sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Saudade, minha companheira!.

Ora, saudade, porque calas? Diz o que queres!
Queres lágrimas? Diz. Agora, coitadas, tão poucas!
Ontem chorei todas elas fingindo escrever poemas
Gritando em silencioso soluço com palavras roucas

Refiz histórias, brinquei sozinho de escrever versos
Fui muito, muito além das lágrimas, chorei prantos
Que molharam poesias, molharam até o silêncio
Se fizeram nada, poesias rotas sem nenhum encanto

Agora me vens cobrando que chore! Me olha saudade,
O que vês? Tem nos meus olhos tristezas para chorar?
Trouxeste contigo algum rosto ou sonho para eu lembar?

Não?!! Porque então vieste? Vieste apenas me visitar!
Ora quem diria!!! Vieste sem trazer nada do que vivi?
- Sim, te gosto tanto que não sei mais viver sem ti

José João
12/01/2.018


À espera de um amanhã

Deixo que meus pensamentos te busquem
Por lugares onde nunca fui, invento sonhos
Pra sonhar contigo e, neles, me entrego todo
E pleno ao prazer de sonhar um momento 
Que nunca vivi... e vivo, nesse viver incoerente,
O prazer de me sentir teu... e corro e... grito...
E explodo o silêncio em pedaços como se fossem  
Palavras que minha alma deixa voar ao tempo,
Indo sem rumo, como se seguisse o cheiro
Do teu pensamento que, juro, pela minha carência,
Estar pensando em mim. Essa tua ausência
As vezes me faz brincar com Deus lhe contando
Histórias de nós dois e Ele ri, dizendo: Sei tudo,
Só não sei dessa história que estás contando...
Aproveito e digo, pois é... estou inventando
Para lhe dar uma ideia do que preciso.
Ele me olha nos olhos, segura minhas mãos
E diz: Espera,  - me dá uma palmadinha
Nas costas e vai sorrindo. Ah! Esse meu Deus!
Por isso sempre espero os amanhãs ansiosamente. 

José João
12/01/2.018


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Meu circo, minha vida

Pendurado num tênue fio de esperança solto
No tempo, como se fosse um trapézio seguro
No nada, dou cambalhotas sobre as angustias,
Pulo em saltos mortais para fugir da solidão,
Até faço malabares com lágrimas! Dos sorrisos,
Faço como bolhas de sabão, lindas e frágeis
Que qualquer tristeza faz que se percam.
Caminho sobre as mais altas montanhas
Feitas com o medo dos amanhãs, em cordas
Soltas, bambas, feitas de saudades, segurando
Sonhos que se balançam e quase caem
Das alturas dentro do vazio que me fiz.
As vezes sou palhaço, sorrio as gargalhadas
Imitando alguém que realmente chora,
Até finjo serem minhas as lágrimas choradas!
E até talvez fossem, não fosse eu um fingidor!
Assim, como trapezista, malabarista e palhaço
Vou fazendo da vida um eterno brincar,
Contando minhas verdades e mentiras
Mentirosas em poesias que ninguém lê,
São escritas com lágrimas que nem mesmo 
Eu sei escrever.

José João
11/01/2.018


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Quando a chuva chora comigo

Chove, e tanto! Como se a chuva, como se o tempo,
Soubessem o tamanho da minha dor e chorassem
Essa dor tão doída e só minha. Meus olhos também
Choram, lágrimas tristes e frias por tanta carência,
Minha alma grita a dor que sente, e uma saudade
Dentro de mim, com uma angustia maior que o mundo
Me toma, me invade, mata o sonhos,  eu uma vontade
De gritar, te amo, vem de dentro da alma, mas um soluço 
Me cala a voz, emudece meu desejo e... tua ausência
Me toma de mim, me deixa dentro desse vazio
Triste, sem sonhos, fingindo com sorrisos falsos
Que no meu mundo existem ainda histórias de amor.
Rezo orações que invento, em todas elas, teu nome
É a Ave Maria que sei rezar, no fim de cada oração
É só teu nome que sei dizer, escrever em meu rosto
Com as lágrimas que choro... chorando com a chuva
Que chora lá fora.

José João
10/01/2.017

sábado, 6 de janeiro de 2018

Preciso de um sonho

Preciso de um sonho. Todos os meus se foram,
Foram embora por caminhos que não sei,
Buscando quem nunca vi e nem sei se existe.
Com eles só não foram os soluços e lágrimas, 
Porque não sabem voar, mas até tentaram...
Os soluços, como arremedo de voz, coitados
Não se fizeram eco para ir ao vento gritando
Minhas angustias. As lágrimas, como loucas
Suicidas, saltavam dos olhos como desesperados
Gritos da alma que morriam sufocados
No silêncio denso do tempo que insistia
Em não passar. Preciso de um sonho, desses
Que ficam dentro da gente como se fossem
Acontecer a qualquer hora, desses sonhos
Que parecem com esperança, que se espera
Para amanhã, para logo mas...nunca vem


José João
06/01/2.017

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Perdas, ausências e vazios

As vezes fico parado no tempo olhando o nada
E sem nada fazer, fico a esmo, perdido no vazio,
Até me veem versos, mas não os escrevo,
Seriam tão tristes que não haveriam lágrimas
Que os chorassem. Ouço dizerem: eu sofro.
Me calo no meu silêncio mais mudo. Sofrer...
Sabem o que é isso? Sentir a dor da perda
Dentro da gente? Forte, queimando até a alma?
Uma dor tão doída, mas tanto, que faz viver
Ser mais difícil que morrer, faz chorar ser
Tão puco! Faz que o pranto se faça ridículo
Por não traduzir o que verdadeiramente
Se chora. Os versos se comprimem dentro
Da poesia como se esta também não tivesse
Espaço, nem razão, nem sentido de existir.
Os pensamentos voam perdidos, os sonhos
Se esvaziam e a ausência, vaidosamente cruel,
Faz que o silêncio, insista em mostrar o que é
Realmente, perda, saudade, solidão e dor

José João
02/01/2.018