quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A gaveta do poeta

Ao poeta foi permitido a magia de ver o invisível.
Põe suas ideias e emoções dentro de uma gaveta qualquer,
Sem chaves, sem trancas, sem medos e deixa
Que a abram. só ele sabe o tesouro que guarda,
Os outros o chamam de louco por acharem a gaveta vazia,
Mas dela, saem sonhos dourados, saudades distantes...
O poeta, em sua gaveta, guarda até o tempo,
Guarda estrelas, flores, guarda até mesmo pensamentos.
Na gaveta do poeta estão guardados o silêncio, a saudade, 
Ilusões, até versos ainda não escritos...nela, o poeta guarda 
Todas as palavras, ainda que em desordem, mas sabe 
Busca-las quando precisa, sabe onde está cada uma delas,
Por vezes nem é preciso abrir totalmente a gaveta.
Muitas e muitas vezes perguntam se ela é mágica,
Por caber ou guardar tanto...outras, por não conseguirem 
Vê-la, coitados! Acham que não existe, mas há momentos
Que até mesmo o poeta não consegue abri-la, em outros,
Seus guardados saem tão efusivamente, quase que fugidos, 
E lá vai o poeta busca-los lentamente no tempo,
Como o  passado, uma saudade antiga, o silêncio,
E por vezes, até o homem que guarda o próprio poeta.
E assim ele guarda seu tesouro em uma gaveta  
Que alguns acham que não existe, outros acham que é magica,
E só mesmo o poeta sabe abri-la, com um simples toque
De coração, ou talvez de ... saudade.

José João
reedição (a pedido)
19/03/2.011
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