quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ah! Essa minha saudade de ti!

Ontem gritei teu nome... cada letra uma lágrima,
Gritei teu nome como a oração que minha alma
Precisava para rezar, e joelhada, entre soluços,
Em postura solene, rezou teu nome como se só dele
Precisasse para se fazer viva. Ontem, minha saudade
Te olhou nos olhos, te ouviu a voz, sentiu teu perfume,
Ontem minha saudade sentiu o gosto de ti,
Até a solidão, que se fazia senhora do meu tempo,
Fugiu em passos largos, quando meu sonho te trouxe
Com toda a exuberância de tua pura e divina beleza.
Te fizeste luz na minha carência de ti. Ti fizeste um sonho,
O mais perfeito, a invadir tua ausência que dentro de mim
Se fazia dor, me enchia de vazio, desse vazio que se faz
Denso, como se a vida nada mais fosse que apenas estar.
Ontem, quando minha saudade me vestiu de ti, minha alma
Se acendeu em chamas vivas, labaredas ardentes,
Trepidantes, alegres, como se a vida começasse outra vez,
Cheia de ti. Ah! Esses meus sonhos! E essa minha saudade!
Que te traz, que me faz ser teu, brincando de fazer o tempo
Não passar. Ah! Essa minha saudade de ti! Se faz que seja
Apenas ela essa minha vontade de viver.


José João
27/02/2.014







domingo, 23 de fevereiro de 2014

As mentiras dos meus sonhos

Meus sonhos! Ah! Esses meus sonhos! Ficaram mentirosos,
Enganam minha alma, se fazem ilusões cheias de coloridos,
Constroem momentos que existem só mesmo neles.
Mas talvez seja minha culpa. Permitir que a solidão,
A angustia e toda minha carência  lhes escrevam os enredos, 
Assim, talvez para enganar a dor, eles inventam histórias
Que a alma inocente se entrega, acredita e neles se deixa ficar
Até quando o tempo se cansa e grita que é tudo mentira,
Aí então o mundo se faz cheio de nada, se faz cheio de momentos
Vazios, sufocando no peito um grito que se faz soluço,
E vai ao mundo como se fossem lágrimas gritando a dor
Que os olhos choram em prantos num silêncio dolorido
Com o olhar perdido no vazio de um horizonte que perdeu a cor.
Uma saudade se faz forte, doída, como se fosse de sempre
Mas é apenas saudade que se fez pela dor da perda
De um momento que era simplesmente ilusão, mentira,
Que faz a alma ajoelhar-se no nada, pedindo que o tempo
Passe de pressa para a dor se fazer um passado distante,
Mas para o tempo, a dor é uma passageira sem pressa,
Amiga da saudade que chama a solidão, amiga da angustia,
Que espera a carência se fazer mais forte, para que os sonhos
Mentirosos, ilusórios se façam vivos e enganem a alma
Como agora fizeram com a minha.


José João
23/02/2.014





sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Me ensinaram ser poeta

Não me fiz poeta. Não sou poeta porque quis ser poeta,
Sou por conta das brincadeiras que a vida apronta
Com o coração, com a alma... essa brincadeira
De saber dizer da saudade que fica dentro da gente...
De saber chorar as dores, sem medo do ridículo,
De ser amigo da solidão que tantos sentem medo,
Me fizeram poeta, me ensinaram a amar e dizer: Te amo,
Olhando  dentro dos olhos e falando com a alma,
Me ensinaram sentir o coração pulsar por uma paixão louca,
Que não diz a hora de chegar...apenas chega e fica.
Me ensinaram que amar é não ter medo de sofrer, chorar,
Que cada segundo de felicidade pode-se fazer eterno,
E se for preciso, por ele, chorar uma vida. Vale a pena.
Não me fiz poeta, me ensinaram se-lo. Me ensinaram
Ouvir o silêncio da noite e dele fazer parte,
Que a angustia da solidão faz as horas passarem lentas,
Que esperar a madrugada para ver as estrelas irem,
Como se buscassem outro mundo para brilhar
Levando nossos sonhos com elas, é ser poeta.
Me ensinaram saber chorar baixinho minhas dores...
E sorrindo, dizer que é uma dor alheia.
Não sou poeta porque quis ser...me ensinaram ser


José João
20/02/2.014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Em cada caminho um pedaço de mim.


