sábado, 31 de outubro de 2015

Hoje é como se fosse um sonho

Já sonhei os sonhos mais lindos que alguém já sonhou,
Despertei em dias coloridos, entre abraços e perfumes
De beijos que pareciam nascidos da primavera...
Com gosto de amor, como se este fosse uma planta
Semeada com sementes de carinho, ternura e a doçura
De um sentimento eterno em cada olhar que dizia: te amo.
Nunca houve um talvez entre as palavra ditas com a alma,
Gritadas com o pulsar forte de nossos corações...cheios
De nós e de nossa certeza de sempre os amanhãs
Serem ainda mais cheios de ternura e de entrega...amamos....
Amamos sem medo de vazios, nem de lágrimas, sem medo
De adeus ou de saudades. Amamos intensamente...
Numa entrega de vida, de coração e alma, nos fizemos
Apenas um, sorrimos o mesmo sorriso, sorrimos
Com as mesmas lágrimas quando, alegres, gritavam
Em nossos olhos um sentir que nossas palavras
Não sabiam dizer. Navegamos nos navios de sonhos
Que percorriam mares sem rumos, na beleza única
De nossos horizontes que o amor pintava pra nós dois.
AMAMOS COMO NINGUÉM AMOU - grita minha alma -
Numa tristeza, cheia de vazios, curvada sob o peso
De um dolorido e inesquecível adeus. Chorando,
Em desespero, uma saudade...sem fim

José João
30/10/2.015





quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O desespero de um grito

Ah! Como te amei! Te amei em silêncio,
Dizendo baixinho pra tua alma de um amor infinito,
Não gritei para ninguém ouvir, não valia a pena,
Era nosso segredo, apenas tu deveria saber...
O silêncio de um segredo entre dois corações
 É o grito mais lindo que a alma pode  ouvir,
Assim fizemos, nossos olhares eram palavras
Soltas, confissões cheias de ternura, coisas nossa...
...As vezes nos tomam o que temos sem nos perguntar
Se já sabemos ou podemos viver com a ausência...
Sem perguntar como seriam as manhãs, a saudade...
Se seria uma saudade triste, como sempre é toda
Saudade, quando um adeus rompe, rasga  de repente
Os sonhos que se desejava coloridos por toda vida.
Ficam pedaços perdidos correndo entre pensamentos
Cheios de vazios, martirizando uma alma desesperada,
Que em espasmos e convulsões grita um nome em prantos,
Ajoelhada no tempo, mãos postas em orações rezadas
Em perdida fé e vãs palavras... e que não venha o destino
Fechar o ouvido pra minha revolta, e que minhas blasfêmias
Sejam ouvidas como eco de meus desesperados gritos
De dor que desde aquele adeus... só sei chorar...
E... em silêncio...sentir


José João
28/10/2.015








domingo, 25 de outubro de 2015

Para apenas doer mais

Minha tristeza parece deixar o tempo sonolento,
Se arrastando entre as horas, com preguiça de passar.
Assim, minhas lágrimas se permitem pintar meu rosto
Mais lentamente, se fazerem marcas, como fossem 
Caminhos que meus olhos deixam, para levar
Ao mundo, todas as angustias de minha alma.
A noite então, o tempo se faz bem mais lento,
Parece caminhar com passos trôpegos de um velho
Ancião sem forças para ir, mas sem poder ficar,
A noite fica como fosse uma vida, onde todas
As histórias vêm, as vezes vêm só dor e lágrimas,
Em outras, vem a saudade gritando com o silêncio
Momentos que nunca esqueci, que ficaram
Dentro de mim... nem sempre só como recordações...
Algumas vezes se fazem cruéis castigos marcando
As horas, martirizando a alma com lembranças
De adeus, de olhares chorosos de despedidas,
De palavras que não passaram de breves soluços
Mas que ainda assim pareciam desesperados gritos,
Pedidos de clemência que se perdiam no tempo...
Esse mesmo tempo que se arrasta lento, apenas...
Para a dor ser mais doída.

