...Cantei cantos divinos vivendo momentos infinitos,
Fui abraçado com ternura como se eu fosse único
Beijei lábios sedosos, ávidos, sedentos dos meus,
Me entreguei como se tudo fosse só aquilo que eu vivia,
Vivia meus sonhos como se verdadeiros, reais, vivos
Repletos das mais belas e mais doces palavras e promessas.
Mas quantas vezes enganei, e até enganei a mim mesmo,
Falando palavras vazias, com olhares vagos e fingidos!
Brinquei, muitas vezes, ao dizer: Te amo.
Me fiz escravo da vaidade de me sentir amado,
E aprendi a falar coisas que o tempo, fácil, apagaria.
Esse mesmo tempo, que antes calado, agora grita,
Grita dentro de mim com um silêncio tão eloquente
Que me deixa perdido no tempo com dolorosas lembranças
Do que fui. E agora, agora sou apenas um nada,
Quando muito um pequeno poeta triste que escreve
Nos versos sem rimas suas tristezas e seus remorsos.
Todas as dores que fiz sentir, hoje, sem clemência,
O destino, a vida , não sei, faz que cheguem e fiquem
Dentro de mim. Agora não sou mais eu que brinco,
Acho que meu passado me fez hoje um simples pedinte,
De migalhas, de restos de olhares que não dizem nada.
Hoje, triste, aprendi a pedir com a alma, a quem nem sei o nome
Olhos fitos no chão, talvez pela tanta vergonha do pedir.
Mas peço: Amam-me...por favor. Recebo um olhar de piedade...
E me lembro dos olhares fingidos que dei. Doeram na alma
Agora eu sei.
José João
14/07/2.013
A vida é um constante ir e vir, dar e receber...o importante é que sempre é possível mudar a escrita da vida. Um abraço!
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