sábado, 26 de dezembro de 2015

Você...eternamente.

Não sei onde estás, só sei que estás muito além...
Do mundo, muito além de qualquer estrada,
De qualquer horizonte. Estás longe, muito longe...
Mas...nossos momentos, os que vivemos juntos...
Ainda estão aqui, dentro de mim... os sonhos
Que sonhamos, apesar de toda essa distância,
Ainda estão aqui, deixando meus dias menos vazios,
Sei que estás longe, até mesmo muito além...
Mas, não sei porque, talvez por milagre do amor,
Desse amor que tanto protege os amantes,
Ainda estás aqui, brincando de alegrar minha alma,
Brincando de fazer minha saudade alegre, cheia de ti,
Como se o além de qualquer distância, fosse bem aqui...
Dentro de mim, na infinitude de um pensar
Que nunca foi além de te, além de nós e do que sinto.
Nunca ficaste longe, até mesmo quando a distância
Se fazia maior que o tempo, as vezes até maior
Que a saudade, mas logo meus pensamentos e sonhos
Te carregam pra dentro de mim, e minha alma,
Em feliz pranto te abraçava dentro da saudade
Que nunca deixei de sentir e nos fazer de sempre.


José João
26/12/2.015

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal


É Natal! Que a Graça Divina lhes inunde os corações. Que Deus lhes ilumine os caminhos e os deixem floridos, sem tristezas, nem atribulações. Tomara os desejos sejam realizados e que as conquistas se façam muitas, que as dificuldades não se façam presente, mas se o fizerem, que Deus na sua bondade divina, façam-nas tão passageiras que nem tenham tempo de senti-las. Que seus dias sempre tenham a beleza da primavera, e que cada novo dia seja um renascer risonho, em que possam, com a família e amigos, sorrirem juntos.
É Natal! E bem aí, já está o novo ano, que venha alegre, com novas vitórias, que venha com cara de criança sorridente e feliz, cheio de coisas boas para todos. Feliz Natal.

José João

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Não... sou apenas triste

Ah! Quanta tristeza espalhada pelos caminhos!
Folhas caídas, levadas a esmo pelo vento...
Vão indo sem ir a lugar nenhum, rolando tristes
Entre as pontiagudas pedras deitadas na estrada,
São agora pedaços rotos de ontem...são passado,
Perdidas da beleza que um dia tiveram. Coitadas...
Não são mais belas, não são mais folhas, 
Agora são apenas restos. Não sei se choram, 
Tão nada se fizeram que nem parece que viveram.
As flores, sem se importarem com as folhas mortas,
Se pintam, se lustram, abrem as pétalas orgulhosas
Como se fossem belas, como se fossem vivas
E um colorido disforme, desbotado, nem reluz ao sol...
Mas que sol?! Esse que tímido ou medroso se esconde
Entre as nuvens? E a brisa?! Chata, a voltear
Entre os galhos, a balançar as flores que parecem dançar
Num valsar ridículo, onde a melodia é um angustiante
Acorde da própria tristeza. Depois dizem, aos gritos,
Que a primavera é linda. Linda!. Não vejo nada belo!
- Não vês a beleza em tua volta? Tu és cego?
- Não. Sou apenas triste. 


José João
21/12/2.015

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Quando o por do sol se faz canção

Sentado na beira do tempo ouvindo uma canção
Cantada em triste silencio pelo por do sol,
Que só a alma em solidão plena pode ouvir
Com os olhos, em lágrimas, como se fossem acordes
Que o coração chora, cheio de saudade e ..angustias.
E continuam os silenciosos acordes do por do sol
Como se fossem sutis prantos chegando lentos,
Em volteios de brisa que não sabe a quem acariciar...
Se ao coração choroso ou a alma angustiada,
Chora a alma triste cheia dos vazios que ficaram 
E que agora, o por do sol, colorido como se fosse
Uma primavera triste vai buscar momentos...que,
Agora lembrados, fazem a dor ser mais doída.
Ah! Como é triste a saudade chorada ao por do sol!
Quando a luz se deita no mar fazendo uma estrada
Infinita em que só o pensamento pode caminhar,
Em que só os sonhos podem voar... é uma beleza 
Triste, tão triste que os olhos se fecham 
Como se buscassem, uma imagem, qualquer que fosse
Desde que trouxesse, mesmo fingido, um sorriso
Que se sabe nunca mais vai acontecer.


José João
17/12/2.015

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O pássaro...

Esse pássaro, que sozinho voa, em perdida rota
Olha triste, no fim do nada uma sombra distante
O medo lhe toma, mas sabe ele que não tem volta
Chorando, num pensar triste vai rumo ao horizonte

Lhe pesa as asas tão carregadas de solidão perene
Vê o vazio, do céu ao mar, sem um porto para pousar
Bate forte o coração como rezasse uma oração solene
Como se pedisse a um Santo Deus forças para voar

O vento, talvez por pena, as vezes se faz estrada
Lhe toma as asas num voar leve, solto e até sereno
E assim vai. mesmo sentindo-se um já quase nada
Mas vêm lembranças, e o desespero se faz ameno

Ave sozinha, chorando em prantos indo sem rumo
Porque será, pergunta, se foram os outros e fiquei só?
O vento as vezes estrada, outras lhe toma o prumo
E lhe arrasta à sua vontade sem piedade e sem ter dó

Ah! Esse pássaro que a esmo voa, chorando solidão
Que nem a brisa num  cantar divino a ele acalma,
Que nem o estar mais perto do céu lhe alegra o coração
Esse pássaro que perdido voa, seu nome é...minha alma.


