cinzento, escondeu o sol,
E a solidão, a angustiante solidão, continuou a mesma
Como se pra ela, o tempo pra mim não existisse.
José João
20/02/2.014
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Boa tarde,
ResponderExcluirPor vezes sentimo-nos cheias de vazio dentro de nós que depois temos que saber ultrapassar para que as mesmas desapareçam.
como sempre o é, o poema é magnifico.
Abraço
ag