José João
25/10/2.015





  

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Uma saudade que é só minha

Já não importam teu silêncio nem a mudez de teu olhar...
Já não importam mais. Nem as palavras ditas um dia,
Faladas sem verdade, com uma voz sussurrante 
Como se o medo de dize-las fosse mais forte, 
Ou, talvez, fosse a incerteza do que seria dito.
Me resumi a ouvir o silêncio gritando nos teus olhos
Coisas que não queria ouvir, e parado dentro de mim,
Um soluço, que insistia em se fazer a voz da alma,
Mas sem nada saber dizer. O peito arfava no explodir
Descompassado de um coração que pulsava em prantos,
E os olhos! Ah! Esses se faziam fontes, as lágrimas,
Qual orações perdidas, buscavam  em vão uma clemência,
Que não chegava nunca, tanto foi o pecado cometido...
Amei, amei como se a vida nada fosse além de amar,
Amei como se assim o amor se fizesse tanto
Que a eternidade se faria pouco e o infinito pequeno
Pra nós dois. Meu louco, terno e divino pecado...amar
Mas não há arrependimento. Hoje, essa saudade,
Que um dia doeu mais que qualquer dor, se fez
Placida companheira a lembrar-me, serena,
Dos momentos vividos, e mansamente me diz
Sente o prazer de sentir essa saudade que é só tua.


José João
21/10/2.015




Quem sabe um dia...

Meus versos se derramam hoje ao tempo
Como fossem pétalas banhadas de lágrimas
Brilhando sob um sol de triste brilhar.
Vão sem rumo a debater-se num muro de silêncio
De corações vazios que não sabem mais amar,
E se fazem ecos perdidos de um grito dado
No vazio do tempo sem montanhas para reverberar.
Me perdi dentro de um mundo onde o vazio
De cada um é do tamanho de sua própria solidão,
Como estão todos, mesmo dentro de uma multidão 
Que caminha apressada numa algazarra de almas
Carentes que não sabem mais nem do que precisam.
Meus poemas caem tristes num chão de pedras
Frias, pisados pelo desprezo de quem fez do amor
Apenas uma história do era uma vez...
Ah! Meus versos! Mas continuam sempre indo,
De dentro de mim para o tempo, um dia
Um coração, apenas um que seja, se senti-lo
Em sua plenitude, der um sorriso largo, aberto
E lembrar que  o amor existe...fiz minha parte.

José João
21/10/2.015


terça-feira, 20 de outubro de 2015

As vezes o tempo é tão ridículo!

Lá vai o tempo, passando por dentro de mim...
As vezes rápido - se estou feliz - outras vezes,
Cruel e monotonamente lento - se estou triste -
Mas lá vai o tempo, transformando os amanhãs
Em ontens,  histórias em lembranças, algumas
Se perdem no esquecimento, que o próprio tempo
Se encarrega de apagar como se não houvessem existido.
Mas em mim ficou uma, que se renova a cada dia
Quando muito, quando o tempo insiste, 
O mais distante que ela se faz de mim, é como
Fosse ontem e... uma saudade (dessas que doer
se faz de menos) se faz tão viva que as lágrimas,
Num doar-se a vulso, não se fazem apenas pranto,
Se fazem gritos, que a alma em desespero chora
Com meus olhos,, prazeirosamente emprestados,
Porque quero chorar também. Um instante
Eternizado dentro de mim...que ontem se fez saudade,
Que hoje se faz tristeza e que amanhã se fará lágrima.
É sempre assim, Existem momentos que fazem
Do tempo tão ridículo!!! Que até parece dor de ontem
A saudade que não passa


José João
20/10/2.015

O que havia dentro de mim

Dentro de mim já existiu uma terna paisagem,
Cheia de lírios perfumando minha alma...
De azaleias colorindo caminhos, largos caminhos,
Lá na frente, ainda dentro de mim, um horizonte,
Que no por do sol me enchia de ternura...
Fazia meu coração pulsar mais forte, mais vibrante
Como se fosse uma canção, uma melodia
Com um só nome. Dentro de mim já morou
Um sentimento como se fosse uma primavera...
Lindo, cheio das mais diversas matizes e cores...
Colorindo versos e poesias que se faziam confissões,
Se faziam orações, ladainhas divinas, sussurradas
Ou ditas na eloquência de um silencioso olhar quando,
Cheio de divinal doçura, dizia suave: Eu te amo.
Dentro de mim havia um mundo só pra nós dois.
Hoje, os escombros desse mundo, jazem atirados
Ao relento de dias sombrios e escuras noites,
Ficam inertes caídos dentro de uma triste saudade
Que apenas se faz fragmento de um tempo perdido.
As flores murcharam com o sopro de um adeus,
Que deixou apenas tristeza, solidão e carência
Como fossem flores sem cor nem perfume,
Apenas restos...de tudo...até de mim.

