domingo, 31 de dezembro de 2017

Como ave de arribação

Não sei onde estou, se perdido dentro de mim,
Ou de uma tristeza que não sei de onde vem,
Ouvindo o silêncio sussurrar uma canção
Que só eu escuto, que só eu sei sentir e chorar.
Deixo o pensamento solto buscar momentos
Que nem lembro mais, buscar sorrisos, palavras
Que esqueci de dizer, e uma ansiedade me toma,
Me faz querer ir, mesmo sem saber pra onde
Pois em qualquer lugar estarei comigo mesmo,
Com a mesma saudade, as mesmas lágrimas,
Os mesmos sonhos caducos, perdidos no tempo.
As lembranças povoam meus pensamentos
Como aves de arribação, voam pra bem longe,
Para além de horizontes desconhecidos e vão
Num triste e cansado valsar, esperando chegar
Em algum lugar onde ser feliz seja possível.

José João
31/12/2.017

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Tua saudade me beija a vida.

As lágrimas sempre calam minha voz
Quando quero gritar teu nome, te chamar no tempo,
Te trazer em sonhos, de dentro da alma, de mim
Para minha saudade, que como vida, se faz tua,
Toda e plena, na existência única de tua presença
Como se o tempo tivesse parado pra nós dois.
Um silêncio santificado toma todo o espaço
Num divino respeito aos nossos sentimentos
Que se eternizaram dentro de mim, ficaram
Como pedaços essenciais da própria vida.
Canto, em silêncio, canções com teu nome,
E sorrisos se espalham entre as lembranças
Que veem com as lágrimas brincando de amar,
Sim, de amar outra vez as mesmas coisas,
Os detalhes, que se fizeram histórias completas,
A rotina dos beijos que ainda dormiam nos lábios
Nas manhãs quando o bom dia se fazia luz.
As lágrimas sempre calam minha voz quando
Tua saudade me beija a vida.


José João
29/12/2.017


quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Assim é mais fácil viver.

... e lá vou eu, indo a lugar nenhum, mas indo...
Levando comigo a saudade que deixaste...
A angustia de tua ausência no vazio de mim...
Levando sonhos mortos que não vale mais
Serem sonhados. Levo poesias que ainda não
Escrevi, algumas inacabadas e nunca mais
Serão poesias completas, só pedaços de mim
Escritos no tempo, que levo cuidadosamente
Como relíquias do que nem a esperança
Me permite mais ser, ou até mesmo sonhar.
E tu, não sei com vais, quais caminhos...
Quais marcas eu tenha deixado, se as deixei.
Em mim ocupas minha alma toda e plena,
Eu em ti, não sei, se me fiz teu vazio, tua falta,
É triste não saber o que se deixou no outro...
Se somos sonhos que ainda querem sonhar,
Se somos um tanto faz, um... já passou...
Por isso me preocupo em apenas amar...
Assim é mais fácil... dizer te amo,
Sem me preocupar que ouças, é melhor,
É viver sem a pretensão de viver.

José João
28/12/2.017

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Minha doce loucura

Que tua saudade seja infinda prece a ser rezada
E cada lágrima, uma pedra do rosário, uma oração,
Me darei todo, a alma ajoelhada a contemplar-te
Como se fosse divina minha loucura de amar-te

Me farei pecado, ser for preciso, para louvar-te,
Rezarei ladainhas que inventei com o teu nome
Até salmos criei, como pecador eu sei que errei
Deus há de perdoar-me sabendo o quanto amei

Me fiz devoto, servo... e só a te hei de entregar
Todos os sonhos, até os que ainda vou sonhar
E se for ainda pouco essa minha tanta devoção
Escrevo teu nome em cada lágrima que chorar

Te levarei carregada no colo do pensamento
Como fosses frágil flor inocente, adormecida
Mas que teu perfume, divino a envolver-me,
Faz que me seja perfumada a própria vida.

José João
25/12/2.017

domingo, 24 de dezembro de 2017

Sempre tenho o que esperar no Natal.

