quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Hoje nem pude escrever uma poesia

Hoje me faltaram as palavras, a poesia se foi,
Tudo porque minha dor ficou maior que a saudade,
Está do tamanho da tristeza,  daquela tristeza 
Que faz até as  lágrimas se fazerem poucas,
Que faz o mundo ficar pequeno, sem ar e sem cor,
Que por mais que sejam os prantos chorados
A alma não se contenta e quer chorar muito mais.
Hoje, meu pensamento ficou num opaco silêncio,
Minha voz se perdeu na imensidão de tanta mudez
Que nem em murmúrios pude rezar o nome dela,
Tanto que nem os sonhos puderam ser buscados
Para aplacar a tanta solidão que me envolvia, mórbida,
Como se minha carência estivesse em pleno cio.
A poesia passou furtiva por entre as saudades,
(há quem diga que só existe uma saudade),
Livida e trêmula, como se estivesse com medo,
Esgueirou-se para que a solidão não a visse...
E se foi, me deixando se nenhum verso...
E o papel?! Está lá sobre a mesa...vazio de palavras,
Mas cheio, repleto, todo molhado de...lágrimas.

José João
25/02/2.015


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Meus sentimentos e eu

Sentimentos! Os meus são tantos, que nem sei mais,
Uns, sentidos com lágrimas, outros com sonhos,
Outros cheios de saudades risonhas, alguns repletos
De saudades tristes, cheio de prantos e ais,
Mas são meus sentimentos.As vezes blasfemo dizendo: 
Chega,Gritando em desesperada angustia palavras vazias,
Sem sentido, ainda assim não faço por onde esquece-los,
São meus, minha história, cheios de tantos momentos!
Beijos, lembranças, olhares, tudo que vivi, que lembro...
Está cheio de sentimentos. Nunca disse um:
Eu te amo, sem que minha alma não dissesse comigo,
Nunca senti um rosto em minhas mãos sem que elas
Não tremessem pela emoção de se fazerem carícias,
Era como se falassem baixinho e sem palavras...
Como se elas fossem tão poucas que se faziam inúteis
Na voz do toque transbordante de sentimentos puros,
Cheios da verdade da alma que plena se entrega toda
À vontade de se fazer doação dando sua própria
Essência. Nunca meus sentimento foram escondidos...
Deixo-os livres para que possam contar de mim.

José João
19/02/2.015





quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Minha toda liberdade

Minha alma é livre, como livre é o vento a voltear
Sobre jardins, montes, a ir sem cercas, sem fronteiras,
A cariciar folhas, flores e beija-las nas primaveras.
Tenho a liberdade dos sonhos, de voar nas poesias,
De pintar horizontes que nunca ninguém viu...
Colorir o por do sol que nunca nenhum pintor
Encontrou tintas para colorir, eu o pinto com palavras,
Na magia dos poemas que por si só se fazem belos.
Minha liberdade me permite amar, sentir saudade,
Chorar a tristeza que se faz mais triste do que posso sentir.
Ah! Esses poetas! Que brincam de chorar a dor
Que sentem e choram de verdade a dor dos outros,
Fazem poesias com apenas um nome e eternizam
Cada momento sem um ponto final no fim do verso
Brincam de fazer do infinito um pedaço de pensamento
Quando vai em qualquer mundo buscar um sonho
E o traz preso no pensar de uma ilusão que ele cria.
Essa é minha liberdade, tanto que me entrego ao pranto,
(se preciso for) Onde até as lágrimas, minhas lágrimas...
Se quiserem ser alegres chorando uma saudade triste
Têm liberdade, afinal elas são livres, como eu.


José João
19/02/2.015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Recomeçar...

Não sei se ainda existem marcas no caminho
Que possam me fazer voltar. Não sei também
Se existem razões para meu coração bater mais forte,
Se assanhar com a alma e sonharem sonhos novos,
Não sei. Não sei se meus ais e suspiros mudaram o tom, 
Se se fizeram cantos de esperança a me sorrir nos lábios.
Já nem sei se minha alma, a tanto a toa no marasmo do nada,
Se propõe a abri-se, a se entregar sem medo de dizer que ama,
Se minhas mãos ainda se fazem versos sobre um rosto,
A escreve-lo e descreve-lo em linhas de doces caricias
Dizendo suavemente: Eu te amo, no tremor livido da emoção
Que lhe faz suar como se fossem lágrimas que ela chora feliz.
Se meus olhos se traduzem em olhares cheios de luz
Gritando entre prantos de esperança  um sentimento 
Vivo, intenso, cheio da vontade de ser feliz, de ser pleno
Na confissão da alma silenciosa que nem acredita mais.
Não sei...não sei se ainda sei sonhar, se ainda sei entregar
Meus momentos sem medo de adeus ou saudade,
De dor ou solidão. Não sei...mas se não recomeçar...
A dor do arrependimento de não ter feito...
...Será bem maior.


