quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A poesia de ontem



Ontem escrevi uma poesia sem nome,
Versos sem rimas, palavras cansadas, vazias
Assim com se elas fossem minhas lágrimas
Caindo no papel e escrevendo minhas dores.
A poesia sem nome que ontem escrevi
Era como se fosse palavras soltas, sem nexo
Contando histórias que nem lembrava mais,
Buscando dores guardadas, reabrindo cicatrizes
Que, na alma, pareciam saradas, calcinadas.
Mas se abriram novamente, sangraram
Abundantes em dores, em gritos, que a alma
Alucinada e triste grita a esmo chorando sozinha.
Sem tempo, sem rumo, num espaço que não existe
Por que tudo ficou para traz sem caminho de volta.
Ontem escrevi uma poesia sem nome, tão triste
Que me restou apenas dizer, não mostrar
Para que ninguém chore a dor que é só minha
Essa dor tão grande que fez minha poesia sem nome
Ficar sem fim. Infinita como se a dor de sempre
Ficasse eterna a cada momento.

José João




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