Esse pássaro, que sozinho voa, em perdida rota
Olha triste, no fim do nada uma sombra distante
O medo lhe toma, mas sabe ele que não tem volta
Chorando, num pensar triste vai rumo ao horizonte
Lhe pesa as asas tão carregadas de solidão perene
Vê o vazio, do céu ao mar, sem um porto para pousar
Bate forte o coração como rezasse uma oração solene
Como se pedisse a um Santo Deus forças para voar
O vento, talvez por pena, as vezes se faz estrada
Lhe toma as asas num voar leve, solto e até sereno
E assim vai. mesmo sentindo-se um já quase nada
Mas vêm lembranças, e o desespero se faz ameno
Ave sozinha, chorando em prantos indo sem rumo
Porque será, pergunta, se foram os outros e fiquei só?
O vento as vezes estrada, outras lhe toma o prumo
E lhe arrasta à sua vontade sem piedade e sem ter dó
Ah! Esse pássaro que a esmo voa, chorando solidão
Que nem a brisa num cantar divino a ele acalma,
Que nem o estar mais perto do céu lhe alegra o coração
Esse pássaro que perdido voa, seu nome é...minha alma.
José João
15/12/2.015
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