terça-feira, 8 de novembro de 2016

Hoje...sou apenas o papel

A poesia se recusou, literalmente, a se deitar
Sobre o papel... que ficou pálido,
Branco, vazio, sem dizer nada,
Como se nada devesse ser dito,
Mas ficava ele ali... deitado,
Deitado sobre a mesa...passivo, aparvalhado
E a poesia escondida, não se sabe onde.
Se fazia muda, como se falar fosse pecado,
E o papel, sem nenhuma poesia, ficava nu,
Como se a nudez fosse um grito,
...Que a poesia não quis gritar...
Se deixava ficar vazio, calado...
Se deixava ficar apenas papel... e eu
Que não tinha nada a ver com a poesia,
(Nem com o vazio)
Que não tinha nada a ver com inspiração,
Que não tinha nada a ver
Se a poesia se escondia ou era muda,
Se a poesia não preencheu o vazio...
Que culpa tenho se o papel ficou nu?
Tomara o pepel encontre alguém
Para lhe vestir de poesia...
Porque hoje não estou poeta,
Porque hoje não sou poesia...
Porque hoje ...sou apenas o papel!

José João
08/11/2.016 (publicada)
11/05/2.004

Nenhum comentário:

Postar um comentário