sábado, 24 de agosto de 2019

Brinquedos de sonhar.

Ah! Os poetas! Se vestem de solidão e brincam
De chorar. Costuram os trapos da carência
Com pedaços completos de saudade e riem,
Gargalham da própria dor que sentem e fingem,
Com sorrisos, que suas lágrimas não são choradas,
É apenas a alma brincando de fazer dos olhos 
Sua voz (muda) mas eloquente, como se o pranto
Fosse palavras soltas contando histórias vivas
Que ainda não se perderam no tempo.
Brincam de fingir que as verdades são sonhos,
Até que são mentiras e deixam que pensem assim.
Chora sozinho e... se o surpreendem ele...ri
Se quiser, em tão estrondosa gargalhada
Que até mesmo a solidão, a carência, a tristeza
Se surpreendem e não sabem o que fazer, 
E se perdem, e se vão até que o poeta, outra vez
Fique sozinho. Ah! Esses poetas! Até dos versos
Fazem brinquedos de sonhar!

José João
24/08/2.019

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