quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Sim...sou eu

Caminhei por estradas que nem conhecia,
Busquei horizontes distantes e perdidos no tempo,
Passei por entre eles e fui, sem rumo, apenas indo.
Naveguei por mares desconhecidos por noites e dias,
Por vezes sem nenhuma rota, mas não importava,
Precisava ir sempre, o mais longe que pudesse ir,
Ou que meus sentidos mandassem, e assim fazia.
A alma, sonolenta, e cheia de mágoas se fazia órfã
De sonhos, de razão, de lembranças, tudo era vazio,
A não ser pelas orações rezadas e vãs esperanças.
Nas noites, deitado entre a solidão e a tristeza...
(ainda assim o frio era cortante, de corpo e alma)
Olhava as estrelas, lhes dava um nome, ainda sorria,
Imaginando estradas entre elas (riscadas aqui no chão)
Que me levassem a outros lugares onde ainda pudesse
Haver motivos para olhar o tempo e esperar amanhãs
Mais risonhos. Mas pouco a pouco, e tristemente,
Ia percebendo que esse lugar não existe...não existe,
Onde eu chegasse lá estariam, solidão, tristezas,
Saudades, pois o transporte delas... sou eu

José João
20/10/2.016


Um comentário:

  1. "Onde eu chegasse lá estariam, solidão, tristezas, saudades, pois o transporte delas... sou eu" Perfeito!! Como são todas as suas palavras, Joao! Abraços, poeta.

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