Acho que me perdi nos caminhos por onde passei,
Fui deixando pedaços de mim. A cada caminho percorrido
Ia me fazendo restos, iam ficando sonhos, lembranças...
As saudades cresciam, as minhas saudades, e triste, hoje vejo,
Não me fiz saudade de ninguém. Outras estradas se abrem,
Mas não se fazem horizontes, se fazem só até ali, 
Onde qualquer soluço de dor alcança, não se faz um caminho
Risonho, desses caminhos onde a alma em risos brinca de brincar,
De sorrir entre os versos que a brisa declama sorrindo,
De sonhar sonhos coloridos cheios da ternura verdadeira
Da doce vontade de amar. Me deixei ficar, não vim comigo.
Me fiz escombros, voz reticente, mãos tremulas, olhar perdido,
Lembranças mortas, não me trouxe comigo. Sou outro,
Já fui uma lágrima que alguém um dia chorou por saudade,
Mas se um dia fui sonho, me fiz pesadelo, desses que ninguém
Quer sonhar, nem lembrar ao acordar. Me fiz fantasma de mim.
Um dia deixei rastros, mas ninguém quis seguir. Olhei para trás,
Ninguém, deixei rastros de lágrimas, deixei poesias soltas,
Gritando ao tempo minhas vontades, medos até meus remorsos,
Acho, sentiram medo de minhas verdades, acharam melhor
Que seguisse sozinho... até quando... não sei.


José João
20/02/2.014

Hoje, a noite chorou comigo

Madrugada, frio, chuva fina, preguiçosa, cai em suspiros
Como se o tempo estivesse com preguiça de chorar,
Ou como se lhe faltasse lágrimas, como se fossem
As últimas da noite. O silêncio insistia em querer ficar,
Mas os pingos da chuva, como lágrimas carentes
Da noite, caiam com um som abafado sobre a rua
Que já levava as minhas, que saiam aos cântaros,
Sem preguiça nem cerimônia, alucinadas chorando minha dor
E levando meus mais doces sentimentos a se afogarem
Na chuva do tempo e de lágrimas que em oceanos se faziam
Cheias do vazio de mim, sem nem mais sonhos para sonhar.
Da janela, via a noite chorosa, chorando comigo
Ao som do pulsar de um coração que embriagado de solidão
Balbuciava um nome que não sabia esquecer, que ficou
Preso na alma como cicatriz aberta para que a dor
Faça lembrar sempre que um dia um amor maior que tudo
Existiu e antes de se fazer vivo se fez saudade.
A noite lentamente ia indo embora, cabisbaixa e triste,
O dia vestiu um manto cinzento, escondeu o sol,
E a solidão, a angustiante solidão, continuou a mesma
Como se pra ela, o tempo pra mim não existisse.


José João
20/02/2.014
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Será que é mesmo loucura?

Loucura. Talvez até seja. Não te conhecer...
Buscar um nome no tempo, que sei, nem é o teu.
Te gritar em desespero perguntando ao mundo por ti,
Não ter resposta e ainda assim dizer: Te amo.
Talvez seja loucura ver teu rosto desenhado
No céu do horizonte, um rosto que faço ser o teu,
Meu olhar te busca, minhas lágrimas choram,
E minha alma se ajoelha rezando orações silenciosas
Como se um milagre pudesse acontecer.
Loucura, eu sei, te beijar nos meus sonhos,
Sentir teu perfume trazido pela brisa que nem sei
De onde vem. Sentir o vento como se fosse tuas mãos  
A acariciar meu rosto. Ouvir tua voz no sussurro do mar
Que canta uma canção  que penso ser pra mim...
Falando de um amor tão infinito quanto eterno.
Alguém errou ao nos dar apenas uma alma e nos fazer
Nascer tão distantes, onde apenas meu pensamento
Pode te encontrar e minha alma te sentir.
Sei que sabes que existo, só não sabes onde estou...
Assim como eu...mas nossas almas vivem juntas,
Apenas nossos corpos ainda não se encontraram...
Mas querida, vem logo...é preciso.


