domingo, 29 de novembro de 2015

Minha solidão e uma flor

A chuva, a noite, o frio, um silêncio de voz
Uma melodia sem letra, dueto, chuva e vento
Cruel não seria a dor se uma saudade chegasse
Não fosse essa tanta tristeza e infinito tormento

Vi, caída no chão, uma flor... parecia chorando
Ouvi, ouvi sim, o suave murmurio da flor reclamando
(Tanto era a solidão que não queria chorar sozinho)
(Juntei-a, precisava, estava só, precisava desse carinho)

Ela, entre minhas mãos, me tomou o sentido (sorriu)
Precisava, por Deus, que alguém sorrisse pra mim
Para uma saudade eu dizia: te amo, e ela dizia sim

Minha alma que tudo ouvia e sabe  traduzir o silêncio
Me falou baixinho: - Diz que a ama. - Enlouqueces-te?
- Sofres tanto. Finjo acreditar ser quem nunca esqueceste.

José João
29/11/2.015







quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Um coração que ainda é teu.

Nunca ninguém amou como te amei,
Nunca fui além de ser totalmente teu
Me fiz servo desse sentir, me entreguei
E sem reservas, a ti, todo e pleno me dei

Sonhei teus sonhos, sorri com teu sorriso,
Me vesti com teu perfume te fiz minha alma
Me ajoelhei aos teus pés te fiz meu paraíso
Meu rio caudaloso, minha vida doce e calma

Nunca pensei além de ti, contigo me vesti
Te fiz meu caminho, meu altar de adoração
Te fiz  minha história em forma de canção

Ah! Como te quis! Como me fiz todo teu!
Até hoje, mesmo dentro dessa saudade,
Ainda é teu, esse coração que nunca foi meu


José João
26/11/2,015

O tempo e as dores da ausência

Dizem que na distância os sentimentos se perdem,
Se fazem pedaços mortos de momentos que se viveu,
Dizem que até a saudade, que deveria ser o registro
Eterno de momentos inesquecíveis, fica perdida,
Se fazendo fragmentos, visão rápida e passageira
De amores vividos, de sonhos verdadeiros, que um dia
Se foram, caminhando na distância que sempre vai
Com o tempo, sem paradas, sem rastros, as vezes
Molhado de lágrimas (é só o que molha o tempo, 
As lágrimas de um adeus pela dor de uma ausência).
O tempo só não se perde, fica sempre atento,
Se o momento é triste e persiste em ficar para sempre.
Dizem que o tempo enxuga o pranto, e do desencanto,
Faz história vencida...não sei. Ah! Esse tempo!
Pra mim ele passa lento, tudo me parece de ontem,
Só não as lágrimas, essas foram de hoje...mas...
Choraram uma dor que já julgava morta...
Mas a ausência sempre será a falta de uma presença,
Na frente de nossos olhos, mas ela, a ausência,
Sempre se fará ficar dentro da alma, se o amar
Foi realmente e verdadeiramente amar...
Por isso não acredito que o tempo cure dores... 
Pelo menos as minhas...

José João
26/11/2.015

Os caminhos que percorri.

Hoje, percorro sozinho, os caminhos que juntos 
Brincávamos de ir buscar o horizonte, 
Os caminhos que, antes floridos, nos faziam brincar
De escolher nome para as flores, como se todas
Fossem nossas. As marcas de nossos pés
Ficavam  no chão como prova do nosso caminhar,
Sem pressa, com o vagar de quem tem todo o tempo
Para ser feliz. Nossos olhos brincavam de carícias,
Envolviam nossas almas num falar mudo, cheio de nós,
Do nosso sentir, da ansiedade dos nossos corações
Que, em cada pulsar só sabia dizer: Te amo.
Hoje, é uma tristeza infinda nos mesmos caminhos,
Não sei se as flores perderam a cor, se murcharam,
Nem sei se o horizonte ainda está lá ou ...se foi
Levado pelos vazios que agora me ocupam todo,
Tudo parece morto, uma aquarela sem cor,
Cheia de sombras, povoadas dos fantasmas,
Criados pela solidão que sempre vai comigo,
Que me toma, que me deixa na boca o gosto amargo
De uma lágrima feita com um adeus...que nunca
Ouvi...mas que o destino escreveu em minha alma.


