segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Um dia...não sei mais o que ia dizer

Sonhei os sonhos mais lindos, até os impossíveis
De serem sonhados. Cantei canções nunca ouvidas,
Criadas pelos sentimentos que enchiam minha alma
Da divina doçura de um existir perfeito e único.
Declamei as mais ternas poesias, tanto era a perfeição
Que até perfume tinham (os anjos  perfumam as poesias
que o amor escreve) amei... muito além de mim.
Me entreguei sem medo, fiz caminhos de sonhos
Pra nós dois. Inventei primaveras para enfeitar 
Nosso mundo, criei estradas floridas até o por do sol,
Aprendi com os pássaros a declamar o amor
Em acordes desconhecidos, entendidos apenas pela alma,
Que exultava gritando em douradas e alegres lágrimas
Que meus olhos, entre chorar e sorrir, faziam delas
Crianças marotas brincando  de ser feliz.
A eternidade de cada momento fazia o tempo parar,
E tudo se fazia infinitamente belo, cheio de nós.
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Hoje...hoje não quero conversar, e nem posso.
Não me lembro do que fazer amanhã, minhas palavras
Saem perdidas, sem nexo, parece loucura...
Ah! A primavera nunca mais apareceu...os pássaros...
Agora não sabem mais cantar é só voar, voar, voar...
São tantas flores caídas indo ao vento...amanhã...
Acho que vai chover a tarde...não sei, mas parece
Que perdi um pedaço de mim! Não sei...será que...

José João
28/09/2.015



sexta-feira, 25 de setembro de 2015

...se existisse metade de dor, de tristezas, de...

Não sei em quantas metades se dividem a dor,
A saudade, os medos, as angustias, e todas as tristezas,
Ou se elas são todas inteiras e completas em cada adeus,
Em cada vontade indefinida de ir ou de ficar por não saber
Onde o sofrimento será menor, suportável, sufoque menos
E se faça estrada perdida dentro do vazio que se sente.
Se todas elas se dividissem em pedaços, em metades
Que fossem, seria menor a tentação de gritar blasfêmias,
De desesperar-se, de se fazer restos, escombros caídos
De joelhos entre os sentimentos pelos quais chorar
Se faz oração que se reza com dor e sem nenhuma fé.
Quem dera cada adeus fosse apenas um pedaço de dor,
Um pedaço de saudade, de tristeza, do medo que se sente
Quando se está só...quem dera! Mas em cada adeus,
Em cada perda...dor, saudade angustias, tristezas, se fazem
Inteiras, completas, como se quisessem ser infintas
Enquanto vivemos, como se quisessem se fazer eternas
A cada instante que se olha dentro de nós e choramos
Porque tudo passou e só as lembranças ficaram
Como restos de histórias para uma alma que, de joelhos,
Inventa orações buscando nelas, em vão, consolo
Para as tantas dores que sente.

José João
25/09/2.015



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O canto e o pranto

Porque cantas tão belo em divina alegria?
São as flores que te inspiram esse canto?
É a primavera que te permite essa melodia?
Diz-me desse teu tanto prazer e encanto!

Eu...não vejo motivos para cantares tanto,
Só porque te envolve esse  silencioso perfume?
A mim só trazem saudade, angustia e pranto
Mas toda tua alegria o teu cantar já resume

- Ora a mim dizes cantar alegrias e encantos
Que me embevece o terno e silencioso perfume
Vê, sou um pássaro, esse canto é meu queixume

Quem dera pudesse chorar em copioso pranto!
Assim como choras tuas perdas e saudades
Ninguém vê meu pranto... choro com meu canto


José João
21/09/2.015






domingo, 20 de setembro de 2015

É como eu vivo agora

Um imenso mundo de tristeza rouba minha alegria.
Meus momentos, cheios de divinal beleza,
Se perderam no tempo, correram para o vazio do nada...
Mas não posso esquece-los, nem aos meus sonhos,
Mesmo perdidos, mesmo sem poder encontra-los
E vive-los outra vez...mesmo assim, ainda são meus.
Muitas vezes me perco em lágrimas dentro da solidão
E não consigo ver os caminhos que devo seguir...
Me perdi dentro de mim, mesmo que a saudade
Me lembre quem fomos, Me escondo entre os medos
De ir ou de ficar, não há lugar em que possa estar,
Que essa dor, que não passa, não vá comigo, lembrado
Que um dia existimos, nos sentimos. Ah! Essa dor!
Me faz não querer estar em lugar nenhum, sem que,
Pelo menos, tua saudade não esteja comigo, enganando
Essa amargura que se faz tanta...que em mim parece
Estar viva como se já morasse dentro de minha alma.
Mas é preciso seguir, viver outros momentos...
Sentir outras dores, chorar outras lágrimas...e lá vou eu,
Feito ave ferida, que por cansaço pára nos campos...
Pedindo forças para voar, sem saber até onde chegar
Triste, como se a tristeza fosse o mesmo que viver

