segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Soneto de uma noite triste

É noite, os sonhos correm em louca agonia
E escondem-se na sua pecaminosa nudez 
Ela, toda nua, se entrega promiscua ao tempo
Que a faz amante e lhe acaricia passando lento

A solidão, por ciúme ou despeito, quem sabe?
Se prende no nada, sufocando, gritando calada
Que a noite é sua, e se espalha num vasto querer
E estar nessa noite é o mesmo que não viver

A lua, aparvalhada, olhando sem dizer nada
Se põe desenhando imagens no chão da rua
E eu, sentado, grito as dores dessa vida crua

Essa vida em que amar, é não viver, é chorar,
É o mesmo que ir sem ter lugar para chegar
Ou ficar e nunca mais ter pra onde poder voltar

José João
18/12/2.017

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