Ah! É Natal! Os corações batem forte, tudo é festa,
Os olhos sorriem, contam as alegrias que a alma sente,
O mundo de cada um se ilumina com sua própria luz,
Os sentimentos pulam, gritam, na algazarra do sentir
A alegria do ser, do amar, do se entregar, de ser Natal.
Alguns se entregam na mais perfeita e alegre solidão,
Aquela que é sentida a dois, entre sorrisos, suspiros
E promessas da eternidade dos momentos vividos.
(A solidão é divinamente bela quando é sentida a dois)
As estrelas fazem festa, a estrela cadente voa livre
Como flecha de luz a perder-se na imaginação 
De cada um. Quem está sozinho, em triste solidão,
Olha para o céu, vê a estrela cadente a ir-se longe,
Não se sabe pra onde, jura que seja um trenó
E chora em pedidos, quer sejam para a estrela
Quer sejam para aquele velhinho que, para alguns,
Só dá mesmo a esperança como presente.
Sento na beira do Natal, olho o céu, olho o tempo
E já espero o outro natal com o mesmo pedido.
Assim, sempre tenho alguma coisa para esperar.

José João
25/12/2.017


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Vida...é essa saudade de ti.

Quando chegas dentro de mim, meu coração grita,
Pula dentro do peito, alucinado, sorri para o tempo,
Fica criança outra vez. E eu!? Escrevo palavras
Que nem conheço, Escrevo sons que nunca ouvi...
Quando vens, meus olhos brilham e ... então choro,
Mas não é um chorar triste. É para que possa pintar, 
Com lágrimas, as cores que invento para deixar 
Tua saudade alegre, e ela fica risonha cheia de ti,
E, dentro da alma, se aconchega tão carinhosa,
Que sento na beira do tempo passivo para fazê-la
Dormir e nunca mais ir. Ah! Quando me chegas!
Em desespero, correm ao tempo, as tristezas, 
As angustias, até a solidão, parecendo louca,
Corre com os braços levantados, cabelo esvoaçado,
Tropeçando no tempo levando o silêncio nas costas,
Indo pra-não-sei-onde. Como é bom se estás aqui!
Com essa saudade alegre, colorida com cores
Que as lágrimas me permitiram inventar.
Te deixo dentro de mim, nessa tua saudade,
Que bem poderia ser chamada de ... vida.

José João
22/12/2.017

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Soneto de uma noite triste

É noite, os sonhos correm em louca agonia
E escondem-se na sua pecaminosa nudez 
Ela, toda nua, se entrega promiscua ao tempo
Que a faz amante e lhe acaricia passando lento

A solidão, por ciúme ou despeito, quem sabe?
Se prende no nada, sufocando, gritando calada
Que a noite é sua, e se espalha num vasto querer
E estar nessa noite é o mesmo que não viver

A lua, aparvalhada, olhando sem dizer nada
Se põe desenhando imagens no chão da rua
E eu, sentado, grito as dores dessa vida crua

Essa vida em que amar, é não viver, é chorar,
É o mesmo que ir sem ter lugar para chegar
Ou ficar e nunca mais ter pra onde poder voltar

José João
18/12/2.017

domingo, 17 de dezembro de 2017

Hoje

Hoje estou tão triste! Num desses dias
Que se precisa ajoelhar, chorar e falar com Deus.
A dor é tanta e não sei porque, é uma saudade!
De quem não sei, mas é uma saudade tão doída,
Mais que qualquer outra saudade já sentida.
Um nada ser! Um vazio que espanta os sonhos,
Que nem os pensamentos encontram caminhos,
Se perderam como fossem fumaça levada 
Pela brisa e esvaindo-se, sumindo no tempo
Antes de chegar em qualquer lugar. Lamentos,
São os gritos da alma que chora em silêncio.
Hoje é um dos dias que precisava falar com Deus,
Deitar em seu ombro amigo, senti-lo enxugar
Os prantos, contar os pecados que são segredos.
Contar dos adeus que ouvi e até hoje doem,
(E hoje mais que sempre). Ah! Que dia!!
Caminhei comigo mesmo, me dizendo coisas
Que só sei dizer se a solidão estiver comigo,
Inventei cantos, inventei sonhos, inventei beijos,
Inventei até um, eu te amo, sem ter a quem dizer,
Só não conseguir inventar um sorriso...
Pra mentir pra mim mesmo,

