terça-feira, 29 de março de 2016

As vezes assim sou eu

Eu!! Eu sou artista, sou até boêmio,
Como boêmio sou poeta, faço versos,
Fiz versos pra lua, dela fiz minha amante,
As vezes inocente, outras misteriosa,
As vezes pura, outras devassa, indecente
Eu o boêmio, ela, despudorada.. a lua
Minha amante a deitar-se silenciosa e nua,
Embora promiscua, é com qualquer um
Bêbado que caia com ela na lama da rua.
Mas é ela que nas noites, me escuta em silêncio.
Me afaga, chora comigo, me ouve declamar
Versos vazios de poemas inacabados.
Sou artista, também sou palhaço, sei fingir...
Olhem meu rosto, olhem! Sempre alegre.
Se rio, se choro, quem sabe? Que importa?
As vezes sou mendigo, pedindo restos
De risos que não me deram, de olhares
Que fugiram, até por medo, As vezes
Imploro migalhas que sobraram de beijos
Que foram trocados sem emoção...
(Ah! quanta falta me fazem hoje!!)
As vezes estico as mãos, pedindo...
Pedir é uma prece que sempre se reza só.
É uma prece que ninguém reza junto...
Mesmo um pedido da alma... mas quem daria
Um pedaço de carinho, mesmo por esmola?

José João
29/03/2.016

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