José João
15/12/2.015






domingo, 13 de dezembro de 2015

Quando chorar é prazer

Deixa-me sonhar teus sonhos como se fossem meus
Deixa que me vista com o gosto do seu sentir,
Com o perfume, mesmo o resto, que deixaste aqui
Na minha tão ilusória vida, nesse meu triste existir

Deixa que me perca no tempo, esse que não se vai
Que fica parado dentro da saudade que me toma
Deixa que a solidão faça ainda mais teu os meus dias
Esses dias vazios de ti que tanto a alma reclama

Corro entre os nadas declamando versos quebrados
Versos cheios de palavras vãs, de palavras soltas
Em descabidas rimas com risos fingidos e inventados

Chamo teu nome, em terno sussurro, a me enganar
Faz que a alma se entregue toda alegre ao teu pensar
E a mim, me faz de prazer, essa saudade chorar.

José João


13/12/2.015

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A dor de um adeus...não passa

Agora sei porque a dor do adeus não passa nunca,
É que a tristeza que fica faz os dias sem amanhãs,
A saudade nos toma todo, nos carrega entre os momentos
Vividos, deixados para trás, mas nunca esquecidos,
E a vida! Sem os manhãs, faz de sempre o dia 
Em que o adeus, dito com palavras, ou com silêncio,
Não sei qual a dor maior, se faz de sempre.
Um mundo diferente, cheio de dias cinzentos, 
Repletos de incertezas, medos, angustias, perguntas,
Que sem respostas apenas aumentam a dor de viver.
Os pensamentos buscam momentos, buscam sonhos,
O desespero da carência grita até chegar na alma,
E uma vontade de chorar galopa dentro da gente,
Enche os olhos de lágrimas, aperta o peito... o coração
Dispara em desesperada e vã tentativa de se fazer ouvir,
Aí, então, orgulho cai de joelhos no chão e.. a gente chora.
Lentos, os momentos, tristemente vão passando...
Se arrastando, indo e vindo em dementes vontades.
E os versos que se queria escrever nem completam
A poesia, porque esta, toda molhada, com as lágrimas 
Que alma chora, prefere calar, por saber que... 
Essa dor não passa.

José João


11/12/2.015

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Minha outra maneira de chorar


Canto, não que meu canto seja um cantar,
Mas minhas lágrimas são como versos soltos,
Fingidas rimas que escondem qualquer chorar
Um canto mudo que canto pra me enganar

Ah! Esse meu canto! Vai perdido a esmo
Enganando os versos que se fazem encanto
Vão indo ao tempo, em acordes sem melodia
Por serem apenas... pobres e fingidos prantos

Não que a alma, por estar triste, não saiba compor
Versos, poesias, que falem até mesmo de amor
Que até diga que essa dor talvez nem seja dor

Talvez  contasse, da vida, toda minha verdade
Minha história toda nas entrelinhas da poesia
Dizendo que essa dor é...uma infinita saudade

José João
08/12/2.015





sábado, 5 de dezembro de 2015

A incoerente coerência da saudade

A solidão não me importa mais, nem os medos.
Não me importam mais tristezas, angustias,
Não importam mais os sonhos, quase mortos,
Tudo agora é pouco, como se não existissem mais.
Corro entre os vazios, e o eco do meu silêncio,
Como um moribundo e perdido sussurro,
Vai dentro de mim, voando solto entre os nadas
Até chegar dentro da alma, cabisbaixa, chorosa,
Olhos fitos nos olhos do tempo apenas sentindo 
O que lhe é permitido sentir e, com suas próprias
Lágrimas, escreve uma poesia de beleza triste
Em versos inacabados de incoerentes rimas.
Não importam mais as claras noites perdidas,
Onde o sono cavalgava sobre a insônia demente
Até o alvor do dia chegar, tímido e reticente...
Perguntando se a solidão ainda ficaria comigo.
Nada disso importa mais...porque agora aprendi
Que essa saudade é muito mais...senti-la
É nunca estar só. É a beleza de um tempo
Que nunca mais vai voltar, mas que... nunca foi.

José João
06/12/2.015


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O que é o tempo para o amor?

Ontem descobri que adeus, distâncias, até o tempo
São tão pequenos, quase nada quando se ama,
Quando a alma se entrega toda e plena a arte de amar,
Sem trocas, sem medos, o amar por apenas amar...
Quando acontece assim a vida toma outro sentido
Fica repleta de momentos que nunca se vão,
Cheia dos sonhos que nenhum esquecimento toma,
Que o tempo tenha se feito anos, muitos anos...
Mas ainda assim, a saudade fala suave da história
Que  fica guardada dentro da alma carinhosamente,
Sempre bela, cheia de infinita doçura, que até sorrisos,
Antes perdidos, se fazem sutis desenhos nos lábios
Que, até outra dia, só sabiam chorar, sem nada dizer.
Ontem refiz  tudo, sem me importar com o tempo,
Busquei o gosto dos teus beijos, me vesti de ti,
Me perfumei com teu perfume, sonhei com teus olhos,
Dormi em teus braços, me embalei ouvindo tua voz,
Quando a brisa passava cantando baixinho como fazias.
Foi aí que percebi que o tempo é menor que nós

José João
04/12/2.015



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Ah! Se saudade fosse flor...