José João
26/11/2.015


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Te amando no meu chorar

Dói-me a dor de agora ver-te só em sonhos
Se era  tua alma, da minha, o doce abrigo
Com ela sonhava amanhãs sempre risonhos
Agora só os sonhos que um dia sonhei contigo

Tua ausência, faz-me triste a estrada, o seguir
Em passos bêbados, vou tropeçando na saudade
Vou indo sem rumo, num ir sem querer ir
Buscando nos vazios um pedacinho de verdade

Essa verdade que agora é dor, triste tormento
Carência infinda escrita em poesias e lamentos
Em que a rima se faz entre loucura e sofrimento

Que fazer se meus passos não me levarão a ti?
Se hei de atirar-me onde nem sei se vou chegar
Fico sentado no tempo te amando no meu chorar


José João
24/11/2.015

Como foi doce amar!!

Do amor falarei tão ternamente,
Como fosse divino tal sentir
Mesmo aos prantos, dor carente
Mas viver, com ele que aprendi

Dói-me a dor de ardente chama
A ferir-me a alma um triste adeus
Em louco pulsar o coração reclama
Como se só os prantos fossem meus

Sim, chorei por amar e,,, até sofri
Mas não quer dizer que não vivi
Belo foi o sentir ter prantos e chorar

Do amor falarei tão ternamente
Que se fosse eterno o sofrimento
Ainda diria: como foi doce amar!


José João
24/11/2.015




sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Os rastros que a saudade refez

Não sei por quanto tempo chorei tua ausência...
Com lágrimas, com copiosos e doloridos prantos,
Quantas vezes me perguntei até quando essa saudade
Viveria dentro de mim como se tudo tivesse sido ontem.
Fui buscar, lá dentro da alma, guardado com carinho,
Como relíquia que a vida precisa para se estar vivo,
De todos os momentos que vivemos e, hoje...
Sozinho, caminho entre as sombras que deixaste.
Com passos bêbados, dementes, te buscando em vão,
Desejando, na minha loucura, alcançar teus rastros,
Como se caminhos entre nuvens os permitissem ficar.
Tudo é triste, estradas vazias, secas, cheias de nada,
Parece que ao perder teus rastros também perdi o rumo
Caminhando por entre os escombros de um passado
Que minha história não quis contar, tanta era a dor.
Hoje, essa dor que era maior até que o tempo, 
Se fez saudade, e esta se fez teus  rastros
Me levando aos sonhos em que ainda estás.


José João
20/11/2.015

Uma estranha saudade

Já não sei dizer dessa saudade que meus olhos choram,
Dessa dor que sinto, que não passa, desse vazio...
Tão vazio... que faz da tristeza uma história
Que nem sei contar, mas sei sentir e chorar.
Meus olhos se perdem na imensidão do nada,
Lá longe, onde só o pensamento pode ir...
E vai... buscando lembranças, sonhos perdidos,
Pedaços de momentos, imagens que se fazem sombras,
Tudo vem num chegar lento, num arrastar-se
Sem tempo, como se a agustia, que com eles vem,
Sentisse prazer no me ver, desesperado, procurar
Em vão, um lugar pra lhe passar despercebido.
Não sei dessa tanta carência que me toma o ser,
Dessa solidão que toma o tempo, me invade todo,
Me toma as verdades vividas, e a alma... coitada,
Em perene confusão, perguntando sem respostas,
Que será de nós? Perdidos no marasmo infindo
De uma saudade? Exilados dentro de uma tristeza
Que nos cerca,  aonde só nós dois estamos...
Sem voz para pedir clemência, e sem poesias...
Para chorar em silêncio esse tanto sentir.


José João
19/11/2.015

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Quanto Vale a tua morte (Rio Doce)?

Vocês sabem o que é dor? A dor da sede de um rio?
A dor de ver a morte brincando de banhar-se
No desespero de um rio, que nem geme mais,
Que nem se arrasta mais que, na verdade,
Nem cor tem mais? Ah! Quem dera as lágrimas
Se fizessem rio! Mas apenas se fazem água nos olhos
Tristes, vendo a beleza morta dos peixes coloridos
Que brincavam no doce rio mar, de ir e vir.
Rio que corria cantando o que só ele sabia cantar,
Brincando com o vento que lhe acariciava as águas
Como se fosse seu rosto alegre indo sem parar,
Correndo entre as margens brincando de ir,
De correr, de levar sonhos, de brincar de viver,
De sorrir com as flores que, em suas margens,
Miravam suas tantas belezas...e agora...agora...
Nem chorar podem mais, a lama lhes tomou
A leveza, lhes encheu de tristeza, lhes afogou
Cruelmente, lhes arrasta sem dó, e mortas vão,
Como mortas ficarão um dia até as lembranças
De um rio que o homem matou. De um rio doce
Que agora tem gosto de lama, de tristeza e de dor, 
Quanto Vale doce rio a tua morte?