José João
20/09/2.015


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Uma saudade com teu nome

Meus olhos sorriram em lágrimas quando a saudade,
Em silêncio, começou chamar teu nome ternamente,
E os sonhos, correndo entre os pensamentos,
Te traziam na leveza, no flutuar dos meus anseios,
Até a solidão que era plena se fez pequena...
Se escondeu atrás de tua presença, e minha alma,
Gritava cheia da vontade de dizer, ainda te amo.
Meu coração pulsou mais forte, ansioso de ti,
Parecia correr em meu peito feito criança alegre
Que vive intensamente a felicidade do existir.
Tudo se fez divino, até a ilusão se fez verdade,
Se fez plena, repleta dos momentos vividos
Que se fizeram eternos pela plenitude do sentimento,
Que na simplicidade do amar, fez morada em nós
Como se cada um  fosse do outro a própria vida.
Minha saudade! Essa saudade que tem teu nome,
Teu perfume, que me afaga com ternura, 
E me deixa assim...como não sei dizer...

José João
16/09/2.015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

As vezes não sei nem de mim.

As vezes eu não sei quem sou, me sinto perdido de mim,
Algumas vezes ouço canções desconhecidas, por vozes
Que nunca ouvi...e a vontade de chorar me chega
Como se ela, a canção, embalasse minha alma,
Que se deita na divindade da melodia, e sonha,
E sente como se já existisse, há muito, dentro dela.
Outras vezem me perco a ouvir a voz silenciosa
Do silêncio a me encher da nostalgia de um existir
Que não sei... buscar um tempo que nem sei se vi,
E pedaços de pensamento que, num caminhar tropego
Dentro de meus devaneios, me chegam, e as lágrimas,
Vêm aos olhos choradas pela alma que parece conhecer,
Desde muito, a voz carinhosa do silêncio, a lembrar,
Meigamente, que um dia existiu alguém que não sei,
Nem onde, nem de onde, e nem como conheci.
Há momentos que não sei quem sou, me perco,
E uma saudade desconhecida, e por não saber,
De onde vem, lhe acho descabida, mas com ela,
Vem a voz que não conheço, uma angustia 
Que não sei dizer, só sei sentir, e um pranto
Que nem sei se já não foi por mim chorado.

José João
11/09/2.015

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Minhas... nem sempre boas lembranças

Ah! Essas minhas lembranças! Vêm de tão longe,
Sem que espere, sem que peça, chegam sozinhas,
Depois chega, sorrateira, a saudade, e muitas vezes,
Apesar do tempo, chegam tão vivas que as lágrimas
Não resistem, primeiro umedecem meus olhos...
Depois escorrem pelo rosto, se fazem caminhos na face
E logo, sem nenhum pudor, se derramam como prantos
Que se vão ao tempo, por caminhos sem chão,
Com pensamentos quase sempre tristes, perdidos,
E sem saber onde vão. Outras vezes me vêm os sonhos,
Sonhos já caducos, que até pensei perdidos no tempo,
Mas chegam como fossem labaredas, quase sem cor,
Moribundas que se apagariam com qualquer brisa,
Mas começam a lembrar histórias, momentos...
Pedaços de mim, restos de beijos, olhares que não dei,
Palavras que não disse, que poderiam ter mudado
Os caminhos, as dores, talvez até essa saudade 
Que sinto agora. Aí vem a dor, a pior das dores
A do arrepender-se, do ter perdido sem dizer nada.
Essa é a saudade mais doída, poque existe
Sem que exista momentos para lembrar, 
Consolar a alma que sempre acha que seria feliz.