Não amor, nunca mais teve primavera. As flores?
Não sei, acho que se perderam no caminho
Procurando os jardins. Nem mais os pássaros
Ouvi cantar. Aquele pé de flamboyant...aquele...
Que na primavera era o mais alegre, o mais florido,
Não se alegrou mais, não floriu mais, sempre triste.
Os pés de ipês...que deitavam suas flores na grama
Por onde, alegres, corríamos pra lugar nenhum,
Só mesmo pra dentro dos nossos sonhos...
Também não floriram mais, parecem tão tristes.
É amor, parece que a primavera se mudou daqui...
Os bem-te-vis, os rouxinóis, os pintassilgos...
Nunca mais os vi, nem ouvi, tudo ficou mudo e triste.
Que pena que a saudade não é flor. Ah! Se fosse!
O meu mundo seria um jardim, o mais florido,
O mais colorido. Se a saudade se fizesse flores
Minhas lágrimas se fariam chuva, límpida, pura,
Para rega-las todos os dias. Minha vida se faria 
Uma eterna primavera. Mas a saudade não é flor, 
Assim, minhas lágrimas se perdem no nada, 
Num mundo sem primavera, correndo a esmo 
No meu rosto só dizendo tristezas.
Tudo culpa de tua ausência...ah! Essa ausência!

José João
03/12/2.015


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Porque minha dor é maior?

Ah! Quantas histórias, despedidas, perdas...
Mas porque, então, a minha dor é mais doída?
Porque minha  tristeza é sempre a mais triste?
Tanto que minha voz se sufoca no soluço
Que choro entre as tantas lágrimas que saem,
Correm dos meus olhos no desespero dos gritos
Que minha alma não cala e, aos prantos, 
Pede em orações que não sei rezar e, palavras ditas
Mais por dor que por fé, se tornam vãs, vazias...
E por isso se perdem sem serem ouvidas.
Porque minha saudade é mais saudade
Que qualquer outra? Me toma, me aperta o peito,
Me faz não ter lugar, me perco entre ir e ficar,
E os sonhos que vêm, só me deixam mais triste,
E entre buscar lembranças e chorar, me divido,
Uma parte de mim vive lembranças, a outra
Vive a dor de uma ausência que se faz infinda.
Parte de mim te chama aos gritos (desespero)
Outra parte se contenta com tua saudade...


José João
01/12/2.015



domingo, 29 de novembro de 2015

Minha solidão e uma flor

A chuva, a noite, o frio, um silêncio de voz
Uma melodia sem letra, dueto, chuva e vento
Cruel não seria a dor se uma saudade chegasse
Não fosse essa tanta tristeza e infinito tormento

Vi, caída no chão, uma flor... parecia chorando
Ouvi, ouvi sim, o suave murmurio da flor reclamando
(Tanto era a solidão que não queria chorar sozinho)
(Juntei-a, precisava, estava só, precisava desse carinho)

Ela, entre minhas mãos, me tomou o sentido (sorriu)
Precisava, por Deus, que alguém sorrisse pra mim
Para uma saudade eu dizia: te amo, e ela dizia sim

Minha alma que tudo ouvia e sabe  traduzir o silêncio
Me falou baixinho: - Diz que a ama. - Enlouqueces-te?
- Sofres tanto. Finjo acreditar ser quem nunca esqueceste.

José João
29/11/2.015







quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Um coração que ainda é teu.

Nunca ninguém amou como te amei,
Nunca fui além de ser totalmente teu
Me fiz servo desse sentir, me entreguei
E sem reservas, a ti, todo e pleno me dei

Sonhei teus sonhos, sorri com teu sorriso,
Me vesti com teu perfume te fiz minha alma
Me ajoelhei aos teus pés te fiz meu paraíso
Meu rio caudaloso, minha vida doce e calma

Nunca pensei além de ti, contigo me vesti
Te fiz meu caminho, meu altar de adoração
Te fiz  minha história em forma de canção

Ah! Como te quis! Como me fiz todo teu!
Até hoje, mesmo dentro dessa saudade,
Ainda é teu, esse coração que nunca foi meu


José João
26/11/2,015

O tempo e as dores da ausência

Dizem que na distância os sentimentos se perdem,
Se fazem pedaços mortos de momentos que se viveu,
Dizem que até a saudade, que deveria ser o registro
Eterno de momentos inesquecíveis, fica perdida,
Se fazendo fragmentos, visão rápida e passageira
De amores vividos, de sonhos verdadeiros, que um dia
Se foram, caminhando na distância que sempre vai
Com o tempo, sem paradas, sem rastros, as vezes
Molhado de lágrimas (é só o que molha o tempo, 
As lágrimas de um adeus pela dor de uma ausência).
O tempo só não se perde, fica sempre atento,
Se o momento é triste e persiste em ficar para sempre.
Dizem que o tempo enxuga o pranto, e do desencanto,
Faz história vencida...não sei. Ah! Esse tempo!
Pra mim ele passa lento, tudo me parece de ontem,
Só não as lágrimas, essas foram de hoje...mas...
Choraram uma dor que já julgava morta...
Mas a ausência sempre será a falta de uma presença,
Na frente de nossos olhos, mas ela, a ausência,
Sempre se fará ficar dentro da alma, se o amar
Foi realmente e verdadeiramente amar...
Por isso não acredito que o tempo cure dores... 
Pelo menos as minhas...

José João
26/11/2.015

Os caminhos que percorri.

