As vezes paro no tempo, no silêncio de mim,
Para pensar em tudo que não fiz, nos sonhos
Que sonhei e não se fizeram verdade, nos beijos
Que não dei, na saudade que não senti porque pra ela
Não houve adeus, houveram para outras saudades
Mas tudo que foi sentido se fez história menos...
O que passou por mim sem acontecer... me perco
Em vãs devaneios, perguntando ao tempo,
Como estaria agora se tivesse acontecido o que
Não aconteceu? Será que existiriam essas lágrimas?
Será que seriam mais e bem mais doídas ou...
Quem sabe nem existissem!! Quem sabe teriam
Melhor sabor os beijos que não dei? Só sei que
Esses tantos pensamentos permitem que minha alma,
Atenta ao que sinto, se faça em prantos e deixe
Perdidas as palavras que nada dizem, porque
Só o pranto tem voz para dizer dessa tanta dor.
Os olhos, cerrados, se desesperam em busca
De momentos quase esquecidos, até de detalhes,
Que agora se tornam pedaços importantes
De mim, da história que, hoje... é só lembrança
José João
29/01/2.020