José João
16/02/2.015






sábado, 14 de fevereiro de 2015

Assim... igual a mim

Qual flor a desmanchar-se ao tempo porque murcharam
As pétalas. A deitar-se moribunda, levada ao vento,
Já sem beleza, e até o perfume lhe foi embora
Ou como folha que, murcha e seca, ao tempo, ao léu,
Vai a lugar nenhum. Assim se fizeram meus sonhos,
Gritos perdidos de ais sem eco, indo aos tropeços
Por silêncios mudos, em torpe angustia por não ser voz.
Ah! Meus sonhos! Pássaros presos no chão caídos,
Lhes cortaram as asas, e sem elas, só lhe resta olhar...
Olhar o céu, lá bem distante e sem poder voar...
Sonhar... mas sem sonhos de lá chegar.
Qual dolorido choro de criança órfã que em lágrimas reza
E não entende porque a vida lhe deixou tão só!
Igual a alma de um andarilho triste rezando rezas
Ao por do sol, caminhando sozinho em veredas finas,
De estreitas margens onde não pode nem descansar.
Igual a mim que em  poesias grito meu pranto 
Num canto, mudo, porque a dor que me tira a voz
Se faz solidão e engole tudo.


José João
14/02/2.015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Como se tivesse sido ontem

Sinto saudade, até hoje, como se tanto tempo
Passado tivesse sido ontem, lembro momentos, 
Palavras, gestos, até o sorriso brincando em  teus lábios,
Fazendo a alegria estampar-se feliz em teu rosto inocente 
Quase divino. Lembro, com saudade, até dos teus defeitos!
Como te faziam diferentes! Como me conquistavam!
Me faziam te amar mais, te querer mais...
Ainda hoje meus sonhos antigos te fazem viva
E os sonhos novos te criam outra vez...refazem histórias 
Que não passamos, recriam momentos que não vivemos...
Tanto ainda és pra mim que até nos amanhãs tu já estás.
O tempo, em mim, te grita todos o dias, te chama
Nas madrugadas, no por do sol, faz caminhos
Para meus pensamentos te buscarem...
Estás tão viva nos meus momentos, tão dentro
De minha alma que até o esquecimento, talvez por saber
Que é essa saudade tua que me faz estar vivo,
Não se permite fazer-me te esquecer 


José João
13/02/2.015

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Amar...amar...sem medo de chorar

Não me importam os ontens tristes e chorosos,
Não me importam os adeus que ouvi em lágrimas,
Os soluços silenciosos chorados nas noites frias,
A solidão vazia, a ausência doentia e angustiante
De uma perda por um adeus que não queria dizer.
Não importam os passos reticentes dados no tempo,
Quando perdido de mim, lamentava tristonho,
Cheio de cicatrizes na alma, as dores sentidas
Por uma saudade deixada no coração e na alma.
A mim, nada disso importa, porque depois de tudo isso
Ainda estou vivo, coração batendo forte, sonhos...
Ainda a serem sonhados, alma repleta de desejos,
E a vontade de ser feliz, e essa vontade me toma
Do medo de procurar amar outra vez...e outra vez...
Preciso amar, preciso buscar esse momento de vida
Que se faz único a cada instante vivido...vou amar,
Sem medo, sem pensar, me entregar todo e pleno
A um amor que sei, ainda virá, e se chorar amanhã...
Paciência, tenho uma alma feliz em chorar por ter amado,
Melhor chorar pela dor de uma saudade que ser vazio, 
Sem nenhuma saudade pra chorar.

José João
12/02/2.015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Minha alma e eu

Não vou compor versos que a alma não aceite
Que dentro deles esteja o que nós dois sentimos,
Não vou fazer poemas em que ela não se sinta
Toda dona deles do que choramos e vivemos 

Não vou fazer versos que a alma diga que minto
Não seria justo, nós dois amamos e sofremos
Meus são os olhos, dela as lágrimas que choramos
Minha é a voz, dela a canção que nós cantamos

Sempre que disse amo, apenas a voz foi minha
Vem lá de dentro, vem todo de dentro dela
Que sofre mais que eu se o amor briga com ela

Nunca amei sem que ela comigo não amasse
Sempre me entreguei à sua toda e plena vontade
Amamos, choramos juntos, é ela minha verdade.