Hoje, percorro sozinho, os caminhos que juntos 
Brincávamos de ir buscar o horizonte, 
Os caminhos que, antes floridos, nos faziam brincar
De escolher nome para as flores, como se todas
Fossem nossas. As marcas de nossos pés
Ficavam  no chão como prova do nosso caminhar,
Sem pressa, com o vagar de quem tem todo o tempo
Para ser feliz. Nossos olhos brincavam de carícias,
Envolviam nossas almas num falar mudo, cheio de nós,
Do nosso sentir, da ansiedade dos nossos corações
Que, em cada pulsar só sabia dizer: Te amo.
Hoje, é uma tristeza infinda nos mesmos caminhos,
Não sei se as flores perderam a cor, se murcharam,
Nem sei se o horizonte ainda está lá ou ...se foi
Levado pelos vazios que agora me ocupam todo,
Tudo parece morto, uma aquarela sem cor,
Cheia de sombras, povoadas dos fantasmas,
Criados pela solidão que sempre vai comigo,
Que me toma, que me deixa na boca o gosto amargo
De uma lágrima feita com um adeus...que nunca
Ouvi...mas que o destino escreveu em minha alma.


José João
26/11/2.015


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Te amando no meu chorar

Dói-me a dor de agora ver-te só em sonhos
Se era  tua alma, da minha, o doce abrigo
Com ela sonhava amanhãs sempre risonhos
Agora só os sonhos que um dia sonhei contigo

Tua ausência, faz-me triste a estrada, o seguir
Em passos bêbados, vou tropeçando na saudade
Vou indo sem rumo, num ir sem querer ir
Buscando nos vazios um pedacinho de verdade

Essa verdade que agora é dor, triste tormento
Carência infinda escrita em poesias e lamentos
Em que a rima se faz entre loucura e sofrimento

Que fazer se meus passos não me levarão a ti?
Se hei de atirar-me onde nem sei se vou chegar
Fico sentado no tempo te amando no meu chorar


José João
24/11/2.015

Como foi doce amar!!

Do amor falarei tão ternamente,
Como fosse divino tal sentir
Mesmo aos prantos, dor carente
Mas viver, com ele que aprendi

Dói-me a dor de ardente chama
A ferir-me a alma um triste adeus
Em louco pulsar o coração reclama
Como se só os prantos fossem meus

Sim, chorei por amar e,,, até sofri
Mas não quer dizer que não vivi
Belo foi o sentir ter prantos e chorar

Do amor falarei tão ternamente
Que se fosse eterno o sofrimento
Ainda diria: como foi doce amar!


José João
24/11/2.015




sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Os rastros que a saudade refez

Não sei por quanto tempo chorei tua ausência...
Com lágrimas, com copiosos e doloridos prantos,
Quantas vezes me perguntei até quando essa saudade
Viveria dentro de mim como se tudo tivesse sido ontem.
Fui buscar, lá dentro da alma, guardado com carinho,
Como relíquia que a vida precisa para se estar vivo,
De todos os momentos que vivemos e, hoje...
Sozinho, caminho entre as sombras que deixaste.
Com passos bêbados, dementes, te buscando em vão,
Desejando, na minha loucura, alcançar teus rastros,
Como se caminhos entre nuvens os permitissem ficar.
Tudo é triste, estradas vazias, secas, cheias de nada,
Parece que ao perder teus rastros também perdi o rumo
Caminhando por entre os escombros de um passado
Que minha história não quis contar, tanta era a dor.
Hoje, essa dor que era maior até que o tempo, 
Se fez saudade, e esta se fez teus  rastros
Me levando aos sonhos em que ainda estás.


José João
20/11/2.015

Uma estranha saudade

Já não sei dizer dessa saudade que meus olhos choram,
Dessa dor que sinto, que não passa, desse vazio...
Tão vazio... que faz da tristeza uma história
Que nem sei contar, mas sei sentir e chorar.
Meus olhos se perdem na imensidão do nada,
Lá longe, onde só o pensamento pode ir...
E vai... buscando lembranças, sonhos perdidos,
Pedaços de momentos, imagens que se fazem sombras,
Tudo vem num chegar lento, num arrastar-se
Sem tempo, como se a agustia, que com eles vem,
Sentisse prazer no me ver, desesperado, procurar
Em vão, um lugar pra lhe passar despercebido.
Não sei dessa tanta carência que me toma o ser,
Dessa solidão que toma o tempo, me invade todo,
Me toma as verdades vividas, e a alma... coitada,
Em perene confusão, perguntando sem respostas,
Que será de nós? Perdidos no marasmo infindo
De uma saudade? Exilados dentro de uma tristeza
Que nos cerca,  aonde só nós dois estamos...
Sem voz para pedir clemência, e sem poesias...
Para chorar em silêncio esse tanto sentir.


José João
19/11/2.015

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Quanto Vale a tua morte (Rio Doce)?

Vocês sabem o que é dor? A dor da sede de um rio?
A dor de ver a morte brincando de banhar-se
No desespero de um rio, que nem geme mais,
Que nem se arrasta mais que, na verdade,
Nem cor tem mais? Ah! Quem dera as lágrimas
Se fizessem rio! Mas apenas se fazem água nos olhos
Tristes, vendo a beleza morta dos peixes coloridos
Que brincavam no doce rio mar, de ir e vir.
Rio que corria cantando o que só ele sabia cantar,
Brincando com o vento que lhe acariciava as águas
Como se fosse seu rosto alegre indo sem parar,
Correndo entre as margens brincando de ir,
De correr, de levar sonhos, de brincar de viver,
De sorrir com as flores que, em suas margens,
Miravam suas tantas belezas...e agora...agora...
Nem chorar podem mais, a lama lhes tomou
A leveza, lhes encheu de tristeza, lhes afogou
Cruelmente, lhes arrasta sem dó, e mortas vão,
Como mortas ficarão um dia até as lembranças
De um rio que o homem matou. De um rio doce
Que agora tem gosto de lama, de tristeza e de dor, 
Quanto Vale doce rio a tua morte?


