segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Há de haver um lugar para se amar

Deve haver um lugar onde sonhos perdidos 
Não existam, onde dores, tristezas e saudades doídas
Sejam passageiras da brisa que se vai ao tempo
Levando-as para longe sem caminhos de volta,
Deve haver um lugar cheio de amanhãs coloridos,
De sonhos já prontos para serem sonhados...
De histórias de amor que só se completarão
Na eternidade tanto é a plenitude da entrega
Dos corações amantes. Deve existir lugar assim,
Além, talvez até além do mais distante horizonte,
Onde o por do sol seja pintado com os olhos
De quem se ama. Um lugar onde falar não é preciso
Por que os olhos gritam palavras perfeitas
Por não existir som para dize-las, tão poucas são.
Um lugar onde chorar não é preciso, não existe dor.
Um lugar onde não se corra no vazio do tempo
Pedindo clemência para tanta angustia, chorando
Ausências, saudades e carências que ferem a alma.
Deve existir um lugar onde amar seja preciso.


José João
27/02/2.017

Que sejam marcas de amor...

Nas horas tristes, nas noites, na hora de chorar
Essa saudade doentia que tanto me faz calar
No peito tantas palavras que seriam vazias
É nessa hora que mais me entrego a te amar

A deixar-me levar por sonhos que já se foram
Deixando apenas pedaços como se fossem de mim
É nessa hora de que um amar desvairado me toma
E a alma demente em triste angustia, grita assim:

Deus que fazes?! Vês! Meus joelhos já sangram!
Minha voz reticente inventando orações de clamor
Te pedem, te imploram em desesperado fervor

Que as lágrimas que agora me marcam o rosto
Se façam pedaços de nós em um perene louvor
E não me sejam estas... frias marcas de dor.


José João
27/02/2.017

Plenamente todo teu

Foste tanto, e bem sei o quanto te vivi
Que te fiz minha alma em plena vida
Me fiz que viver fosse contigo existir
Tanto que, dentro de mim, te escondi

Ora! De que valeriam meus sorrisos
Não fossem eles todos...todos teus?
Não seriam risos seriam caricaturas
De sorrisos que não seriam meus

Tanto te amei que me fiz devoto servo
E deixei que me desses a teu contento
Até meu mais silencioso pensamento

E a ele jamais permiti que fosse além
De ser todo... e apenas teu e... sempre
Até exigi que os anjos rezassem amém


José João
27/02/2.017


domingo, 26 de fevereiro de 2017

...por medo de amar

Não deveria ter calado tanto... mas te juro, foi o medo.
Tinha medo de chorar, medo dos amanhãs tristes,
Deixei o silêncio tomar conta de todas as palavras
Que deveriam ser ditas, que minha alma queria gritar...
Mas calava! Quantas vezes meus olhos te disseram
No silêncio de dentro de mim: Te amo! Quantas vezes
Me afastei, fugi de nós para não te sentir tão viva
Dentro de mim?! Medo de amar! Medo de um adeus,
De uma saudade que talvez não chegasse nunca,
Mas preferi me enganar. Não estando contigo,
Me dizia; não haverá ausência, não haverá momento
Que possa fazer doer, nem haverá a tristeza de um adeus
Para chorar. Hoje a dor é mais doída; Ainda te amo
E nem posso te dizer. A saudade dói muito mais,
Ah! Quem me dera fosse saudade de nós, seria menor
Essa angustia, mas é o vazio de ter estado tão perto
De ter nos sentido tão vivos! Não me nego as lágrimas,
Mereço o que sinto...esperança, há muito já se foi...
Na verdade essa dor é muito maior que se houvesse,
Um dia, existido um adeus.

