As vezes eu não sei quem sou, me sinto perdido de mim,
Algumas vezes ouço canções desconhecidas, por vozes
Que nunca ouvi...e a vontade de chorar me chega
Como se ela, a canção, embalasse minha alma,
Que se deita na divindade da melodia, e sonha,
E sente como se já existisse, há muito, dentro dela.
Outras vezem me perco a ouvir a voz silenciosa
Do silêncio a me encher da nostalgia de um existir
Que não sei... buscar um tempo que nem sei se vi,
E pedaços de pensamento que, num caminhar tropego
Dentro de meus devaneios, me chegam, e as lágrimas,
Vêm aos olhos choradas pela alma que parece conhecer,
Desde muito, a voz carinhosa do silêncio, a lembrar,
Meigamente, que um dia existiu alguém que não sei,
Nem onde, nem de onde, e nem como conheci.
Há momentos que não sei quem sou, me perco,
E uma saudade desconhecida, e por não saber,
De onde vem, lhe acho descabida, mas com ela,
Vem a voz que não conheço, uma angustia
Que não sei dizer, só sei sentir, e um pranto
Que nem sei se já não foi por mim chorado.
José João
11/09/2.015
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