sábado, 12 de março de 2016

Coisas e dores avulso

Restos de poesias atiradas num chão invisível
Onde só o poeta pode ver, palavras aflitas
Querendo ser ditas, escritas, gritadas
Mas se fizeram silêncio, não cabiam na dor do poeta.
Não naquela dor que ele chorava agora.
Talvez até coubessem em outra dor, em outra poesia.
Poesias inacabadas, guardadas numa gaveta mágica,
Que só o poeta pode abrir, estavam misturadas
Com velhos sonhos, lágrimas antigas...
Até mesmo poesias que nunca foram escritas
Porque não contavam a dor completa sentida pelo poeta,
Estavam também adeus, cheios de rancores...
Saudades doídas, sorrisos mortos, olhares sem cor
Tudo guardado na gaveta mágica, sem trancas
E só o poeta sabe buscar seus guardados, 
É quando a alma precisa chorar dores antigas,
Não que ela queira, é o pensamento que trás...
Por que agora, o que foi a mais extravagante rotina
Se faz uma saudade muito difícil de sentir!
Tão difícil que o poeta não sente sem chorar.

José João
12/03/2.015


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