José João
26/02/2.017

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O eco de meus pensamentos

As vezes minha alma chora tão suavemente
Que penso ser a brisa cantando uma canção divina,
Composta por anjos para dar acordes aos prantos
Que se fazem orações como se pedissem clemência
Para essa tanta dor que apenas chega, faz morada e fica.
Me deixo ficar na imensidão do tempo, sentado no nada,
Sentindo as horas passarem lentas e o tempo assoviando
Uma canção que nem sei se existe e um vazio sem forma
Me toma todo, me faz buscar sonhos que nunca sonhei,
Apenas um desespero de me fazer outra vez ... gente.
Com passos trôpegos, voz reticente, num cambalear
Sem sentido, vou por caminhos antes percorridos
Entre flores que murcharam tanto foi a tristeza
Do adeus que nele foi dito. Os rastros se perderam,
Apenas uma falta de tudo se faz tão viva quanto triste,
E eu, entre soluços, levo apenas para qualquer horizonte,
Pedaços pedidos de mim num sussurrar inconstante,
Num mirar-me nas pedras que se fazem ponteagudas
Farpas de solidão onde o eco dos meus pensamentos,,
Como se fosse um som doente do nada, apanas
Martiriza minha alma carente.


José João
24/02/2.017

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Alguém já viu o rosto do meu silêncio?

Diz-me, a mim, como é o rosto do meu silêncio?
Já o viste alguma vez? Ele existe mais forte,
Bem mais forte que eu e nele não acreditas!
Ah! Esse meu silêncio de imperturbáveis traços!
As vezes um rosto sereno, outras vezes duro,
Rígido nos traços, mas não o vêm. Quem, por favor,
A mim me diga, como é o rosto do meu silêncio!
Meu silêncio que, sem palavras, explode em verdades
Faz-se a beleza de gritar para a alma o que sinto,
E o que só ela ouve. As vezes confundem meu rosto
Com o rosto do meu silêncio, muito mais forte,
Muito mais elegante, muito mais plácido e verdadeiro,
Muito mais confiável, ele diz tudo melhor que eu.
Mas não o vêm, não conhecem o rosto do meu silêncio
E por isso pensam que não existe. Mas coitados, e rio.
Acreditam facilmente em minhas palavras, ouvem-nas
E apenas por isso as pensam verdadeiras. Palavras rsrs
Qual delas tem apenas uma face? ?Quem jura que disse
O que queria dizer? Mas acreditam nas palavras
Porque a elas lhe dão o meu rosto. Mas o silêncio
que tem seu próprio rosto, e talvez por isso...
Não o entendam. Alguém já viu o rosto do meu silêncio?


José João
23/02/2.017

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Perdi as lágrimas que guardei ontem.

Não achei mais as lágrimas que havia guardado ontem,
Estavam enroladas em em alguns versos tristes e incompletos,
Presos com um sutil pedaço de saudade cheio de sonhos
Que se desprendiam facilmente quando perdia o olhar
No horizonte. Estavam dentro de um envelope verde...
Mais ou menos cor de esperança, eu acho. Perdi...
Perdi as lágrimas que não pude chorar ontem...
Culpa das palavras que se faziam perversamente gritos,
Como as lágrimas são tímidas, delicadas e inocentes,
Guardei-as com a poesia inacabada, queria mais saudade
Para sentir, queria buscar sonhos, momentos...ah! Esse eu!
Queria um lugar em silêncio, onde apenas o som do tempo
Se fizesse espaço para as lágrimas se fazerem voz 
No meu rosto. Até pensei juntar pedaços de poesias soltas,
De solidão e completar a poesia que deixei ontem,
Como se não soubesse que poesias inacabadas 
Não se completam com o mesmo sentir, nem o mesmo chorar.
Perdi as lágrimas, perdi a poesia, perdi o ontem e a
Vontade de me completar nas entrelinhas que quase
Ninguém entende, só a alma sabe ler nas entrelinhas.