José João
16/11/2.015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O amor brinca com o tempo

Um outro dia, num dia que acordei sem sonhos
(nas noites sonho quaisquer sonhos mas nos dias...)
Que fui te procurar entre meus momentos, guardados,
Entre os tantos pedaços de mim, o tempo, não sei porque,
Insistia em te esconder dentro do esquecimento,
Ousado, tentou fazer de ti apenas um pedaço do passado
Como fosses qualquer um que pudesse ser esquecido.
Corri, de pressa, dentro de mim, revirei velhos guardados
Que a alma guardava pacientemente, e logo, 
Bem na frente de todos, vi teus olhos, cheios de ternura,
Ouvi até tua voz, dizendo coisas que gostava de ouvir...
Até a brisa como companheira fiel dos amantes
Me abraçou ternamente me dizendo baixinho no sentir
Que eras tu. Me sentei bem de frente para o tempo
Que agora me olhava com os olhos baixos,
Se mostrando, para o meu sentimento, tão pequeno
Que se obrigou a voltar e te trazer toda nos sonhos
Que sonhamos, nos momentos que vivemos,
E tudo se fez tanto que o tempo, talvez envergonhado,
Se fez lento, andando vagarosamente. Ei! Tempo!
Não és lento apenas quando se está chorando?
Ele olhou para trás,...deu um muxoxo e se foi...
Com passos de um vencido. Ah! Como o amor é forte?


José João
13/11/2.015

Quando os anjos ensinam amar

Dividi-me em tantos para me fazer completo...
E completa ficou a parte de mim que tomaste.
E nela eu vivo, sem que as outras me importem,
Assim me fiz muito mais do que sempre fui,
Tomei-me nas verdades ouvidas, nos sonhos
Que me fizeste sonhar, renasci entre os escombros
Que de mim um dia ruíram. Cresci, me fiz eu...
Me fizeste assim  Hoje me vejo a essência de nós.
Me ensinaste a refazer-me. como fazem os anjos...
Até aprendi que eles existem, amam, ensinam amar,
Um amar sem troca, um amar sem reservas,
Me ensinaste ao me fazer descobrir a mim mesmo,
Nesse pedaço de mim que tomaste, entraste
E fez dele um eu completo cheio e pronto pra ti...
Mas que se passa com os anjos?! Nos invadem,
Nos tomam, ensinam-nos a sentir um amor
Quase perfeito e...se vão. Num adeus silencioso
Mas tão divino  que não nos deixam dor,
Deixam apenas saudade, uma saudade risonha,
E a certeza de que ficamos.... mais completos
Deixam as asas para nossa imaginação e ...se vão


José João
13/11/2.015


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sofrer...sofrer é isso

A mim, agora a vida pergunta o que é dor,
Não essa dor de chorar, mas a dor de sofrer,
Esse sofrer, tão sofrer, que  faz  de uma só vez
Viver sem se estar vivo e de morto sem morrer.
E uma calma mentirosa, descabida, fingida,
Toma conta da gente e nos perdemos de nós.
Uma vontade de ir, sem nenhum lugar para ir,
De ficar sem saber onde, nem porque, de chorar
Sem ter mais lágrimas para isso. Tudo se perdeu.
Os sonhos se distorcem em visões passageiras,
Pedaços rasgados de lembranças mortas,
Sofrer...sofrer é isso, não ter mais sonhos pra sonhar,
Nem lembrar mais os que sonhou, assim como
Se o hoje não tivesse tido um ontem, e o amanhã,
Não fosse um outro dia, por tudo ser sempre igual,
É sentir, no lugar da saudade, um torpe vazio,
Uma falta sufocante de um lembrar, um recordar
O desespero de se ter certeza que se viveu um dia
Momentos, que agora se perdem com fossem nada.


José João
12/11/2.015




quarta-feira, 11 de novembro de 2015

...se tudo que ainda sei é te amar...