José João
17/12/2.017


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

... te procurando

Sou este que aqui veio apenas te buscar
Corri entre vidas tentando te encontrar
Cruzei estradas entre mares e sozinho
Vim e não te encontro em meu caminho

Caminhei pelo tempo, entre horizontes,
Percorri tardes do tamanho de uma vida,
Cruzei imensos desertos de solidão
Até caminhos que não tinham chão

Percorri rotas por entre estrelas perdidas
Chorava teu nome em versos que fazia
Nas noites tristes, caladas por tão vazias

Sou quem no mundo te busca sem se cansar
Que vai sem medo sonhando te encontrar.
Quem sabe me diga a vida onde tu possas estar!


José João
14/12/2.017

Eu, sem saber de mim.

Já me escrevi como mentiras, como verdades,
Como histórias de dores que senti e chorei,
Já me escrevi em versos de angustias fingidas, 
De sonhos que não sonhei. Já fingi até ser eu mesmo!
Brinquei de sorrir bebendo prantos, gargalhei
Ironizando a tristeza que tanto doía em mim...
Povoei a solidão com imagens que inventei,
Enganei o silêncio fazendo que ele me falasse
Coisas que só a alma podia ouvir, e ele, o silêncio,
Se quebrava em ecos pelo tempo, jurando que era
Minha a voz com que ele contava meus segredos.
Já perfumei versos com o cheiro de lágrimas...
Brinquei de artesão com a saudade e lhe esculpi
Em forma de poesia, sem métrica, sem rimas,
Cheia da inocência transparente dela mesma.
Ah! Já me fiz tanto... que hoje nem sei de mim!
Se sou uma dessas histórias que ninguém acredita,
Se sou uma dessas mentiras verdadeiras, irônicas,
Que a vida insiste em contar pra fazer rir...
Quem me dera eu fosse o sonho de alguém...
Que me busque, quem sabe até em desespero...
E que por mim tenha algum zelo!?

José João
14/12/2.017

domingo, 10 de dezembro de 2017

Somos dois... dentro da mesma solidão.

Não estou mais só, agora somos dois
Dentro da mesma solidão. Eu, entre meus vazios
Te esperando, tu, dentro dos meus sonhos
Que vão te buscar nem sei onde, onde nunca vi
Mas sei que estás. Talvez até penses em mim
Como se eu fosse quem precisas. É a mesma, a solidão
Onde povoamos nossas ilusões, a vontade de nós...
Quem sabe estejas a beira mar! Olhar distante,
Perdido no horizonte tentando me ver chegar!
Eu, aqui também espero, as vezes numa nuvem
Que passa lenta como se olhando pra mim, 
Outras vezes num rastro que o sol deixa
Como estrada por sobre o mar. Por vezes, te juro,
Parece que a brisa passa sussurrando teu nome...
Será que também sentes assim? Essa nossa solidão!!
Cheia de nós dois, de nossos pensamentos...
Sei que estás aí, como sabes que aqui estou...
Assim não estou mais só, agora somos dois...
Dentro da mesma solidão.

José João
10/12/2.017


sábado, 9 de dezembro de 2017

Como te cuido ainda!

Cuido de te, dentro de mim, como se fosses
Minha própria alma, como se fosses a vida que vivo,
Te cuido, dentro da minha saudade, com tanto carinho
Que sempre choro quando vens, quando te sinto
Toda e plena como se fosses a verdade  dos sonhos
Que ainda sonho contigo. Te guardo dentro de mim,
Te faço de minha única e mais perfeita história.
Grito, dentro do meu silêncio, em confissões mudas,
Toda essa minha ânsia de te. essa vontade demente
De ser eternamente teu, sem tempo, sem distâncias,
Sem medo dos amanhãs, pois sempre serás eterna
Em cada um deles, para que sempre sejas mais.
Ontem te rezei orações, hoje te senti na saudade
Para amanhã, te faço desde agora, sonhos perfeitos.
Sempre foi assim e, ainda hoje, nesse vício de ti,
Nunca fui além de ser apenas teu, num entregar-me
Sublime de fazer infinito e eterno esse sentir. Te amar
Agora é tão divino, que percebi...o quão foi pouco 
O que te amei.

