sábado, 2 de dezembro de 2017

Meu risonho e fingido sorriso

Num deserto de solidão, cheio de sonhos mortos,
Passo os dias brincando, fingindo de fingir viver.
Reticentes suspiros misturados em tantos prantos
Se fazem orações que só eu e a alma sabemos dizer

Nossos gritos se perdem na imensidão do silêncio
Se calam, emudecem, como se a voz tivesse medo
De contar para o tempo essa dor que a alma sente,
Esse mostrar-se frágil, ausente, triste por tão carente

As vezes penso em fugir, vagar no tempo, apenas ir
Mas comigo irão, e bem sei, angustias e saudades
Porque são elas agora as minhas únicas verdades

Por vezes vem um sorriso e logo os olhos reclamam
Porque ris? Perguntam. Agora também vais cantar?
Deixem-me, diz o sorriso, é só assim que sei chorar


José João
02/12/2.017

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