José João
11/02/2.014

O que sei de mim.

Não tenho mais como escrever sonhos,
Inventa-los para enganar a alma triste
As poesias ficaram pálidas e nelas ponho
Toda angustia que viver em mim insiste

Procuro, no tempo, cantos escuros, 
Que de mim mesmo me escondam,
Cruel ilusão nem por atrás de muros...
Solidão e saudade sempre me encontram

Corro a ir buscar antigas lembranças
Restos delas que em mim tenham ficado
Mas não me vêm nem restos de esperança

Perdi a voz na confusão de pensamentos
Que ora me deixam mudo, ora demente
Sabendo apenas o que é ser só, ser carente


José João
11/02/2.015









segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Apenas restos do que já fui!

Meus sonhos se recusaram em ser poesias,
Apenas minha saudade se fez versos, tristes
Diz-me a alma que os sonhos seriam heresias
Porque neles apenas angustia agora existe

Diz-me a vida em lacônico e cruel silêncio
Que nada deve ser dito do que um dia vivi
Que foram apenas ilusões essas dores no cio
Dores que a alma não viveu e eu, nunca senti

Não sei poque a vida insiste em mentir-me tanto
Se meus vazios são frutos de perdas vividas!
Tanto que meus olhos falam gritando em prantos
Angustias e tristezas pela própria vida paridas

Como calar-me a alma os tantos adeus ouvidos?
Se  ela a debruçar-se sobre os vazios de agora
Chora prantos que jamais um dia foram sentidos
Tantos que a razão, como louca, se foi embora!

A mim, só me resta essa loucura fria e demente
Que me faz ser apenas escombros do que já fui
E essa dor lancinante de uma alma triste e carente
Que  só me faz ser resto, do que um dia foi gente!!


José João
09/02/2.015




sábado, 7 de fevereiro de 2015

Quem sabe voltes um dia!



Deus! Deus! vê meus joelhos! Feridos, inchados...
Meus ombros curvos, voz reticente, sonhos mortos...
Os versos! Cheios de nada, apenas palavras soltas
Que a alma grita em preces perdidas, velhas e rotas

Como ficaram os pensamentos! Perdidos e dementes
Gritando em alardes dores que não querem passar
Angustia e solidão a colinear como fossem serpentes
Me tomam, e só blasfêmias me fazem, contrito, rezar

Me tomei nos tantos prantos que não queria chorar
Ergui aos céus, mãos postas, as suplicas dementes, 
Os olhares se perderam num muito tristonho vagar
Até os gritos como loucos choravam de tão carentes

Corri, em sonhos, caminhos que nem sei se pisaste
Pobre andarilho, procurava no tempo teu perfume 
Ouvi, do silêncio, canções que nem sei se cantaste 
Talvez fosse minha alma rezando os seus queixumes

Ao cansaço me entrego de tanto a esmo te procurar
Sento na beira da tarde, olhar perdido a te buscar
Quem sabe um dia voltes nas voltas que o mundo dá?
E talvez, surpresa me encontre, ainda a te esperar!


José João
08/02/2.014





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Que a culpa seja minha

Diz-me que meu olhar é triste, cheio de mim
Como  fossem canção sem nenhuma melodia
Que parecem nuvens de chuva em tarde triste
Diz-me até que dentro de mim mais nada existe

Culpas-me desse vazio que agora me  habita
Mas não falas nada desse tão dolorido adeus
Quem dera essa minha dor fizesse que reflitas
Foram teus lábios que falaram... não os meus

Então deixa que o tempo de mim se faça dono
Nas saudades sentidas nas noites e eu sozinho
Em que tua lembrança de mim me tira o sono

Não me culpes, a culpar-me isso eu já me fiz
Deixa que a alma, a meu fingir, não sofra tanto
Que ela pense que o adeus foi eu quem quis


