sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Lágrimas... desde muito

Parece que meu pensamento ouve uma musica,
Triste, que não sei de onde vem, talvez do tempo,
Ou, de dentro de mim, como uma melodia sofrida
Que a saudade, ou a angustia, ou mesmo a carência,
Foram buscar ou compor não sei. As notas se perdem
Em acordes mudos para os ouvidos, só a alma escuta,
Os olhos se perdem ao olhar o vazio, quem dera fosse
Apenas o vazio que cerca os tristes, mas é o vazio
Que me invade, me toma e se faz um pedaço de mim.
As lágrimas saem lentas, brincam em meu rosto e...
Depois, num ir suicida, se atiram dos olhos ao chão
E desaparecem, como se quisessem levar com elas
A dor que sinto mas que insiste em ficar, solta, livre, 
Indo entre os sonhos que não sonho mais, as lembranças
Que caducaram e nem sabem se ainda são lembranças
Ou desejos ilusórios que a alma cria para fingir-se
Completa. E eu... buscando nos ontens o que lá deixei,
Como se não tivesse deixado lágrimas também.

José João
24/08/2.018


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