José João
09/12/2.017

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Deus, a dor e o poeta

Por mim, meus olhos choram frias lágrimas
E recitam versos que só a dor faz escrever
Calo no silêncio que a solidão em mim produz
E chamo a saudade,  doce amante que me seduz

Escrevo versos que nem sei de onde vêm.
Nos prantos, que a alma chora com meus olhos,
Escondo sorrisos que um dia, juro, já sorri
E nas entrelinhas dos versos conto o que vivi

Chorei dores, tantas, que nem sei como contar
Mil poemas escrevesse seriam poucos pra dizer
Essa angustia tão doída e dores assim tão sentidas,
Chorando orava aos céus em orações não ouvidas

Me sentei ao pé do tempo imaginando o porque,
Porque o amar sem tino traz assim tanto sofrer?
Porque será, Meu Deus? Diz-me a mim, agora peço
Porque disseste um dia que é o amor que faz viver?

Não quero contradizer ao que no mundo ensinaste
Mas me ver assim aos prantos, somente porque amei
Me vem,  e até te peço perdão, pelo que eu falei,
Foram blasfêmias que disse, como orações que rezei.

Mas que queres? Olha-me e à minha pobre alma!
Correndo entre vazios para se esconder da tristeza,
As vezes uma palavra que ela, a alma, pensa ouvir
Fica atenta, muda, imóvel, mas cheia de incertezas

Porque há muito tempo quando sonhos a povoavam
Sonhos coloridos pintados com as cores da natureza
Ela, aos pulos, gritava ao tempo, gritava ao mundo
Sua euforia, sem nunca pensar da vida tanta crueza

Por isso te pergunto, oh Deus! O que a mim fizeste?
- Ora, porque perguntas, filho? Não percebestes ainda?
Te fiz que saibas amar e sofrer, em poesias completas,
Que Deus Eu seria se não deixasse a dor para os poetas?


José João
07/12/2.017

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O silêncio que mais me dói.

Hoje não preciso ouvir nem dizer nada... nada,
Precisava apenas sonhar, mas não tenho mais sonhos,
Meus sonhos se foram por aí perdidos, loucos,
Procurando nem eu sei o quê. Se foram como sonhos
Bêbados, tropeçando no tempo que se arrasta lento
Trazendo coisas que nem lembrava mais, até nomes
Que estavam lá dentro, bem no fundo do esquecimento.
Hoje me sentei na beira do tempo, ouvindo o silêncio
Passar aos berros gritando que ia buscar a solidão,
Sorri um sorriso triste, desses sorrisos que não
Se quer sorrir, mas o que importava? Tanto fazia,
Sorrir, chorar, só não queria ouvir nada, pra quê?
Pra me lembrar que a culpa de estar só, é minha?
Disso eu sei... me fazer sentir remorsos por todos
Os adeus que não devia ter dito? Também sei...
De não ter mandado as cartas que escrevi?
Disso também eu sei. Pra que ouvir outra vez?
Mas de tudo que não queria mesmo ouvir
Era aquele silêncio que até hoje dói mais que todos...
Foi quando minha alma gritava te amo e...
Deixei o silêncio tomar conta de mim...
Foste embora, esse é o silêncio que mais me dói.

José João
05/12/2.017



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Sem lágrimas também se chora.