José João
16/11/2.015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O amor brinca com o tempo

Um outro dia, num dia que acordei sem sonhos
(nas noites sonho quaisquer sonhos mas nos dias...)
Que fui te procurar entre meus momentos, guardados,
Entre os tantos pedaços de mim, o tempo, não sei porque,
Insistia em te esconder dentro do esquecimento,
Ousado, tentou fazer de ti apenas um pedaço do passado
Como fosses qualquer um que pudesse ser esquecido.
Corri, de pressa, dentro de mim, revirei velhos guardados
Que a alma guardava pacientemente, e logo, 
Bem na frente de todos, vi teus olhos, cheios de ternura,
Ouvi até tua voz, dizendo coisas que gostava de ouvir...
Até a brisa como companheira fiel dos amantes
Me abraçou ternamente me dizendo baixinho no sentir
Que eras tu. Me sentei bem de frente para o tempo
Que agora me olhava com os olhos baixos,
Se mostrando, para o meu sentimento, tão pequeno
Que se obrigou a voltar e te trazer toda nos sonhos
Que sonhamos, nos momentos que vivemos,
E tudo se fez tanto que o tempo, talvez envergonhado,
Se fez lento, andando vagarosamente. Ei! Tempo!
Não és lento apenas quando se está chorando?
Ele olhou para trás,...deu um muxoxo e se foi...
Com passos de um vencido. Ah! Como o amor é forte?


José João
13/11/2.015

Quando os anjos ensinam amar

Dividi-me em tantos para me fazer completo...
E completa ficou a parte de mim que tomaste.
E nela eu vivo, sem que as outras me importem,
Assim me fiz muito mais do que sempre fui,
Tomei-me nas verdades ouvidas, nos sonhos
Que me fizeste sonhar, renasci entre os escombros
Que de mim um dia ruíram. Cresci, me fiz eu...
Me fizeste assim  Hoje me vejo a essência de nós.
Me ensinaste a refazer-me. como fazem os anjos...
Até aprendi que eles existem, amam, ensinam amar,
Um amar sem troca, um amar sem reservas,
Me ensinaste ao me fazer descobrir a mim mesmo,
Nesse pedaço de mim que tomaste, entraste
E fez dele um eu completo cheio e pronto pra ti...
Mas que se passa com os anjos?! Nos invadem,
Nos tomam, ensinam-nos a sentir um amor
Quase perfeito e...se vão. Num adeus silencioso
Mas tão divino  que não nos deixam dor,
Deixam apenas saudade, uma saudade risonha,
E a certeza de que ficamos.... mais completos
Deixam as asas para nossa imaginação e ...se vão


José João
13/11/2.015


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sofrer...sofrer é isso

A mim, agora a vida pergunta o que é dor,
Não essa dor de chorar, mas a dor de sofrer,
Esse sofrer, tão sofrer, que  faz  de uma só vez
Viver sem se estar vivo e de morto sem morrer.
E uma calma mentirosa, descabida, fingida,
Toma conta da gente e nos perdemos de nós.
Uma vontade de ir, sem nenhum lugar para ir,
De ficar sem saber onde, nem porque, de chorar
Sem ter mais lágrimas para isso. Tudo se perdeu.
Os sonhos se distorcem em visões passageiras,
Pedaços rasgados de lembranças mortas,
Sofrer...sofrer é isso, não ter mais sonhos pra sonhar,
Nem lembrar mais os que sonhou, assim como
Se o hoje não tivesse tido um ontem, e o amanhã,
Não fosse um outro dia, por tudo ser sempre igual,
É sentir, no lugar da saudade, um torpe vazio,
Uma falta sufocante de um lembrar, um recordar
O desespero de se ter certeza que se viveu um dia
Momentos, que agora se perdem com fossem nada.


José João
12/11/2.015




quarta-feira, 11 de novembro de 2015

...se tudo que ainda sei é te amar...


Quando me deixaste! Ainda hoje sinto,
Me deixaste um sol entre sombras,
Saudade entre tristezas, lembranças vãs
Ilusão e angustia como se fossem irmãs

Deixaste um pedaço de te entre sonhos,
De sorrisos brincando na madrugada
Deixaste uma mistura de amar e sofrer
E para te proteger... essa vontade de viver

Vivendo te deixo viva dentro de mim
E cuido para o esquecer nunca chegar
Ou que venha, mas muito, muito devagar 

Nessa incoerente mistura de amor e sofrer
Com certeza é loucura esse tanto querer
Mas te amar, tudo que na vida aprendi a fazer


José João
11/11/2.015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Quando o amar é infinito, o tempo...

Verdades, mentiras, sonhos, confundem minha alma.
 E perdida, ela grita na noite, quando a solidão, sorrateira,
Chega escondida dentro de um adeus, que um dia,
Talvez muito distante, mas que a alma nunca deixou de ouvir,
Vem trazendo tristezas, angustias, e uma saudade doída,
Tão difícil de sentir, que os olhos, em plena escuridão,
Brilham, com as lágrimas chorando em silêncio esse sentir,
Que não passa, que até o tempo guarda, e o esquecimento
Se faz de demente para dizer que tudo aconteceu ontem,
E não sei, se pelo prazer de me ver chorar, ou por clemência,
Como se recordar fosse outra vez viver aqueles momentos,
Pudesse, mesmo entre prantos, ainda que com um sorriso
Triste, sentir ou sonhar, e brincar...brincar de viver
(Viver, eu bem sei, é mais importante que ser feliz)
Resto de pensamentos, sonhos caducos, pedaços rotos
De lembranças que nem se sabia que ainda existiam,
Saudade de carícias que nem foram feitas, de sorrisos
Que não foram dados, de palavras não ditas, tudo isso
Se faz história quando o vazio da solidão chega
E toma conta da gente...o tempo não é distância...
É só mesmo tempo...quando o amar é infinito


