Só, como se vazio estivesse todo o mundo.
A vida? Um insipido deserto pavoroso
De sonhos mortos e até já esquecidos
Pelo tempo, lentamente consumidos
Sem pressa, vai ao tempo, a alma triste
Sem sequer ter um horizonte para buscar,
O silêncio atroz lhe mata um tímido canto
Não permitindo nem chorar o próprio pranto
Oh! Cruel dor que em vivo sangue deixa
Abertas as cicatrizes já quase cicatrizadas
Que na alma se fazem profundas chagas
Por minhas lágrimas sendo assim lavadas
A mim, vem de longe como um quase nada
Tristes restos de sonhos pálidos e agonizantes
Me chegam em lembranças tênues, apagadas,
Em fragmentos, pelas tantas dores choradas
Que me resta então pedir à vida ou ao mundo?
Zelo pela alma que em prantos se desmancha?
Talvez pedir que a saudade lhe tome da solidão
Como se isto fosse um pedido de perdão
Que tão pecado teria minha alma cometido
Para que a punição lhe fosse... tanto chorar?
Será que a própria vida se confundiu ao pensar
Que é pecado tão intensamente se amar?
José João
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