segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O grito de uma alma sozinha

Tu deixaste que meus olhos gritassem desesperados,
Palavras cheias de lágrimas, que se derramavam em meu rosto
E iam ao tempo, como eco dos gemidos doloridos
De minha alma, num sussurrar de reticente clamor, implorando
Que um adeus não fosse dito. Meus olhos choraram o pranto
Dos abandonados, choraram sentindo aquela dor cortante
Que fica na alma sem querer passar, e só sabe dela 
Quem perdeu tanto, como se fosse seu próprio pedaço
Levado para sempre sem rastros para voltar.
Os sonhos ficaram vazios, escondidos, envergonhados
De serem sonhados, já não eram mais coloridos e nem belos,
Não tinham mais o gosto dos desejos e nem cor de esperança 
Para verdejar os amanhãs como fossem flores na primavera
Se abrindo, já na madrugada, quando o alvor do dia
Começa a pintar de aurora o horizonte dos amantes.
Até hoje meus olhos aflitos te procuram por caminhos
Onde só em pensamentos se pode chegar, mas vai, 
Com um olhar taciturno, perdido no nada, cheio de vazios,
Jurando ainda assim que te olham, coitados, na demência
De uma vontade que a alma nunca deixou de sentir


José João
24/11/2,014

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