sábado, 5 de dezembro de 2015

A incoerente coerência da saudade

A solidão não me importa mais, nem os medos.
Não me importam mais tristezas, angustias,
Não importam mais os sonhos, quase mortos,
Tudo agora é pouco, como se não existissem mais.
Corro entre os vazios, e o eco do meu silêncio,
Como um moribundo e perdido sussurro,
Vai dentro de mim, voando solto entre os nadas
Até chegar dentro da alma, cabisbaixa, chorosa,
Olhos fitos nos olhos do tempo apenas sentindo 
O que lhe é permitido sentir e, com suas próprias
Lágrimas, escreve uma poesia de beleza triste
Em versos inacabados de incoerentes rimas.
Não importam mais as claras noites perdidas,
Onde o sono cavalgava sobre a insônia demente
Até o alvor do dia chegar, tímido e reticente...
Perguntando se a solidão ainda ficaria comigo.
Nada disso importa mais...porque agora aprendi
Que essa saudade é muito mais...senti-la
É nunca estar só. É a beleza de um tempo
Que nunca mais vai voltar, mas que... nunca foi.

José João
06/12/2.015


Um comentário:

  1. As palavras, trazem para o nosso conhecimento o clamor do poeta. Que lindo! Como não admirar?

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