segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Castigo





Pobre e gentil alma que calada chora
Um pranto triste em sutis soluços
Por sonhos que no tempo foram perdidos
Ou que pela angustia foram assim vencidos


Calado o canto por ser maior o pranto
Da saudade sentida pelos tantos encantos
Encantos que em agonia lenta faleceram
E eram bem mais que muitos por serem tantos


Dos tantos e tantos sonhos em vão sonhados
À alma coitada, um só, a ela não restou
Até a saudade que lhe embalava aflita
Se foi com o sonho e não mais voltou


Que triste agonia de vida vivida sozinha
Pois nem o eco, dos soluços, lhe voltou
Silêncio perene de um mundo já esquecido
Morto no tempo e no mesmo tempo perdido


Tão só que o tempo lhe perdeu o sentido
Que pensa de ontem as dores sentidas
E até custa a crer que essa dor de agora
Por ela, há muito, já foram vividas.


Triste silêncio nos olhos opacos, sem brilho
Quando um pranto teimoso se recusa chorar
Brilhantes se tornam se as lágrimas vêm
Mesmo que a alma se sinta, coitada,  ninguém


Docemente ao vazio minha alma cativa se torna
Faz dele o seu mundo e já nem se importa
Pois só ele, o vazio, lhe ficou como abrigo
É só o que tem, por destino ou... por castigo.


José João








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