A brisa docemente me caricia o rosto, com carinho de mãe
Que sente a dor do filho, de sua alma, e chora com ele.
E me deixo ficar como criança carente, silenciosa e triste.
No jardim, bem em minha frente, perfumado, colorido,
Onde o movimento da vida se faz completo e perfeito,
Os rouxinóis, os bem-te-vis, em infantil algazarra, voam,
Se beijam, batem alegremente as asas saudando o dia,
Cantam alegremente uma desencontrada mas perfeita sinfonia,
As notas musicais se perdem alegres e soltas, sem palavras
Que possam traduzir a beleza do canto, e a alegria do momento,
Só não um sabiá, que sozinho, escondido num roseiral,
Canta triste, destoando de tudo que se ouve ou vê
- menos de mim - Um gorjeio triste, cheio de lágrimas,
Em cada pausa do canto, talvez um doloroso soluço,
Quem sabe esteja chorando uma perda, uma saudade!
Lá, bem longe, num colorido e melancólico horizonte,
Lá onde os olhares sonhadores dos amantes se perdem,
Em sonhos, em desejos, até em saudades de amores distantes,
Onde o silêncio se faz canção gritando dentro da alma,
Orações que não fazem milagres, só deixam esperanças vazias
Como ilusões que a vida finge serem verdades.
E eu tão triste, como o sabiá do roseiral, só pude chorar,
E não soube nem fazer desse pranto uma poesia.
Ainda tem quem diga que sou poeta!!!!
José João
03/07/2.013
Mas és!...
ResponderExcluirEscrevendo desse jeito que poderá dizer ao contrário!
ResponderExcluirMuito lindo o escrito amigo, podes ter certeza!
Tens um jeito só seu de escrever
Beijos! Fernanda Oliveira
Meu amigo
ResponderExcluirE quem escreve desta maneira sublime é poeta MESMO, adorei ler e agradeço a carinhosa visita.Volte sempre.
Um beijinho
Sonhadora
Rosa Maria, minha querida sonhadora. Obrigado pelo comentário tão amável. Um abraço
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