segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Como se ainda estivesses aqui

Vesti-me com tua saudade e me fiz completo,
Me entreguei a viver apenas por nós dois
Fiz que minha alma aprendesse ser a tua
E tudo fosse sempre sem existir um depois

Fiz da solidão um mundo e nele só cabe nós
Não é esse mundo triste, de solidão vazia
Mas povoado de te... repleto do que fomos
Onde nossas almas se fazem de terna poesia

Beijos em suspensão brincam como criança
Até hoje nos procuram nesse mundo só nosso
Mundo de solidão alegre cheio de esperança

Com sonhos brinco de enlouquecer o tempo,
Eles trazem saudades que parecem de ontem
Até como se estivesses aqui nesse momento

José João
27/11/2.017

domingo, 26 de novembro de 2017

Ainda lembro de nós

Confesso, choro em silêncio tua ausência
Talvez nem saibas! O que de mim te importa?
Nem sabes que esse vazio, essa tanta carência,
Para a tristeza invadir a alma se fazem portas
 
Algumas vezes tento ler as cartas que ficaram,
Tão antigas, tão frágeis, até com letras perdidas
Parece que o tempo e saudade lhes bordaram
Ou foram as lágrimas por tantas dores paridas?

Não me preocupo mais em esconder o pranto
Choro em qualquer lugar, não sei mais fingir
Quando faltam lágrimas choro com meu canto

As vezes me lembro dos tantos versos que fiz
Todos eles sorridentes como criança aprendiz
Que não sabe porque ri e nem sabe o que diz.


José João
27/11/2.017


As vezes... nem sei de mim

Há dias que penso não querer mais ninguém,
Quando sinto que a saudade me basta, me toma
Os sentidos, me completa quando vem contigo.
Há dias que acho que a solidão é companheira,
Chega toda e plena e em silêncio me faz passageiro
Do tempo para te buscar lá dentro da alma.
As vezes penso,  quando estamos juntos, sozinhos,
Dentro da saudade que te faz ficar dentro de mim,
Passando por sobre o tempo, distâncias e ausência,
Que somos uma poesia inacabada de versos infinitos,
Que contam nossa história nas lágrimas que marcam
Meu rosto e fazem caminhos dos olhos até além
Dessa tanta falta de te, até onde estás, até onde não sei.
As vezes murmuro teu nome como se cada letra
Fosse um pedaço de saudade, um pedaço dos sonhos
Que até hoje insistem em enganar meus olhos, coitados,
Loucos sem mais saber o que vêm, até dizem
Que a solidão tem a cor do vazio e a saudade
Da cor das lágrimas.... as que choro. Mas as vezes,
Desculpa ...me sinto tão sozinho!

José João
26/11/2.017

sábado, 25 de novembro de 2017

Não tenho saudades novas

Nunca aprendi dizer adeus, aprendi ouvir,
Ficava dentro do meu silêncio, mudo, sem voz,
Aprendi a chorar os adeus que tanto ouvia...
A senti-los na alma, a fazer-me sombra de mim,
A fazer que  ela chorasse em prantos doloridos,
Em soluços e murmúrios reticentes a se fazerem
Meus silenciosos gritos de angustia e carência.
Nunca aprendi dizer adeus, nuca tive voz 
Para tanto. Meus olhos fugiam em olhares
Distantes, covardes, buscando horizontes
Que nem existiam. Mas quantos adeus eu ouvi!
Alguns até hoje doem, machucam, ficaram
Como cicatrizes mal saradas que a alma tenta
Esconder dentro de saudades que me veem
Marcando o tempo, fazendo lágrimas novas,
Trazendo sonhos impossíveis de serem verdades.
Ainda sei chorar as saudades antigas, distantes,
Que me dizem de amores que vivi, de sonhos
Que sonhei. Dói muito, mas dor bem pior,
É saber que não tenho mais o que me faça
Sentir saudades assim...

José João
25/11/2.017

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Preciso de você

Preciso de você, muito mais do que precisei
Ontem, bem menos do que vou precisar amanhã.
Não importa a distância, eu apenas preciso...
Tanto... que te faço minha maior saudade
Para que possas estar sempre dentro de mim.
Engano a alma rezando baixinho teu nome,
Mergulho nos momentos que foram vividos
E assim, faço de cada um deles, um pedaço...
Completo de nós dois... preciso ficar atento
Quando o tempo te traz, lento, sem alarde,
No silêncio de um sentimento tão presente
Que o esquecimento não se atreveu a fazer
Esquecer. Te ponho dentro de todos os meus
Amanhãs. A saudade, minha amiga que é,
Não permite tua ausência, e como magia,
Quando ela vem, vem trazendo teu perfume
E rio, e choro, e grito teu nome ao tempo...
Preciso de você dentro dessa saudade
Para que não me faltes em nenhum amanhã.
Afinal... preciso viver.