José João
08/09/2.015

Hoje...apenas um olhar e um sorriso

Hoje  eu queria apenas um olhar, um sorriso...
Não precisariam palavras, nem cantos, nem encantos...
Apenas um olhar que em majestoso silêncio...
Me dissesse: Te amo. Um olhar que encontrasse
Em meus olhos a beleza de minhas lágrimas alegres e mudas
Dizendo: Obrigado. Apenas isso. Um olhar e um sorriso...
Um sorriso que me fosse terno, cheio de verdades,
Perfumado de primavera, lindo como as flores...
A me fazer delirar sem nada dizer, apenas sentir
E deixar aquele frio me tomar o corpo, minhas mãos
Tremerem, o coração pulsar mais forte, contente,
Como se seu pulsar fosse um grito eloquente da alma,
Em estase, ajoelhar-se em perene agradecimento
Aos céus. Hoje, apenas isso, seria tanto, seria vida,
Seria tanto que faria esse momento eterno dentro de mim.
Como custam um olhar e um sorriso! Como custam!!!
Mas uma tristeza, uma solidão, uma qualquer angustia...
Essas sempre estão perto como fossem pedaços
Essenciais de mim.

José João
08/09/2.015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Quero meus sonhos de volta

Pedi ao tempo que devolvesse meus sonhos,
Entre lágrimas, em sussurros silenciosos, chorados,
Pedi meus sonhos de volta, os que sonhei,
E se foram, e os que ainda quero e preciso sonhar.
Preciso viver, e os sonhos, para quem perdeu tanto,
É uma maneira de estar vivo, buscar lembranças 
Nos sonhos antigos e nos novos buscar esperanças.
Com meus sonhos antigos estão minhas saudades,
Minhas histórias, amores vividos que mesmo perdidos
Se fizeram intensos quando os vivi, mesmo depois,
Quando os adeus foram ditos, ainda assim eram meus,
Ficaram guardados onde o esquecimento se esqueceu
De, por algum tempo, buscar, depois os levou
E agora os quero de volta, com toda a saudade
Possível de sentir...mesmo que venham com prantos
Com dores novas ou as mesmas dores que já chorei.
Os sonhos novos viriam para aliviar meu pesar,
Mesmo que não se fizessem verdades, seriam sonhos,
Enganariam minha alma e me fariam fazer do amanhã
Um novo dia, sentir prazer no esperar...
Um novo acontecer

José João
04/09/2.015






quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Não era rotina...eram detalhes

 Aprendi viver depois das perdas, da carência...
Dos vazios que me sufocaram quando fiquei só.
Aprendi  viver depois de todas as angustias.
A vida, como ela é, me ensinou a ver que detalhes
São maiores do que se pensa, por vezes são maiores,
Bem maiores que os dias, e como reclamava deles!
Pareciam todos iguais, manhãs, olhares, noite, sono,
Lamentos sussurrados, palavras perdidas ou não ditas,
Beijos que pareciam ser de ontem, apenas lábios,
Cansaço do dia, olhares que se encontravam ser rir,
Sem quase dizerem nada, um silêncio que não entendia,
Que apenas ouvia sem sentir, carinhos cansados
Pelo cansaço do dia, tudo era igual, até os lugares
Na mesa, os talheres, a toalha... a mesma de ontem,
O mesmo sabonete, o mesmo perfume na fronha,
Os carinhos, os abraços e beijos de tantos anos, 
Um bom dia, sempre no mesmo horário...
Tudo parecia tão igual, que não valia mais a pena...
Agora sinto como a vida ensina, como o detalhes
São cheios de vida, de sentimentos, mas dor mesmo
É sentir a rotina que tanto reclamei...se fazendo saudade...
Uma angustiante saudade, dessas que dói na alma.

José João
02/09/2.015




Essa é outra dor...outra saudade...


Quantas vezes amei? Sinceramente? Não sei.
Não sei quantas vezes chorei! mas foram muitas.
Lembro-me de adeus que em mim doeram tanto
Que chorei com a alma quase todo meu pranto

Houve uma saudade, dessas que não quer passar,
Que nas noites me acordava, em silêncio me olhava
Dizendo para não dormir,  era apenas para lembrar
E lembrando... ora, que me consolasse chorando

Uma  vez, uma ausência que me encheu de vazio
Me trouxe prantos, solidão, angústias, carência...
Doeu tanto que pareceu a tristeza vivendo no cio

Mas tudo isso agora é passado, e seria diferente
Não fosse essa dor de agora, essa outra saudade
Tão doída que pareço mais dor que mesmo gente.

José João
02/09/2.015