quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lembranças... apenas lembranças

As vezes paro no tempo, no silêncio de mim,
Para pensar em tudo que não fiz, nos sonhos
Que sonhei e não se fizeram verdade, nos beijos
Que não dei, na saudade que não senti porque pra ela
Não houve adeus, houveram para outras saudades
Mas tudo que foi sentido se fez história menos...
O que passou por mim sem acontecer... me perco
Em vãs devaneios, perguntando ao tempo, 
Como estaria agora se tivesse acontecido o que
Não aconteceu? Será que existiriam essas lágrimas?
Será que seriam mais e bem mais doídas ou...
Quem sabe nem existissem!! Quem sabe teriam
Melhor sabor os beijos que não dei? Só sei que
Esses tantos pensamentos permitem que minha alma,
Atenta ao que sinto, se faça em prantos e deixe
Perdidas as palavras que nada dizem, porque 
Só o pranto tem voz para dizer dessa tanta dor.
Os olhos, cerrados, se desesperam em busca
De momentos quase esquecidos, até de detalhes,
Que agora se tornam pedaços importantes
De mim, da história que, hoje... é só lembrança

José João
29/01/2.020

domingo, 26 de janeiro de 2020

Te amo sem te conhecer

Te busquei entre meus guardados, revirei
As relíquias da alma, corri no tempo,
Desde quando a solidão brinca comigo,
Nas lembranças que guardo, busquei em todas,
Briguei com o esquecimento que zombava
De mim dizendo que sabia onde estavas.
Procurei nas poesias... até nas inacabadas,
Nas que ainda não fiz, procurei... juro...
Até na minha mais coerente locura...
E não te encontrava... lembrava momentos,
Beijos que não te dei, lembrei de detalhes,
Tantos que se fizeram histórias minhas.
Te busquei na minha mais incoerente razão,
Te gritava, te sentia perto, mas... não sabia
Onde estavas, quase desespero... corri
Entre os sonhos que sonhei, e... não te via...
Não estavas neles... de repente, um pedaço
De saudade que nunca havia sentido me diz
Que te procurasse nos sonhos que não sonhei...
Aí... te encontrei (risos) te amo sem te conhecer.
Vem logo...

José João
26/01/2.029

Nem fingir sorrir eu sei mais.


Meus sorrisos?!! Se perderam por aí...
Caíram ao tempo com as lágrimas choradas
Desde que nem fingir a dor que sinto,
Como sempre faço... me foi permitido.
Lágrimas e tristes sorrisos se fizeram
Meu grito de angustia, só assim poderia
Mostrar a tanta saudade que me toma...
O vazio que ficou em mim e, o pranto
Saltando da alma, como oração rezada
Sem fé por não ter mais sentido.
Não é adeus nem ausência, sou eu
A buscar-me, lá de dentro de mim mesmo
O que um dia fui, mas o medo... o medo
De não me encontrar mais, de não estar,
De não ser mais eu, de ter-me perdido
Nessa dor de agora, me deixa aqui,
Escondido, sem saber brincar mais...
Como fazia nas poesias... fingindo
Ser dos outros a dor que sentia.

José João
26/01/2.020

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Pobre alma triste

Minha alma é triste e nasceu chorando
Buscando sonhos que nem eu mesmo sei
Vai a esmo, desvairada, gritando dores
De saudades, de amores que nunca amei

Vai, em volteios lentos, onde nunca fui
Busca, desde muito, o que ainda nem vivi
E se perde toda em devaneios e lágrimas
Por sentimentos distantes que nunca senti

Talvez, quem sabe, sejam apenas de prantos
Os tantos momentos de seu largo existir 
E, por tanto, assim sorrindo, aprendeu fingir

Pobre alma triste que ainda não aprendeu
Viver sua própria e a minha solidão
Assim entre prantos a coitada se escondeu

José João
22/01/2.020