As vezes, mesmo sem lágrimas, chorar é preciso,
Quando a alma não aguenta mais tanta dor,
Quando a saudade não supre mais a ausência,
Quando a solidão não permite mais sonhar
E nenhum sonho vem para aliviar a angustia.
Os soluços que se vão ao tempo, levando
Nomes, histórias, brincando de fazer eco
Na tristeza mórbida que toma conta da gente.
Por vezes, os olhos tão secos por tão vazios,
Nem têm mais lágrimas para chorar, perdidos,
Se põem a tentar ver horizontes que nem existem,
Pensamentos chegam avulsos sem nada dizer,
Silenciosos como se pensar fosse pecado.
Dói para sempre um adeus dito em silêncio,
Sem acenos, sem lágrimas pela tanta dor.
Não sei qual de nós partiu ou ficou, só sei
Que o sentir é como se a vida se recusasse
A ser vivida, como se a tristeza fizesse viver
Sem se viver. Nessa horas é preciso chorar...
Mesmo sem lágrimas

José João
04/12/2.017

domingo, 3 de dezembro de 2017

Teu adeus me ensinou amar.

Agora que te perdi tenho todo o tempo do mundo
Para sentir tua saudade, chorar tua ausência...
Me perder em pensamentos vazios, tenho tempo agora,
A solidão me dá todo o tempo do mundo, as horas
Passam lentas, se arrastam com se quisessem
Deixar toda a tristeza aqui comigo, só pra mim.
Agora que te perdi é que te encontro dentro de mim,
Nessa loucura descabida de preencher esse vazio
Com essa tanta e tão doída saudade que deixaste.
Se há de haver eternidade num sentir tão intenso
Que seja a saudade a faze-lo infinito e eterno.
Agora que te perdi, não tenho mais medo de te amar,
Tudo, apesar da dor que sinto, ficou mais simples,
Não tenho mais medo de te perder, posso te amar
Como se minha alma fosse toda e apenas tua...
Só preciso aprender falar  baixinho comigo mesmo, 
Sem que ninguém perceba sem que ninguém escute,
Sem até que eu mesmo me escute... basta apenas
Que sinta... para sempre sem nunca me permitir
Que um dia não seja mais teu. Teu adeus
Me ensinou amar sem o egoísmo dos amantes... 
Amar sem pedir, sem querer nada de volta.

José João
03/12/2.017

sábado, 2 de dezembro de 2017

Meu risonho e fingido sorriso

Num deserto de solidão, cheio de sonhos mortos,
Passo os dias brincando, fingindo de fingir viver.
Reticentes suspiros misturados em tantos prantos
Se fazem orações que só eu e a alma sabemos dizer

Nossos gritos se perdem na imensidão do silêncio
Se calam, emudecem, como se a voz tivesse medo
De contar para o tempo essa dor que a alma sente,
Esse mostrar-se frágil, ausente, triste por tão carente

As vezes penso em fugir, vagar no tempo, apenas ir
Mas comigo irão, e bem sei, angustias e saudades
Porque são elas agora as minhas únicas verdades

Por vezes vem um sorriso e logo os olhos reclamam
Porque ris? Perguntam. Agora também vais cantar?
Deixem-me, diz o sorriso, é só assim que sei chorar


José João
02/12/2.017

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Eu, você e minhas noites

Como as noites ficaram longas, tristes e vazias!
Como as horas se arrastam, quase param, ficam,
Não passam mais, se espreguiçam manhosas
Deitadas dentro da solidão que, em silêncio, faz
A noite muda, cheia de nada, brincando triste
Com os sonhos que a tristeza traz, sem remorso,
Sorrindo até chegar o alvor do dia que quase
Não vem. Me deixo ficar dentro dessa demência...
Fecho os olhos pra te buscar, pra te encontrar
E... te encontro, mesmo dentro da noite,
Em cada horizonte que minha loucura cria,
As vezes te encontro dentro de mim... sorrindo,
Outras, te encontro brincando  com minha alma,
Fazendo uma saudade que não sei dizer...
Só sei sentir e chorar. E quando me vens sutil,
Parecida com pranto, acariciando meu rosto! 
... Me beijando com gosto de lágrimas!
Minhas noites são assim, te trazem nos sonhos
Que nenhum dormir me permite sonhar.

José João
01/12/2.017