José João
22/02/2.017

Silêncio e solidão me bastam

Hoje não preciso de ninguém...
O silêncio e a solidão me bastam...
Talvez nem amanhã...nem amanhã...nem amanhã
(quero que me amem, não que me precisem)
Tenho tanto pra me contar,,, alma pra me ouvir,
Que hoje, não preciso ouvir ninguém,
Apenas a mim mesmo me contando histórias
Das minhas dores, das ausências, dos adeus...
Não que eu me baste, mas a solidão e o silêncio
Me convenceram que nós somos apenas um e,
De mãos dadas, choramos na poesia lágrimas
Só nossas, nos olhamos ternamente, o silêncio
Nos permite sermos só nós, ninguém nos ouve
Nem nos fala e nem é preciso. As vezses me veem
Pedaços de saudades, mas nem de saudade nova preciso,
Todas as minhas saudades, mesmo as de muito tempo,
Choro com lágrimas novas é claro, entre o silêncio
E a solidão (nunca me deixam só). Quando alguém
Me diz adeus, ou não têm tempo pra mim,
Não me deixam no desespero de não saber quem sou,
Me abraçam, as vezes até me acalentam o sono...
A verdade é que hoje não preciso de ninguém
 E talvez nem amanhã, nem amanhã, nem amanhã.


José João
22/02/2.017

Um quase sem por do sol.

Lá no horizonte, um horizonte que a gente quase alcança,
O sol brinca de esconde-esconde com uma nuvem criança
(que nasceu agora a tarde), ou talvez, quem sabe, esteja
Se embelezando para um lindo se por? Só que minha alma
Ansiosa e cheia de saudade se alvoroça toda, se senta lá,
Bem alto, numa brisa que vem brincando com o mar
Desde não sei onde. E o sol?! Brincando com a nuvem
Que insiste em ficar, que insiste em se fazer parte
Do por do sol (acho que é o primeiro dela dado a teimosia)
O vento chega, tenta empurra-la e ela ... nada,
Insistiu em se fazer história, em se fazer pintura,
E o sol, por respeito ou...até mesmo carinho, apareceu
Timidamente por trás da nuvem, saudou o mar,
Até uma estrela em descabido estar, acho que saudou
Até minha alma com uma "piscadinha" (eu a senti
muito eufórica). Tentou desenhar um caminho no mar,
Desses "caminhos" que fazem o pensamento voar,
Deixa um olhar demente e um vazio sem pensar...
Mas minha alma, atrevida, cobra e cheia de saudade
Diz: Nuvem, amanhã não venha, quero meu caminho
Feito de por do sol para poder...sonhar e... voar.

José João
22?02/2.017


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Apenas eu amava!

Fico inventando amores que, agora sei, não vivi, 
Fico fazendo poesias que nas entrelinhas não sei
Se sou eu ou meu estranho mundo de fantasias,
De fingidas e descabidas fotografias, de pedaços
De sonhos, que até talvez tenha sonhado, na ilusão
De uma existência, que se fez ao tempo, inúteis
Romarias da alma a mundos ilusórios onde palavras
Vazias, ditas por apenas serem ditas, enfeitavam
Momentos, como se fossem verdades as tanas ilusões
Que nunca foram além disso, de ilusões. Agora...
Tão doloridas como impiedosos açoites da solidão
Que aprendi sentir ao saber-me vazio de mim...
Por não serem verdades... as "verdades" que ouvia!
Aos quantos...eu te amo! Que ouvia como canção,
Num embalar a alma que se enchia de sabores
Como se cada um fosse uma florida primavera 
A embalar-me a vida, os sonhos e os amanhãs?
Mas...quantos!? Quantos... eu te amo já ouvi
Com alma aberta num solene entregar-se toda?
Hoje, percebo tão triste quanto sozinho...
Que a cada um eu te amo dito a mim...era eu...
Apenas eu que amava!

José João
20/02/2.017


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Amar é um milagre.

