segunda-feira, 1 de junho de 2015

Meus velhos guardados

Hoje, buscando velhos guardados dentro dos sonhos
Caducos, das recordações cansadas, das lembranças
Antigas, de cabelos brancos, encontrei algumas relíquias...
Um beijo que se arrastava lentamente pelos tantos anos,
Que apenas se fez vontade em mim, sem nunca ter sido dado,
Mas, coitado, já caduco, dizia ter sido o melhor beijo
Que troquei um dia. Encontrei também, dentro de um baú
Velho, surrado, escondido num pedaço de pensamento
Cheio da poeira do esquecimento, um eu te amo...
Reticente, tímido, quase sem nada ser mais, se fez
Palavras simples, até sem sentido, o que fez um sorriso,
Cheio de ironia, brincar com escarnio da quase tristeza 
Que as palavras cabisbaixas sentiam por mais nada serem.
Ah! Encontrei também um olhar! Cheio de mágoas
Por ter envelhecido sem nunca ter sido trocado com carinho,
Sem nunca ter tomado o lugar das palavras para dizer
De um sentimento que só ele sabia falar, dizer...gritar.
Encontrei até uma saudade que nem lembrava mais,
Estava de braços dados com um adeus...um adeus
Que insistiu em não se fazer relíquia, em ficar vivo,
Insistiu em se fazer de sempre, para que as lágrimas
Não envelhecessem, se fizessem jovens a cada dia... 
A cada chorar... a cada lembrar.

José João
01/06/2.015


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