José João
08/02/2.014






Sei fingir a verdade de ser triste

Grito meus momentos, angustias, saudades, carências.
Minhas poesias, desesperadas, gritam nos versos tristes,
Dores que me doem na alma. Rezo ladainhas em poemas
Cheios de lágrimas que se derramam no rosto
Como fragmentos do tempo, das lembranças e sonhos,
Grito no meio da multidão indiferente, sem tempo,
Outras vezes deixo o silêncio falar por mim, 
Numa demência que me faz ainda mais despercebido...
Não sou ouvido. Minha tristeza, inquilina dos meus olhos
Perdidos em olhares vagos, vazios, sem cor se faz em mim
Uma história, um história que se faz de sempre.
Ah! Essas minha verdades que ninguém vê! Nem ouve!
Nem sente! Dizem até que minha dor não é dor...
E que a tristeza dos versos são fingimentos da alma...
Dizem que sou poeta e não choro minha dor...
Que nos versos que choro apenas poetizo a dor alheia,
E assim, sozinho, fingindo pra mim mesmo 
Que sou feliz, quase acredito, tão bom fingidor eu sou!!


José João
08/02/2.015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Preciso fazer alguém feliz

Não me interessam mais os sonhos deixados para traz,
Nem os que sonharia ainda, não interessam,
Nem os sorrisos perdidos no tempo, lembranças 
Caducas, como risos mortos em retratos amarelos.
Não me interessam mais. Caminhos para horizontes
Distantes, passos deixados na saudade que ficou,
Mas que também não importam mais.
Nada do que ficou para traz, importa mais. Nada.
Momentos, sorrisos, palavras que não queria ouvir,
Promessas que o tempo mostrou ridículas, descabidas,
Fingidas, cheias de nada, que apenas engaram a alma,
Deixando-a aos prantos, ajoelhada, em reza demente,
Cheia de cicatrizes abertas, como se fossem finos cortes
Deixados por lâminas afiadas de uma solidão doentia.
É só o que tenho, o que o passado me deu...
E o que a vida me permitiu viver...até aqui. Chega...
Chega desse resto de mim. Vou seguir caminhos
Que devem me levar a algum lugar, onde alguém
Goste de me ver chegar, de estar perto, me precisar.
 Preciso muito, mais que a mim, fazer alguém feliz...


José João
04/02/2.015



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Hoje só te fiz lágrimas

Hoje não consegui te fazer poesia,
Só consegui te fazer lágrimas,
Escrevi a saudade em versos incompletos,.
Teu nome escrevi nas entrelinhas,
Quando tristeza solidão se juntaram em rimas
Dementes, descabidas, mas me cabendo
Perfeitamente. Tu ausência se encheu
Com teu teu perfume, me tomou os sentidos...
Me embriagou de te num torpor sonolento, sublime,
Quase divino, Gritei teu nome dentro de mim
Com toda força que o silêncio permitiu...
Murmurei teu nome entre soluços
Senti o gosto de teu beijo na lágrima que chorei,
Fui buscar sonhos que sonhamos juntos,
Momentos que ficaram eternos...
Guardados carinhosamente dentro da alma,
Desenhei nuvens e dentro delas escrevi teu nome.
Te guardei dentro do que sobrou de mim...
Quase consigo te ver...tanta era a saudade
Que te trouxe para bem perto. Até fechei o olhos
...E senti tuas mãos no roçar da brisa caridosa
Que se enfeitou de ti... só não consegui
Te fazer poesia...te fiz só lágrimas.

José João
03/02/2.015


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Os beijos com gosto de amanhã

Vou correr pelo tempo, com minha loucura desvairada,
Procurando a mim mesmo. Vou me esconder dos sonhos,
De todos eles, dos momentos que pensei para sempre,
Vou me esconder deles por atrás do esquecimento
Que as saudades insistem em não deixar chegar.
Vou esquecer cor de olhos, sabor de beijos, tudo,
Até de nomes que rezei como oração, que gritei com a alma.
Vou deixar que a demência me tome conta do que um dia
Vivi,  na ilusão de que fosse sempre... fosse eterno
Em cada sonho, e se fizessem plenos nos amanhãs que viriam.
Vou fazer que o esquecimento se faça faminto e os engula,
Sem sentir medo do vazio que deve ficar, mas talvez melhor
Que essa dor tão descabida que insiste em estar em mim 
E que não devia mais sentir. Vou deixar que a loucura
Me tire a razão, me faça inocente num novo recomeçar,
Sentir saudades novas, fabricar jovens e curiosas lágrimas, 
Que deslizem até meus lábios para sentir...o gosto...o gosto
De teus beijos que... apesar de tudo insistiram em ficar
Como se tivessem sido dados a... partir de amanhã.


José João
02/02/2.015