José João
09/11/2.015





sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Fingir...é uma mentira mentirosa

Não quero cantar canções nem fazer versos
Que minha alma não saiba cantar ou declamar.
Não quero falar te amo sem que a alma sorria
Ao me ouvir dizer, e se entregue toda e plena
Àquilo que meu coração grita num pulsar forte,
Sem  que os olhos, em alegre regozijo, sorriam...
Com um olhar infinitamente cheio do sentir,
E deles, um  terno e doce dizer, grite em silêncio,
O que a alma repleta de um divino tudo ser
Se entregue, num entregar-se sem perguntas.
Nem na dor, ou na saudade, não quero chorar
Lágrimas que não sejam sinceras, que não saiam
Dos olhos como palavras ditas e, verdadeiras,
Se mostrem ao mundo dizendo de mim,
Naquele momento, o que sou ou o que sinto. 
Não quero mentir meus sentimentos,
Nem esconder a verdade do que sente
Minha alma, cheia de histórias, muitas tristes,
Outras coloridas, mas sempre cheias de mim.
Que todos os meus versos tenham sido vividos,
E que as verdades não sejam mentiras fingidas,
Nem...que minhas mentiras sejam... mentiras...
Sintam como estou...sorrindo nesses versos...

José João
06/11/2.015


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Desde aquele dia...

Um dia, meus lábios, coitados, não souberam mais sorrir.
Meus olhos aprenderam a chorar lágrimas como fossem
Pontiagudos pedaços de dor, farpas a saírem doloridas
De dentro da alma, frias, cortantes, como é a solidão
Que sinto agora, que me faz ajoelhar, mãos póstumas,
Mas sem ter nenhuma oração para rezar...rezar...
As palavras se perdem nos tantos desencontros
De pensamentos cheios de vazios, cortados
Em fragmentos perdidos mas completos de dor
A se fazerem pedaços repletos de saudade, 
Não essa saudade que simplesmente se chora 
E ela vai entre as perdas, mas essa que faz escrever versos 
Que ficam inacabados porque a tristeza não permite 
Que a alma vá além de fabricar lágrimas, 
Derramar prantos, gritar, histérica, como se louca, 
Uma dor que não sabe calar, só sabe sentir
E chorar...chorar...como se  desde aquele um dia...
Chorar fosse o mesmo que viver.


José João
01/11/2.015



sábado, 31 de outubro de 2015

Hoje é como se fosse um sonho

Já sonhei os sonhos mais lindos que alguém já sonhou,
Despertei em dias coloridos, entre abraços e perfumes
De beijos que pareciam nascidos da primavera...
Com gosto de amor, como se este fosse uma planta
Semeada com sementes de carinho, ternura e a doçura
De um sentimento eterno em cada olhar que dizia: te amo.
Nunca houve um talvez entre as palavra ditas com a alma,
Gritadas com o pulsar forte de nossos corações...cheios
De nós e de nossa certeza de sempre os amanhãs
Serem ainda mais cheios de ternura e de entrega...amamos....
Amamos sem medo de vazios, nem de lágrimas, sem medo
De adeus ou de saudades. Amamos intensamente...
Numa entrega de vida, de coração e alma, nos fizemos
Apenas um, sorrimos o mesmo sorriso, sorrimos
Com as mesmas lágrimas quando, alegres, gritavam
Em nossos olhos um sentir que nossas palavras
Não sabiam dizer. Navegamos nos navios de sonhos
Que percorriam mares sem rumos, na beleza única
De nossos horizontes que o amor pintava pra nós dois.
AMAMOS COMO NINGUÉM AMOU - grita minha alma -
Numa tristeza, cheia de vazios, curvada sob o peso
De um dolorido e inesquecível adeus. Chorando,
Em desespero, uma saudade...sem fim

José João
30/10/2.015





quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O desespero de um grito

Ah! Como te amei! Te amei em silêncio,
Dizendo baixinho pra tua alma de um amor infinito,
Não gritei para ninguém ouvir, não valia a pena,
Era nosso segredo, apenas tu deveria saber...
O silêncio de um segredo entre dois corações
 É o grito mais lindo que a alma pode  ouvir,
Assim fizemos, nossos olhares eram palavras
Soltas, confissões cheias de ternura, coisas nossa...
...As vezes nos tomam o que temos sem nos perguntar
Se já sabemos ou podemos viver com a ausência...
Sem perguntar como seriam as manhãs, a saudade...
Se seria uma saudade triste, como sempre é toda
Saudade, quando um adeus rompe, rasga  de repente
Os sonhos que se desejava coloridos por toda vida.
Ficam pedaços perdidos correndo entre pensamentos
Cheios de vazios, martirizando uma alma desesperada,
Que em espasmos e convulsões grita um nome em prantos,
Ajoelhada no tempo, mãos postas em orações rezadas
Em perdida fé e vãs palavras... e que não venha o destino
Fechar o ouvido pra minha revolta, e que minhas blasfêmias
Sejam ouvidas como eco de meus desesperados gritos
De dor que desde aquele adeus... só sei chorar...
E... em silêncio...sentir