José João
20/10/2.015




sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Coisas que não se sabe porque.

Meu mundo?! Era aquele que você brincava de ser tudo...
Se lembra? Como se fosse minha luz... a canção 
Que a brisa me ajudava  cantar chamando teu nome.
Tinhas o perfume e a beleza da mais bela primavera,
Meus olhos te olhavam com uma alegria lacrimejante,
Tanto era o sentir, o amar, a verdade verdadeira
Da existência perfeita de um sentimento infinito,
Que fazia eterno cada momento cheio de nós dois...
Como era fácil falar de amor...não com palavras,
Coitadas, tão poucas, mas com a força de nossas almas,
Com o gritar dos nossos olhos em eloquentes olhares,
Gritando: Eu te amo...e sorrindo, cheios de amanhãs
Coloridos, pintados cor da mais perfeita esperança.
Mas não sei como, nem porque, as flores da primavera, 
Que achava perene, murcharam, e um adeus...
Desses que não se tem tempo de dizer, de repente se fez
Verdade e um melancólico outono se fez vivo,
Nossos sorrisos, como se fossem folhas, envelheceram,
Caíram  e se foram ao tempo...sem caminhos,
Sem saber pra onde...apenas se foram, naquele adeus,
Que nenhum de nós disse...apenas existiu.

José João
09/10/2.015


Coisas de minha alma

Foi num tempo, que sinceramente não sei quando,
Te encontrei entre minhas vontades e meus sonhos...
Foi num lugar distante, cheio de flores
Que se deitavam nas margens de uma estrada
Que parecia ir dar no horizonte, num distante horizonte,
Onde um por do sol, o mais lindo que já existiu,
Parecia sorrir com teu sorriso, terno, doce e único.
Foi num lugar onde não se chega nunca, que te vi...
Que senti teu perfume perfumando o tempo, 
Meus olhos foram contigo, num caminhar lento,
Como se flutuassem num te seguir para sempre...
Tanto, que minha alma, sem te conhecer, se entregou,
Se fez parte de ti, te fez versos que não sei declamar,
Te fez uma verdade que só sei sentir, te fez uma saudade
Que só sei chorar, uma saudade estranha, 
Uma saudade do que nunca aconteceu...de um dia
Que nunca existiu.  Só sei que sem te ver, te amei, 
Sem te conhecer te senti, sem nunca ter estado contigo 
Senti teu beijo. Não sei se é loucura mas ... sem nunca 
Ter te visto te amo, como se fosses a essência de mim.


José João
09/10/2.015


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Sorrir é outra maneira de chorar

Estranho! Dizem, essa minha maneira 
De chorar sorrindo, de fazer meu sorriso fingir
Que a dor é pouca e passageira. Ah! Meus olhos!
Não permitem mais lágrimas, ou não as tem mais
Para chorar. Muito já chorei em prantos, meu rosto
Era marcado por caminhos por onde as lágrimas
Deslizavam passivas, lentas, levando ao tempo,
A dor que sentia, secando ao vento mais deixando a dor
Que insistia em ficar martirizando a alma...
E gritando ao mundo um sofrer que ninguém entendia.
Aprendi a chorar sorrindo, ensinei meus olhos 
A se vestirem de nada, de nenhuma emoção,
Ensinei a alma a falar baixinho, chorar baixinho,
E aos lábios, ensinei a voz da alma, deixei o olhos
Calados e nos sorrisos, deixava que o pranto
Se fizesse voz, que se enfeitasse com uma alegria
Que o sorriso tanto sabe fingir. As vezes
Nem sabem que estou chorando, assim como é
Com os pássaros. Aquele canto maravilhoso e belo,
Que todos acham divino e alegre, quase sempre
É uma dor que ele está chorando...não fosse
Não seria tão belo...é o chorar do pássaro...
Assim como é meu chorar...um sorriso

José João
01/10/2.015