sexta-feira, 27 de março de 2015

Essa estranha saudade de ti.

...Me lembro, nas noites, da suavidade do teu respirar,
Parecia cantando canções de ninar, outras vezes,
Parecia contando histórias de amor, ficava horas,
Vendo teu rosto, como se fosses criança inocente
Brincado de dormir e sonhar. Quantas vezes
Meus olhos se encheram de lágrimas (felizes)
Por poder estar perto, velar teu sono, adivinhar teus sonhos,
E, baixinho, dizer para apenas minha alma ouvir: Te amo.
Hoje choro tua ausência nas noites frias cheias de solidão,
De silêncio, de amargura e da falta de ti. O vazio...denso,
A saudade,  minha quase loucura gritando com a alma,
Com os olhos, em desespero e num angustiante sufocar.
Um soluço me toma a voz e um sussurro como oração
Silenciosa, ou como um chorar demente diz teu nome
Lentamente como se fosse uma reza pedindo piedade
Pela tanta dor de uma saudade mais triste que qualquer
Tristeza que já se tenha sabido. Uma vontade estranha
Toma conta de mim, vontade de correr, sem ter onde ir,
De chorar, de fazer-me todo teu outra vez...
Como se pudesse te buscar no tempo...ou onde estejas.

José João
27/03/2.015

terça-feira, 24 de março de 2015

Acho que é essa falta de ti.

Eu sou feito de saudades, distâncias e sonhos,
Sou feito de poesias tristes que choram lágrimas
Em cada verso como fossem palavras não ditas
Porque solidão e silêncio não permitiram sair a voz
Que, tímida, se escondeu entre os vazios que ficaram
Vivos depois de um adeus que se eternizou na alma,
Se fez história, se fez de sempre, de prantos e dores.
Sinto falta dos momentos que não vivi, todos eles,
Que nem sei por onde hoje estão, falta dos beijos 
Que não dei, dos olhares que esqueci, das palavras
Que nem lembro mais. Ah! Quanta falta de mim!
Também sou feito de silêncio, desse silêncio
Que chora sozinho, se esconde num canto da alma
Como se fosse para lembrar o que precisa dizer
Mas se perde já no desejo de se fazer voz.
Sou feito de pedaços, de ontens quase esquecidos,
De amanhãs que não sei o que trazem, de saudades
Que choro, de saudades  que ainda vou sentir...
Mas acho que sou feito dessa falta de ti.

José João
24/03/2.014






terça-feira, 17 de março de 2015

A teimosia de um sentimento

E tu?! O que ainda fazes dentro de mim?
Não te basta fazer-me escravo da saudade?
Deixar-me entre meus vazios, louco assim!
Como se me fosses o começo do meu fim?

Que ainda queres de mim? Já não roubaste tudo!?
Rompeste minha alma e lhe tiraste os sonhos,
Sangraste meus pensamentos e me fizeste mudo
Dos meus dias fizeste pedaços tristes e bisonhos

Não te basta que o silêncio me grite tormentos?
Que o adeus que até agora escuto me cale a voz?
Essa voz que me sai sem força, tristes lamentos
Chorando em prantos essa dor cruel, tenaz e atroz?

Que queres de mim? A não ser deixar-me louco
Pedindo migalhas, restos de desejos perdidos!
Será que essa tanta solidão perene achas pouco?
Achas pouco esse pranto que choro incontido? 

Está bem. Te confesso, te esquecer eu tentei
Busquei horizontes perdidos em mares bravios,
Fui por mares de sonhos até neles, te juro, nadei
Mas deixaste tantas lembranças que até me afoguei

Foram beijos que se fizeram de ontem, não esqueci
Olhares perdidos em doces encantos feliz eu senti
Vivi teus momentos eternos e ternos, como vivi!
Que hoje percebo, embora não queira, vivo por ti.


José João
17/03/2.015







domingo, 15 de março de 2015

Hoje não foi dia de poesia

Hoje os versos quiseram se deitar no silêncio 
Do meu pensamento e dormir no colo da saudade,
Ficaram dementes, sem palavras e sem vontade
De se fazerem poesia. Ficaram ao léu no vazio de mim,
 No vazio das horas que nem sei se passavam...
Ou brincavam de me fazer buscar sonhos distantes,
Como se o tempo tivesse parado e a história triste,
De tanto tempo, se fizesse de ontem, com a mesma dor.
As palavras se atropelavam, os pensamentos se perdiam,
Se confundiam e a alma perdida por tanta tristeza
Fazia os olhos chorarem com lágrimas novas, dores antigas,
Que já havia chorado tantas vezes entre orações e blasfêmias.
Os adeus ditos se confundiam, trocavam de nome,
De histórias, algumas que nem precisava chorar, chorei,
Porque troquei o nome da dona da saudade.
Hoje não foi dia de fazer versos, nem escrever poesias,
Não foi dia de sonhar, nem de buscar palavras,
Foi apenas um dia de juntar pedaços perdidos
Espalhados entre meus tantos desesperos, medos
E carências...foi um dia triste, sem versos nem poesias.

José João
14/03/2.015


quarta-feira, 4 de março de 2015

Histórias que a solidão me conta

Solidão e saudade todas as noites me contam histórias,
Tristes, de adeus, de ausências, de perdas.
Histórias que nem sei se por mim foram vividas,
Mas doem tanto que até acho que quem as viveu fui eu.
Escuto calado, num silêncio que até a noite cala,
E calada, ouve atenta o que dizem solidão e saudade.
Os sonhos se perdem no vazio da insonia 
Que me enche a noite, me abre os olhos, 
Deixa a tristeza ávida de mim a esgueirar-se entre as horas
Como se apenas fosse uma questão de tempo
Ter-me nos braços brincando com minhas lágrimas
Como pedaços de histórias que choro e não sei contar.
Tudo em mim se faz de muito e de sempre...
Prantos...que até parece nasceram comigo.
Angustias...que deixam a alma mais triste que carente.
Medo...de que seja essa falta de tudo, até falta de mim
Que me deixei ficar dentro da dor daquele adeus
Que parece não querer passar nunca.

José João
04/03/2.015