José João
28/10/2.015








domingo, 25 de outubro de 2015

Para apenas doer mais

Minha tristeza parece deixar o tempo sonolento,
Se arrastando entre as horas, com preguiça de passar.
Assim, minhas lágrimas se permitem pintar meu rosto
Mais lentamente, se fazerem marcas, como fossem 
Caminhos que meus olhos deixam, para levar
Ao mundo, todas as angustias de minha alma.
A noite então, o tempo se faz bem mais lento,
Parece caminhar com passos trôpegos de um velho
Ancião sem forças para ir, mas sem poder ficar,
A noite fica como fosse uma vida, onde todas
As histórias vêm, as vezes vêm só dor e lágrimas,
Em outras, vem a saudade gritando com o silêncio
Momentos que nunca esqueci, que ficaram
Dentro de mim... nem sempre só como recordações...
Algumas vezes se fazem cruéis castigos marcando
As horas, martirizando a alma com lembranças
De adeus, de olhares chorosos de despedidas,
De palavras que não passaram de breves soluços
Mas que ainda assim pareciam desesperados gritos,
Pedidos de clemência que se perdiam no tempo...
Esse mesmo tempo que se arrasta lento, apenas...
Para a dor ser mais doída.

José João
25/10/2.015





  

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Uma saudade que é só minha

Já não importam teu silêncio nem a mudez de teu olhar...
Já não importam mais. Nem as palavras ditas um dia,
Faladas sem verdade, com uma voz sussurrante 
Como se o medo de dize-las fosse mais forte, 
Ou, talvez, fosse a incerteza do que seria dito.
Me resumi a ouvir o silêncio gritando nos teus olhos
Coisas que não queria ouvir, e parado dentro de mim,
Um soluço, que insistia em se fazer a voz da alma,
Mas sem nada saber dizer. O peito arfava no explodir
Descompassado de um coração que pulsava em prantos,
E os olhos! Ah! Esses se faziam fontes, as lágrimas,
Qual orações perdidas, buscavam  em vão uma clemência,
Que não chegava nunca, tanto foi o pecado cometido...
Amei, amei como se a vida nada fosse além de amar,
Amei como se assim o amor se fizesse tanto
Que a eternidade se faria pouco e o infinito pequeno
Pra nós dois. Meu louco, terno e divino pecado...amar
Mas não há arrependimento. Hoje, essa saudade,
Que um dia doeu mais que qualquer dor, se fez
Placida companheira a lembrar-me, serena,
Dos momentos vividos, e mansamente me diz
Sente o prazer de sentir essa saudade que é só tua.


José João
21/10/2.015




Quem sabe um dia...

Meus versos se derramam hoje ao tempo
Como fossem pétalas banhadas de lágrimas
Brilhando sob um sol de triste brilhar.
Vão sem rumo a debater-se num muro de silêncio
De corações vazios que não sabem mais amar,
E se fazem ecos perdidos de um grito dado
No vazio do tempo sem montanhas para reverberar.
Me perdi dentro de um mundo onde o vazio
De cada um é do tamanho de sua própria solidão,
Como estão todos, mesmo dentro de uma multidão 
Que caminha apressada numa algazarra de almas
Carentes que não sabem mais nem do que precisam.
Meus poemas caem tristes num chão de pedras
Frias, pisados pelo desprezo de quem fez do amor
Apenas uma história do era uma vez...
Ah! Meus versos! Mas continuam sempre indo,
De dentro de mim para o tempo, um dia
Um coração, apenas um que seja, se senti-lo
Em sua plenitude, der um sorriso largo, aberto
E lembrar que  o amor existe...fiz minha parte.

José João
21/10/2.015


terça-feira, 20 de outubro de 2015

As vezes o tempo é tão ridículo!

Lá vai o tempo, passando por dentro de mim...
As vezes rápido - se estou feliz - outras vezes,
Cruel e monotonamente lento - se estou triste -
Mas lá vai o tempo, transformando os amanhãs
Em ontens,  histórias em lembranças, algumas
Se perdem no esquecimento, que o próprio tempo
Se encarrega de apagar como se não houvessem existido.
Mas em mim ficou uma, que se renova a cada dia
Quando muito, quando o tempo insiste, 
O mais distante que ela se faz de mim, é como
Fosse ontem e... uma saudade (dessas que doer
se faz de menos) se faz tão viva que as lágrimas,
Num doar-se a vulso, não se fazem apenas pranto,
Se fazem gritos, que a alma em desespero chora
Com meus olhos,, prazeirosamente emprestados,
Porque quero chorar também. Um instante
Eternizado dentro de mim...que ontem se fez saudade,
Que hoje se faz tristeza e que amanhã se fará lágrima.
É sempre assim, Existem momentos que fazem
Do tempo tão ridículo!!! Que até parece dor de ontem
A saudade que não passa


José João
20/10/2.015

O que havia dentro de mim

Dentro de mim já existiu uma terna paisagem,
Cheia de lírios perfumando minha alma...
De azaleias colorindo caminhos, largos caminhos,
Lá na frente, ainda dentro de mim, um horizonte,
Que no por do sol me enchia de ternura...
Fazia meu coração pulsar mais forte, mais vibrante
Como se fosse uma canção, uma melodia
Com um só nome. Dentro de mim já morou
Um sentimento como se fosse uma primavera...
Lindo, cheio das mais diversas matizes e cores...
Colorindo versos e poesias que se faziam confissões,
Se faziam orações, ladainhas divinas, sussurradas
Ou ditas na eloquência de um silencioso olhar quando,
Cheio de divinal doçura, dizia suave: Eu te amo.
Dentro de mim havia um mundo só pra nós dois.
Hoje, os escombros desse mundo, jazem atirados
Ao relento de dias sombrios e escuras noites,
Ficam inertes caídos dentro de uma triste saudade
Que apenas se faz fragmento de um tempo perdido.
As flores murcharam com o sopro de um adeus,
Que deixou apenas tristeza, solidão e carência
Como fossem flores sem cor nem perfume,
Apenas restos...de tudo...até de mim.

