sábado, 1 de outubro de 2016

Talvez nunca seja saudade, seja ...

Não é tua saudade que me faz chorar, traz essa angustia,
É a tua ausência, ela é que definha as horas, os dias,
Deixa essa ansiosa vontade de ir sem lugar pra chegar,
Faz a alma ajoelhar-se chorando prantos que nunca chorou,
Atirar-se num denso vazio de sonhos mortos e vontades vãs.
Um silêncio, como se tudo estivesse dentro de um nada,
Parece fazer o mundo parar, esse mundo onde tua ausência
Me deixa caído, sem força pra gritar ou caminhos para seguir,
Me perco entre os restos dos sonhos que me fizeste sonhar,
E um sussurro, como se o tempo me quisesse falar, dizer
Em segredo o que não quero mais ouvir... nem sentir.
Lentamente, caminho entre os medos que agora sinto,
Dos amanhãs, com certeza, cheios de tristezas e aflições,
Das noites, cheias de tua ausência, das torturantes perguntas
Que não terão respostas porque as lágrimas só sabem chorar,
Dessa desmedida agonia da alma a sufocar-se com essa dor.
Quem me dera essa saudade gritasse dentro de mim,
Como gritaram as outras pelos tantos adeus que ouvi,
E até chorei, mas com tua ausência é tão diferente!
Talvez nunca se faça saudade, talvez, para sempre,
Se faça apenas ...minha vida.


José João
01/10/2.016


Um comentário:

  1. Uma saudade sofrida...mais uma das lindas obras que cria, poesias que alcançam a dor e as lembranças de qualquer um, mesmo sem ter passado por tamanha dor...a ausência é demasiada triste, pode ser de um amor, de um ente familiar, de uma bela amizade que some. O AMOR é o querer volitivo que enlaça corações. Parabéns João por tão lindas obras. Eu amo suas poesias prque me vejo em cada uma delas. Boa tarde

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