José João

24/11/2017

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Os braços de minha saudade

Nunca escondi as tantas dores que sinto,
As lágrimas que choro por ausências
Que me encheram de vazios e angustias,
Sempre escrevi versos, alguns molhados
De lágrimas, outros encharcados de prantos,
As vezes um sorriso fingido, uma palavra
Que, nas entrelinhas, fingia-se verdadeira.
Nunca escondi essa saudade que sinto...
Que me vem desde a alma e me toma todo,
Tanto, que até os olhos gritam em silêncio
Nas lágrimas que choro. Minha saudade!
Tão bonita que criou braços coloridos,
Cheios de flores, apontando para o céu
Como se para ele rezassem uma oração.
Os braços de minha saudade parecem
Querer toca-lo, acho que em vã tentativa
De mostrar a Deus que existo, que choro,
Que sinto e que o clamor de minha alma,
São por eles levados ao tempo, no caminho
Do infinito, na beleza colorida das flores que, 
Inocentes, até alegram  a tristeza que choro.


José João
21/11/2.017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Meu baú de relíquias

Revendo velhos guardados, meu baú antigo,
Cheio de relíquias, retratos amarelados,
As pessoas sempre com o mesmo sorriso,
Desde muito tempo, poesias inacabadas,
Cartas não enviadas, me encheram de duvidas,
Como estaria hoje se as tivesse enviado?
Cartas recebidas que não faziam mais sentido,
Mas em algumas delas, encontrei pedaços
De mim, encontrei sonhos, momentos
Já esquecidos. Encontrei até lágrimas novas,
Sim, lágrimas novas que me vieram aos olhos
Trazidas pela nostalgia, pela saudade...
Percebi o tempo que perdi, tanto foi minha
Falta de tempo que agora ele me faz falta.
Revendo meus guardados, chorei, sim...chorei
Senti falta dos carinhos que me ofereceram
E eu não quis, senti saudade dos beijos
Que não dei, senti uma angustia tão doída!
Tinha uma carta que dizia: ainda te amo...
Eu li e não ouvi, agora me doeu tanto...
Como será que ela está? Amando, será?
Eu estou aqui, nessa solidão que procurei
Pra mim...nunca mais abro esse baú...
Dói tanto!


José João
20/11/2.017


domingo, 19 de novembro de 2017

Não sei fingir chorar.

Me perdi entre minhas mentiras e medos
Contava pra alma histórias inventadas.
Pra ela, escondia meus tantos segredos
Em poesias que ficavam sempre inacabadas

Mentia nos versos contando o que nunca senti
E sorria sorrisos falsos no mais fingido brincar
Lia até estrofes que, na verdade, nunca escrevi
E sorrisos!! Quantos deles brinquei de inventar!

Inventei sorrisos, histórias, versos e poemas
Invetei até palavras que eu nem sabia falar
Mas as lágrimas... essas nunca pude inventar

Quando me vinham juntas saudades e dores
Quando o vazio da ausência faz a alma gritar
Aí é verdadeiro o pranto e... todo esse chorar.


José João
19/11/2.017


Quando a tristeza me fez sorrir.

Sempre, quando o silêncio de tua ausência
Me afoga em lágrimas,  a saudade me vem,
Traz com ela pedaços de sonhos, de momentos, 
Que insistiram em ficar guardados na alma.
Algumas vezes me faz murmurar teu nome
Como oração, a mais completa que sei rezar,
Outras vezes, quando a dor é bem maior,
São gritos desesperados, blasfêmias ditas,
Gritadas ao tempo como se pecar fosse preciso.
Ontem mesmo ousei perguntar pra Deus,
Porque ninguém me diz da dor que sinto?
Porque esse silêncio que minha alma ouve
Sem nada mais ouvir? Porque a solidão
Grita comigo onde quer que eu esteja?
Sem respostas, mas aprazou-me sentir
Uma lágrima triste, que a tristeza, alegre 
Pintava no meu rosto, encontrar nos lábios
Um sorriso, ela, a tristeza foi-se como louca
Entre os vazios, sem saber que nos lábios
Era um soluço se fingindo se sorriso.
Até eu ri...