José João
20/10/2.015




sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Coisas que não se sabe porque.

Meu mundo?! Era aquele que você brincava de ser tudo...
Se lembra? Como se fosse minha luz... a canção 
Que a brisa me ajudava  cantar chamando teu nome.
Tinhas o perfume e a beleza da mais bela primavera,
Meus olhos te olhavam com uma alegria lacrimejante,
Tanto era o sentir, o amar, a verdade verdadeira
Da existência perfeita de um sentimento infinito,
Que fazia eterno cada momento cheio de nós dois...
Como era fácil falar de amor...não com palavras,
Coitadas, tão poucas, mas com a força de nossas almas,
Com o gritar dos nossos olhos em eloquentes olhares,
Gritando: Eu te amo...e sorrindo, cheios de amanhãs
Coloridos, pintados cor da mais perfeita esperança.
Mas não sei como, nem porque, as flores da primavera, 
Que achava perene, murcharam, e um adeus...
Desses que não se tem tempo de dizer, de repente se fez
Verdade e um melancólico outono se fez vivo,
Nossos sorrisos, como se fossem folhas, envelheceram,
Caíram  e se foram ao tempo...sem caminhos,
Sem saber pra onde...apenas se foram, naquele adeus,
Que nenhum de nós disse...apenas existiu.

José João
09/10/2.015


Coisas de minha alma

Foi num tempo, que sinceramente não sei quando,
Te encontrei entre minhas vontades e meus sonhos...
Foi num lugar distante, cheio de flores
Que se deitavam nas margens de uma estrada
Que parecia ir dar no horizonte, num distante horizonte,
Onde um por do sol, o mais lindo que já existiu,
Parecia sorrir com teu sorriso, terno, doce e único.
Foi num lugar onde não se chega nunca, que te vi...
Que senti teu perfume perfumando o tempo, 
Meus olhos foram contigo, num caminhar lento,
Como se flutuassem num te seguir para sempre...
Tanto, que minha alma, sem te conhecer, se entregou,
Se fez parte de ti, te fez versos que não sei declamar,
Te fez uma verdade que só sei sentir, te fez uma saudade
Que só sei chorar, uma saudade estranha, 
Uma saudade do que nunca aconteceu...de um dia
Que nunca existiu.  Só sei que sem te ver, te amei, 
Sem te conhecer te senti, sem nunca ter estado contigo 
Senti teu beijo. Não sei se é loucura mas ... sem nunca 
Ter te visto te amo, como se fosses a essência de mim.


José João
09/10/2.015


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Sorrir é outra maneira de chorar

Estranho! Dizem, essa minha maneira 
De chorar sorrindo, de fazer meu sorriso fingir
Que a dor é pouca e passageira. Ah! Meus olhos!
Não permitem mais lágrimas, ou não as tem mais
Para chorar. Muito já chorei em prantos, meu rosto
Era marcado por caminhos por onde as lágrimas
Deslizavam passivas, lentas, levando ao tempo,
A dor que sentia, secando ao vento mais deixando a dor
Que insistia em ficar martirizando a alma...
E gritando ao mundo um sofrer que ninguém entendia.
Aprendi a chorar sorrindo, ensinei meus olhos 
A se vestirem de nada, de nenhuma emoção,
Ensinei a alma a falar baixinho, chorar baixinho,
E aos lábios, ensinei a voz da alma, deixei o olhos
Calados e nos sorrisos, deixava que o pranto
Se fizesse voz, que se enfeitasse com uma alegria
Que o sorriso tanto sabe fingir. As vezes
Nem sabem que estou chorando, assim como é
Com os pássaros. Aquele canto maravilhoso e belo,
Que todos acham divino e alegre, quase sempre
É uma dor que ele está chorando...não fosse
Não seria tão belo...é o chorar do pássaro...
Assim como é meu chorar...um sorriso

José João
01/10/2.015

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Um dia...não sei mais o que ia dizer

Sonhei os sonhos mais lindos, até os impossíveis
De serem sonhados. Cantei canções nunca ouvidas,
Criadas pelos sentimentos que enchiam minha alma
Da divina doçura de um existir perfeito e único.
Declamei as mais ternas poesias, tanto era a perfeição
Que até perfume tinham (os anjos  perfumam as poesias
que o amor escreve) amei... muito além de mim.
Me entreguei sem medo, fiz caminhos de sonhos
Pra nós dois. Inventei primaveras para enfeitar 
Nosso mundo, criei estradas floridas até o por do sol,
Aprendi com os pássaros a declamar o amor
Em acordes desconhecidos, entendidos apenas pela alma,
Que exultava gritando em douradas e alegres lágrimas
Que meus olhos, entre chorar e sorrir, faziam delas
Crianças marotas brincando  de ser feliz.
A eternidade de cada momento fazia o tempo parar,
E tudo se fazia infinitamente belo, cheio de nós.
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Hoje...hoje não quero conversar, e nem posso.
Não me lembro do que fazer amanhã, minhas palavras
Saem perdidas, sem nexo, parece loucura...
Ah! A primavera nunca mais apareceu...os pássaros...
Agora não sabem mais cantar é só voar, voar, voar...
São tantas flores caídas indo ao vento...amanhã...
Acho que vai chover a tarde...não sei, mas parece
Que perdi um pedaço de mim! Não sei...será que...

José João
28/09/2.015