Há dia em que a vida se faz tão estranha!
Fica tão difícil de viver! É um medo! Desses...
Que deixa um silêncio doente dentro da gente! E tudo
Fica perdido, até os sonhos se perdem confusos.
Uma solidão que se pensa maior que o medo,
Um vazio de não se ter feito, de não se ter amado.
Uma angustia, como se faltasse tanto pra se fazer!
Há dia em que a vida se faz tão absurdamente pequena
Que os sonhos parecem descabidos, e o remorso,
Por tudo que não se fez ou...não disse, se faz
Maior, mais denso, mais desesperadamente pecado.
Os pensamentos se fazem estradas desconexas
Para pedidos que talvez nem valham mais...
Histórias por si só se escrevem, vão buscar não sei onde
Momentos, que talvez nem a alma soubesse guardados,
Mas chegam nítidos, como escritas novas, vivas e...
Ficam, como se precisassem ficar, como se precisassem
Se fazer outra vez saudade. Há dia que estranhamente,
E não se sabe porque, parece dizer que tudo que se fez
Foi pouco e que amar...amar é um milagre.


José João
19/02/2.017


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Os gritos de meus olhos.

Acho que eram lágrimas, os gritos que saiam
Desesperados dos meus olhos, pedindo que te buscasse
No tempo ou nos sonhos que lentamente se apagaram
Entre as dores. Também não sei sei se eram
Pedaços de saudade misturadas com angustias,
Com vazios de solidão que me faziam sentir essa tua
Ausência, como fosse falta de tudo, de sonhar e...
Até viver, de sentir na alma a ansiedade de esperar
Os amanhãs (desde hoje ficaram tão tristes!!)
Talvez até fossem gritos desesperados de minha carência
Tentando mentir para a tristeza, que "piscava" gentilmente
Pra minha alma (a tristeza é tão falsa!) querendo
Lhe fazer morada, não fosse um pedaço de um dia,
Que nem lembro mais, só lembro que teu olhos,
Ternamente me disseram: Te amo. Aí, um sorriso
Tímido tomou meu rosto, espantou a tristeza...
Já bastavam a angustia, a solidão e a saudade
Para fazerem as lágrimas, aos gritos, saírem
Desesperadas dos olhos, que um olhar demente
As levava a lugar nenhum...mentindo que...
Te buscava.


José João
10/02/2.017


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Acho que minha alma te inventou

As vezes te acho uma invenção de minha alma carente,
No desespero de não estar só, te inventou pra mim,
Te fez verdade, te escreveu dentro de mim...e depois...
Pela perfeição do que  chamam amor...te fez saudade,
E hoje és como uma poesia que só sei sentir,
As palavras são poucas, quase nada para dizer quem és.
A criação perfeita de uma alma que só sabia chorar
Tristezas e solidão, hoje ela chora saudade, dói menos.
Minha alma te fez toda e te cultuou em mim...
Bem lá dentro dela, te eternizou como relíquia divina,
Assim como se fosses a essência de uma existência
Que faz a vida ser plena, intensa, cheia de certeza
Que o amor existe e muito mais perto do que se imagina,
Dentro da gente mesmo. Com certeza minha alma
Te inventou, não te deu nome, porque um nome
É tão pouco, (não se consegue nomear a perfeição)
Te fez um mistério, nada é mais belo e fascinante.
Quando minha alma te inventou, foi que aprendi
Que para o amor... não precisa um rosto, só alma.


José João
02/02/2.017


As vezes não sei nem de mim.

As vezes não sei o que me falta...nem o que procuro,
Percorro caminhos num vadiar solitário e demente,
Ouço o silêncio, as vezes grita coisas que não entendo,
Outras vezes me martiriza com o vazio de um nada,
Tão silencioso que ouço o gemido da alma
Soluçando saudades que não sei, de tão descabidas.
As vezes me conto histórias que nem sei se são minhas,
Mas que preciso ouvi-las para me sentir gente, vivo
A recordar momentos que parece nunca tê-los vivido.
Não sei esta tanta falta, essa tanta ausência que sinto
E não sei de quê. Uma carência do que nunca vi,
De quem não sei nem se existe. Não sei se é saudade,
Mas se for é mais doída de todas as que senti
Por não ter um rosto, um momento que me lembre
Que agora tenho o direito ou a sorte de senti-la.
Amar, amei... e tanto que até a alma chama um nome
Quando me convida para chorar. Mas essa falta
Que sinto agora,,, não sei... mas dói.


José João
02/02/2.017