quarta-feira, 20 de novembro de 2024

No meio do verso tinha uma lágrima

É verdade,  as vezes tropeço no meio do verso.
Não sei se nas palavras que se perdem de mim
Ou, se nos prantos que caem parecendo cristais
Tantas lágrimas, faz que o verso não tenha  fim

Tropeço nas saudades que não quero lembrar,
No silêncio, quando, em mim, a vontade é gritar,
Em um sonho que se perdeu e esqueci de sonhar
Nas tristezas, quando não sei qual delas chorar

Um dia, no fim do verso, tropecei escrevendo amar,
No fim dos versos se tropeça também, acreditem
Era o esquecer insistindo em rimar amar com lembrar

 É difícil escrever um verso que insiste em não vir
Que se esconde entre pensamentos já quase perdidos
Nele, se tropeça nas letras, nas palavras, até no sentir

José João
20/11/2;-24

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Minhas lágrimas não choram por qualquer motivo

Quantas lágrimas!! As vezes choradas até sem razão
Nem ao menos foi dito um adeus, nem um aceno...
Daqueles que não se quer olhar para traz ... mas
É mais forte, hoje choram por motivos tão pequeno!!

Não choram mais por saudades antigas que não se vão
Que ficam, marcam o tempo, insistem para alma chorar
Hoje, choram saudades quem nem amadureceram ainda
Saudade de um ontem tão próximo, tão fácil de lembrar!!

As vezes até desperdiçam prantos por não dizer até logo,
Às três horas choram saudade de quem vem as quatro
Confundem saudade com espera e perdem o fim do ato

Minhas lágrimas não são fáceis, não gostam de passear
No meu rosto, a não ser que haja motivo forte de chorar
Mas nem sempre chegam em mim apenas pelo meu gosto

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem: 18/11/2.024



Como é triste ser verbo hoje

- Bom dia, sr, verbo, belo sol, como o sr está?
- Onde você está vendo um bom dia? 
  Por acaso, não ser visto na plenitude é um bom dia?
- Como assim, sr.  verbo? Como não ser visto?
 Como formar uma oração sem que esteja presente?
- Quando falo plenitude, é plenitude (disse gritando)
Você tem ouvido conjugar o verbo doar? Rezar? Estudar?
Gostar? Namorar? Tem ouvido conjugar o verbo amar?
O verbo amar!! Plenitude é isso (disse outra vez gritando)
Estou cansado! Como era bonito dizer: Eu amo...
Eu te quero... o verbo viver,!!!!Vivo por ti. Era lindo!!
Eu me enfeitava todo, tinha orgulho de ser verbo,
Tempo feliz... Faz muito tempo... quase choro ao lembrar!
Sabia me transformar até em substantivo, não acredita?!
Por exemplo amar, meu nome de verbo, um artigo antes
E os poetas diziam O amar. Pronto era eu dando nome
Aos sentimentos (acho que vou chorar) hoje sou apenas isso.
Um pobre e velho verbo esquecido!! Como era importante!!!
Com todo respeito, eu era era o centro das atenções!!!
Eu, o verbo, determino o tempo, voz, hoje não sabem mais,
Eu determino a oração, até a oração rezada, mas hoje...
Não me sabem mais. Desculpem... mas eu, o verbo, hoje
Só sei chorar... eu choro, tu choras... todos choram...
Mas quase ninguém, hoje ... sabe do verbo amar
  

AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico:  J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental




As vezes as palavras são tão sem sentido

 As vezes ouço palavras que nem sei, apenas sinto
Outras vezes fazem chorar, cantadas pelo pranto
Também saem em versos escorrendo pelo rosto
Como notas musicais de silencioso e terno canto

Algumas vezes as palavras nem me dizem nada
Apenas, quando, quase em sussurros, elas veem
Em suave volteio cantada em silêncio pela brisa
Que chega como caricia na alma, bela e concisa

As vezes as palavras são tão vazias, quase mudas
Outras vezes em quase desespero de serem ouvidas
Não bastam histórias mudas, nem só serem sentidas

Quando uma saudade lhes chama, voam como vento
Se atropelam no querer dizer o que a alma sente
Sem se importarem a quem é devido o pensamento

José João
18/11/2.024

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Costurando a poesia

 Uma poesia costurada com cintilante fio dourado,
Toda feita em cetim branco reluzente como pranto
Os foleados eram de rimas cerzidas em ponto cruz
Alinhavos que pareciam versos costurados com luz

No fim de cada linha o ponto era como fosse rima
Mas continuava na costura anterior, um outro verso
Que alinhavava aplicações nos tons mais variados
Como se os versos tivessem sido na alma bordados

A costura aberta deixava os versos soltos no tempo
Os pespontos, como entrelinhas, seguravam o tecido
Sem deixar que pontos ou verso fossem esquecidos

Um verso completo como fosse arremate da poesia
Foi feito em costura fechada, em linha reta marcada
Sem caber mais alinhavos, nem lágrimas, nem nada.

José João
13/11/2.024



terça-feira, 12 de novembro de 2024

Sonho... uma história de ninar

Sonhar é voar, é ir sem nenhuma direção,
Ao som do cantar silencioso do silêncio 
Que inventa melodias sem notas musicais
È dobrar o tempo, é ir além e querer ir mais

Sonhar!! É se deixar ir na leveza da brisa,
Pintar o mundo com as cores que se quer
Reescrever histórias ou inventar amanhãs
Fazer novas rotas e ir para onde se quiser

Sonhar!! São histórias que um anjo conta
Como fosses a criança que ele quer consolar
Tirar as horas tristes, te ver sorrir sem chorar

Sonhar!! É o mesmo que uma canção de ninar
Canto que te embala sem te permite adormecer
Uma história que só em sonhos, tu poderias viver

José João
12/11/2.024