José João
19/11/2.017


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Meus sonetos

Escrevo sonetos quando minhas lágrimas
São poucas e cambem em versos curtos,
Quando a saudade declama versos mudos
Quando o tempo e meu sentir se fazem surdos

Escrevo sonetos quando a dor brinca comigo,
Quando finge que é  tristeza, mas é saudade,
Vem sozinha, cambaleando em passos bêbados,
Se fazendo dor de chorar, mas... é só um arremedo

Meus sonetos, alguns inacabados por falta de mim
Outros, por vezes, nas entrelinhas gritam tristes
Coisas que, nem sei porque, ainda em mim existe

Mas se são poucas lágrima ou se a dor é menor
Se cabem dentro de um soneto que se escreve
Ele que se faça assim, livre, solto e leve.

José João
15/11/2.017



Noite

À noite, sob os acordes de uma canção silenciosa
E triste que a saudade canta dentro do peito,
As lágrimas, tal pingos de luar, brilham no rosto
Como divinos versos que a alma declama 
Em plena solidão, como se esta fosse o palco,
A inspiração e a ouvinte. O luar se derrama,
Carinhoso, sobre a relva, o vento brinca
De fazer dueto com o farfalhar das folhas,
A saudade se faz maior, traz uma ausência
Que sufoca, apesar do carinho da noite
Em trazer sonhos antigos e fazer sonhar
Sonhos novos. Me perco num devanear
Choroso, as vezes cheio de saudade de mim,
Outras vezes em sorrisos tímidos lembrando
O que já vivi e senti. Um raio de luar,
Passando por entre as folhas das árvores
Se chega perto de mim, e fica em silêncio,
Deitado comodamente me convidando
Para contar estrelas, levanto os olhos
E... lá longe, lá no alto, uma estrela cadente
Passa risonha querendo levar meus pedidos,
Mas só lhe contei meus segredos. Ah! Noite!
Sempre se fazendo espaço para a solidão
De cada um

José João
15/11/2.017
     

sábado, 11 de novembro de 2017

Coisas nossas que o por do sol nos conta.

Gosto muito de ver o alarde silencioso 
Do por do sol, de ver a efusiva melancolia
Das nuvens pintadas em cores mágicas
Por não existir tinta que possa imita-las.
Gosto de ver o sol brincando de brincar,
Sozinho,  lá no alto, com a solidão que,
Por milagre, não se faz dor, embora os olhos
Se umedeçam, tanto a nostalgia da hora
E de uma saudade que vem e não se sabe
De onde. Nessa hora, quando tudo
Parece divino, as lembranças vêm...
Algumas risonhas, outras arredias,
Sem querer chegar, para que lágrimas
Tristes não estraguem o momento...
Gosto de sentar na beira do tempo
Quando o dia, sonolento, se espreguiça
E um bocejar com jeito de brisa
Se estende sobre as horas, que lentas,
Parecem pedaços de versos invisíveis,
Contando segredos da gente pra...
Gente mesmo.

José João
11/11/2.017


Eu... me levando por aí.

Hoje saí por aí, procurando olhares
Que não me olham, tentando ouvir
Palavras que ninguém nunca me diz,
Saí tentando encontrar sorrisos
Que ninguém nunca me dá, até mesmo
Restos de sorrisos me serviriam...
Pedaços de sorrisos que ninguém quis,
Mesmo sorrisos falsos, ah! Quem dera!
Saí hoje por aí, passos pesados, trôpegos,
Tropeçando nos pedaços de sonhos
Que caim como caem as flores murchas,
Chorei entre tantos e... ninguém viu,
Sussurrava meu nome baixinho, 
Com medo de me esquecer de mim.
E andava, e ia, sem saber onde ir,
Apenas ia, outras vezes voltava...
Me perdia entre a multidão vazia...
Os sorrisos, se é que eram sorrisos...
Nenhum era pra mim, e assim fiquei
Fitando o vazio que a solidão trazia.