Quando me deixaste! Ainda hoje sinto,
Me deixaste um sol entre sombras,
Saudade entre tristezas, lembranças vãs
Ilusão e angustia como se fossem irmãs

Deixaste um pedaço de te entre sonhos,
De sorrisos brincando na madrugada
Deixaste uma mistura de amar e sofrer
E para te proteger... essa vontade de viver

Vivendo te deixo viva dentro de mim
E cuido para o esquecer nunca chegar
Ou que venha, mas muito, muito devagar 

Nessa incoerente mistura de amor e sofrer
Com certeza é loucura esse tanto querer
Mas te amar, tudo que na vida aprendi a fazer


José João
11/11/2.015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Quando o amar é infinito, o tempo...

Verdades, mentiras, sonhos, confundem minha alma.
 E perdida, ela grita na noite, quando a solidão, sorrateira,
Chega escondida dentro de um adeus, que um dia,
Talvez muito distante, mas que a alma nunca deixou de ouvir,
Vem trazendo tristezas, angustias, e uma saudade doída,
Tão difícil de sentir, que os olhos, em plena escuridão,
Brilham, com as lágrimas chorando em silêncio esse sentir,
Que não passa, que até o tempo guarda, e o esquecimento
Se faz de demente para dizer que tudo aconteceu ontem,
E não sei, se pelo prazer de me ver chorar, ou por clemência,
Como se recordar fosse outra vez viver aqueles momentos,
Pudesse, mesmo entre prantos, ainda que com um sorriso
Triste, sentir ou sonhar, e brincar...brincar de viver
(Viver, eu bem sei, é mais importante que ser feliz)
Resto de pensamentos, sonhos caducos, pedaços rotos
De lembranças que nem se sabia que ainda existiam,
Saudade de carícias que nem foram feitas, de sorrisos
Que não foram dados, de palavras não ditas, tudo isso
Se faz história quando o vazio da solidão chega
E toma conta da gente...o tempo não é distância...
É só mesmo tempo...quando o amar é infinito


José João
09/11/2.015





sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Fingir...é uma mentira mentirosa

Não quero cantar canções nem fazer versos
Que minha alma não saiba cantar ou declamar.
Não quero falar te amo sem que a alma sorria
Ao me ouvir dizer, e se entregue toda e plena
Àquilo que meu coração grita num pulsar forte,
Sem  que os olhos, em alegre regozijo, sorriam...
Com um olhar infinitamente cheio do sentir,
E deles, um  terno e doce dizer, grite em silêncio,
O que a alma repleta de um divino tudo ser
Se entregue, num entregar-se sem perguntas.
Nem na dor, ou na saudade, não quero chorar
Lágrimas que não sejam sinceras, que não saiam
Dos olhos como palavras ditas e, verdadeiras,
Se mostrem ao mundo dizendo de mim,
Naquele momento, o que sou ou o que sinto. 
Não quero mentir meus sentimentos,
Nem esconder a verdade do que sente
Minha alma, cheia de histórias, muitas tristes,
Outras coloridas, mas sempre cheias de mim.
Que todos os meus versos tenham sido vividos,
E que as verdades não sejam mentiras fingidas,
Nem...que minhas mentiras sejam... mentiras...
Sintam como estou...sorrindo nesses versos...

José João
06/11/2.015


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Desde aquele dia...

Um dia, meus lábios, coitados, não souberam mais sorrir.
Meus olhos aprenderam a chorar lágrimas como fossem
Pontiagudos pedaços de dor, farpas a saírem doloridas
De dentro da alma, frias, cortantes, como é a solidão
Que sinto agora, que me faz ajoelhar, mãos póstumas,
Mas sem ter nenhuma oração para rezar...rezar...
As palavras se perdem nos tantos desencontros
De pensamentos cheios de vazios, cortados
Em fragmentos perdidos mas completos de dor
A se fazerem pedaços repletos de saudade, 
Não essa saudade que simplesmente se chora 
E ela vai entre as perdas, mas essa que faz escrever versos 
Que ficam inacabados porque a tristeza não permite 
Que a alma vá além de fabricar lágrimas, 
Derramar prantos, gritar, histérica, como se louca, 
Uma dor que não sabe calar, só sabe sentir
E chorar...chorar...como se  desde aquele um dia...
Chorar fosse o mesmo que viver.


José João
01/11/2.015