José João
17/02/2.014






sábado, 15 de fevereiro de 2014

Mentindo pra minha alma

Amei, amei como se o amor fosse uma doce loucura,
Me entreguei sem pensar em prantos, adeus ou saudade.
O momento se fez infinito, eterno em cada olhar, cada beijo,
Até num simples tocar de mãos, nos passeios entre flores
Desabrochadas na primavera, perfumando nosso espaço,
Amei com toda minha alma, que se entregou, desde o começo,
Como se o tempo tivesse parado o mundo e começasse dali,
Com nós dois, parecia até que criamos o amor pra nós,
E ele se fez passivo em nossos corações e almas.
Entramos um no outro numa perfeita fusão de alma e carne
A nos fazermos apenas um. Como te amei! Como te vivi!
Me fiz teu, todo teu, me entreguei a ti servir cativo,
Vivendo teus sonhos como fossem meus, respirando teu ar
Como se precisasse respirar por nós dois, me fiz teu,
E ti fiz a plenitude de mim, ti fiz minha sofreguidão de viver.
Deixei de sonhar meus sonhos, os teus eram mais belos,
E aprendi a ti amar mais que a mim mesmo. Não fosse assim
Não saberia viver, afinal era esse amor que me fazia ser eu.
Ai, amor! Até a vida chorou quando um adeus em silêncio,
Sem tempo de ser dito, nos separou. E agora digo que vivo
Pra enganar minha alma, que te chama tanto e sempre digo a ela
Que foste só até ali, naquele horizonte que nunca vimos...
Mas que vais voltar... um dia

José João
14/02/2.014





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Quero acordar contigo

Quero amanhecer entre teus braços, sorrindo,
Como se fosse criança que não sabe porque ri,
Ou como um amante que a noite, como navio de sonhos,
O levou a passear por horizontes coloridos, paraísos
Floridos, cheios de beijos, abraços, ternura e vida.
Quero amanhecer ouvindo teu respirar cheio 
Do cansaço sublime da noite, cheio da vontade
Saciada de nós dois, e tu, tranquila, num sonho inocente,
Se deixar realçar com o raio de sol que pulou a janela
Para te deixar mais bela. Quero embalar teu sono,
Acalentar teu sonho e deixa-lo vivo pra nós dois.
Quero acordar com teu perfume me chamando
Carinhosamente pra te admirar, te ver divina imagem
De mulher entre os lençóis que quase não te cobrem,
Me alucinar o desejo com essa visão santificada,
E entre pecados inocentes me entregar a te servir.
Quero o teu primeiro olhar, o teu primeiro sorriso 
Da manhã e te sussurrar baixinho: Te amo.
Mas onde estás? Já te mandei poesias, versos
Cheios de mim, já te mandei todos os meus sonhos,
Até cartas escritas com lágrimas de esperança,
Acho que o tempo não te encontrou. Mas não canso,
A espera me faz ficar mais pronto pra ti. Te amo.
E não sei quem és.


José João
10/02/2.013


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Perdi o medo

Não tenho mais medo do silêncio da noite
Nem da frieza da solidão. Não tenho mais medo da tristeza,
Nem de sonhar os sonhos vazios que ficaram e se fazem
Minhas verdades de agora, mesmo assim doloridas.
Não tenho mais medo de ir buscar, lá atrás no tempo,
A beleza dos teus olhos e os versos que pra eles escrevi.
Meu medo seria não ter o que lembrar de ti.
As vezes me surpreendo pensando em nós dois - difícil -
Porque na verdade, nos meus pensamentos, só cabe você,
E te vejo como se o tempo tivesse parado naquele olhar
Que me sorria alegre gritando com a alma um amor
Que só eu sabia, só eu sentia, só eu vivia.
Não tenho mais medo de chorar minhas lembranças,
Não tenho mais medo de ser ridículo - como dizem -
Quando choro tua saudade que sempre ficou comigo
Como se fosse um pedaço de ti me acompanhando
Pelas estradas que me deixas agora percorrer sozinho.
Não tenho mais medo de te buscar dentro de minha alma
Onde te guardei para te ter sempre perto, estar contigo, 
Te ter como se tivesses ido apenas até ali e... voltar logo,
Sorrindo, brincando de se fazer saudade.