José João
11/11/2.017

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Meu jardim de sonhos

Plantei um jardim de sonhos, tantos sonhos!!!
No começo foram regados com sorrisos,
(quando se ama os sorrisos são mágicos)
Depois, foi passando o tempo, os sorrisos
Foram murchando, ficando sem brilho...
Até que um dia ficaram tristes e se foram.
Mas os sonhos continuavam plantados,
Até plantei outros sonhos novos no jardim,
Precisavam ser regados, mas os sorrisos,
Os sorrisos mágicos tinham ido embora.
Um quase desespero tomava conta de mim,
Como regar meus sonhos? Coitados...
Iam ficando tristes, lentamente iam 
Ficando murchos, foi  quando a saudade
Dos sorrisos mágicos me tomou todo,
Mas era uma saudade triste, angustiante,
No começo apenas umedecia os olhos,
Mas depois se fez lágrimas, depois prantos,
Tanto que hoje rego o meu jardim de sonhos,
Com prantos que a saudade me ajuda chorar
Com a esperança que um deles se faça verdade


José João
10/11/2.017


Champanhe... merecemos

Champanhe, champanhe para brindar o hoje,
Champanhe para brindar a ... mim mesmo.
Hoje me fiz arte, me fiz poesia, me escrevi
No tempo. Dos ontens fiz versos completos,
Do hoje me faço história recente e viva,
Para o amanhã me faço sonhos, sonhos bêbados,
Impossíveis, mas cheios da vontade de sentir
O gosto de amores que nunca vivi, só sonhei.
Hoje saímos nós dois, caminhamos sem rumo,
Contando histórias malucas de nós mesmos,
Rimos, choramos, lembramos de coisas antigas,
Já quase perdidas no tempo, mas hoje? Hoje...
É um dia especial, dia de lembrar saudades 
Que senti a tanto tempo, mas que me seguem,
Uma, de cabelos bem brancos, me olhou
Dentro dos olhos, me deu um terno abraço 
E perguntou: lembras desde quando estamos
Juntos? Lembras que quando eu era jovem
Tu choravas quando me sentias? Hoje, querido,
Fazemos aniversário, champanhe pra nós dois.


José João
10/11/2.017

Um dia especial pra sentir saudade

A chuva lá fora canta uma canção triste.
Uma saudade muda, com gosto de lágrimas,
Corre de dentro da alma e chega aos olhos
Esculpida em lágrimas, o pensamento
Corre solto, quase voando,  buscando
Momentos que ficaram para  trás, pedidos
Dentro de quase apagadas lembranças.
Uma mistura de angustia com carência
Me faz sonhar sonhos impossíveis.
Me apego em buscar palavras que nem sei
Se cabem na poesia, procuro rimas em versos
Soltos, que ficam reticentes como se a poesia
Estivesse soluçando uma dor que não sabe
Escrever, ou não cabe nela por ser maior
Que os versos, que a saudade, que o tempo.
Num murmurar demente, balbucio um nome
Que nem escuto, apenas sinto e ...as lágrimas
Se preocupam em escreve-lo no meu rosto,
E lá ficam, como fossem um grito que,
De dentro da solidão a alma grita dizendo:
Te amo ... e, de joelhos, cai aos prantos.


José João
10/11/2.017


sábado, 4 de novembro de 2017

Não sei que dor é essa...

Não sei se é saudade o que sinto, desde a alma,
Mas sei que dói, é uma dor de chorar, gritar,
Correr, mesmo que saiba que em qualquer lugar
Será o mesmo sentir. A angustia se faz tanta,
Que apenas chorar não basta, a solidão,
Grita de dentro mim, repetindo sempre
Que não faço falta pra ninguém, silêncio, 
Só meus soluços me buscam em tempos
Em que eu era eu e, agora, no vazio 
De mim mesmo, me procuro onde nem sei
Se estou. De longe, de um sonho distante,
(Nem sei como se guardou por tanto tempo!)
Pedaços de ontens chegam tímidos, arredios,
Como se tivessem medo de chegar
Porque ainda estão cheios dessa carência
Que, ainda hoje, me deixa dentro do nada
Que sufoca, cala a voz, mata os amanhãs,
E faz tudo assim... triste

José João
04/11/2.017

É melhor brincar de chorar

Hoje quero brincar de chorar, sim brincar...
Assim engano a alma, faço das lágrimas
Brinquedos, como pedaços de luz
Correndo dos olhos, como palavras
Que voam ao vento brincado de contar
Histórias de amor, como: era uma vez...
Uma saudade parida por um adeus
Que não era para ser dito. Uma lágrima
Silenciosa escorreu pelo rosto e riscou
Um nome que a alma gritava em vão,
Um soluço, tal um grito, rasgou o silêncio
E em frenesi entrecortava as palavras
Num incontido esforço de se fazer voz.
Um murmúrio que só o pensamento
Podia ouvir, soletrava, entre prantos,
Um nome, assim como se rezasse
Uma oração. As mãos como em súplica,
Se abriam na direção do céu como se lá
Chegasse seu clamor e... no silêncio
Da resposta que não vem, só resta...
Brincar de chorar.


José João
04/11/2.017