quarta-feira, 16 de março de 2016

Eu e a tristeza, hoje choramos juntos

Minhas mãos, tremulas, acariciam meu rosto, 
Tateiam suas marcas sofridas e choram juntos,
As mãos parecem querer, no rosto, escrever poemas
Com as lágrimas que como versos vazios se fazem
Silenciosa história que a alma conta sozinha e triste,
Sem nada fazer, além de chorar sua própria angustia.
As mãos, nervosas, percorrem um rosto que nem mostra
A dor que sente, tanta é, que se contorce num esforço
De fingir, num sorriso, tudo que sente e nada diz.
Um olhar foge na demência do tempo... e vai,
Perdido entre caminhos que nem exitem, na imensidão
De uma solidão tão grande que até o silêncio se faz grito,
Estridente, fazendo eco entre os pensamentos perdidos.
Parece que todas as saudades se fizeram um só dor,
E uma estranha vontade de chorar mais e sempre mais
Até se faz descabida pelas tantas lágrimas que já chorei,
Foram tantas que meus olhos se inundaram, se afogaram,
Que até a tristeza, compadecida, me ajudou chorar,
E dividiu comigo essa tanta dor.

José João
16/03/2.016





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