José João
09/02/2.014





sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

...Vou te amar mais ainda

Que a noite não passe, que a saudade me marque,
Me deixe na alma essa tanta vontade de ti.
Que o amanhecer faça da noite qualquer ontem
Desde que deixe, o que contigo, nos sonhos senti

Que a solidão se deixe ficar contando suas histórias,
Que lágrimas caiam em meu rosto em doce silêncio
Não me importa se a noite lá fora nada me deixa ver
A mim, me importa, por tudo isso, não te esquecer

Que importa se é tão triste a canção que a brisa canta!
Como se a noite estivesse chorando baixinhos lamentos
Que importam solidão, saudade, lágrimas até o silêncio
Dor seria não ti sonhar, aí estariam os meus tormentos

Se o amanhã custar tanto a chegar, por culpa da noite,
Que por pedido da solidão teima em passar devagar
Se no alvor da madrugada fria meu frio aumentar
Não importa, desde que contigo possa ao menos sonhar

Se o silêncio sombrio da noite escura insistir em calar
Minha voz reticente, mas vontadosa de teu nome chamar
Se tudo se fizer vazio por essa tanta e doída ausência de ti
Vou, com toda  força de minha alma, para sempre... ti amar


José João
07/02/2.014








quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Foi apenas um sonho

Hoje fui te buscar nos meus pensamentos,
 Nos meus sonhos, e te encontrei sorrindo pra mim.
Saímos de mãos dadas, corremos contra a brisa,
Deixamos as ondas beijarem nossos pés,
Brincamos de adivinhar desejos, nossos desejos.
Andamos na direção do horizonte, passos lentos,
Nossas mãos se tocavam em carícias inocentes,
Nossos olhares se encontravam sorrindo,
O vento esvoaçando teus cabelos que insistiam
Em te acariciar a face, teu sorriso aberto, lindo,
Brincando de enfeitar teu rosto, um olhar terno,
Como se fosse um pedido, nossos lábios se roçaram
Como se procurassem o gosto de nós,
De nossas almas, depois um beijo, um sublime
Momento da entrega de nós dois. Teu corpo
Com gosto inocente, gosto de mulher, tuas mãos
Em meu rosto, um horizonte esperando nós dois
E o por do sol se fazia caminho para nossos sonhos,
E nós, como se todo o tempo do mundo fosse nosso,
Deixávamos as horas paradas,  perdidas de nós.
De repente um suspiro, um soluço, talvez,
Acordo e vejo a solidão sentada num canto
Chorando, dizendo ela, por saudade de mim. 
Não entendeu que foi um sonho... um sonho apenas


José João
05/02/2.013

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Velhos tempos que hoje me visitaram!

Hoje deixei minhas lágrimas soltas, livres
Para contarem ao tempo minha história,
Fui buscar nomes, momentos, lugares,
Deixei o pensamento fazer-se estrada
E dele me fiz passageiro, voei, voltei e me vi
Entre abraços, beijos, até os que não foram dados
Mas se fizeram vivos por terem sido vontade.
Andei por caminhos onde um dia meus passos
Deixaram marcas no chão, agora apagadas
Pelo tempo. Vi jardins onde um dia sentei para sorrir
Com as flores, agora cheios de outras histórias, 
As minhas ficaram perdidas, esquecidas,
Eram outras as flores, era outro o tempo que passou.
Meu pensamento foi buscar até sorrisos que ficaram
Presos em minha memória, guardados num cantinho
Onde hoje se fizeram história de mim ainda viva
Dentro de saudades que até já julgava mortas.
Deixei as lágrimas correrem em meu rosto
Como se fossem versos novos escrevendo poesias antigas,
Como se não tivessem mais nada pra contar,
Mas todas tão cheias de mim! Das dores dos adeus
Que ouvi, cheias de saudades das saudades que senti,
E que só hoje se fizeram lágrimas ...não sei como
Chegaram aqui... assim hoje dentro de mim!


José João
02/02/2.014