quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A poesia que não pude escrever

Parece que as palavras me abandonaram, fugiram,
Foram falar de outros sonhos, talvez de alegrias
Que vão por aí precisando se fazerem poesias,
Em mim, elas se fazem lágrimas, se molham em prantos,
Ficam presas em versos cheios de tristeza, de solidão...
Falando de adeus, de saudades, chorando nos versos
Cansados que minha alma sozinha declama ao tempo.
Por isso as palavras se foram, entre tropeços e empurrões
Pela pressa de irem, assim me ficaram os suspiros, os ais,
Como se fossem palavras inteiras a se fazerem adivinhar
O que dizem, soluços como se quisessem gritar
O que lá dentro de mim me sufoca, me angustia, me cala.
Me ficaram, no vazio da falta de palavras, as exclamações,
Que querem dizer: Chorando outra vez!! E interrogações
Que perguntam: Porquê? E sem palavras, me calo,
A alma emudece. O silêncio...que se faz tão intenso, 
Tanto, que ouço meu pensamento chorando baixinho
O que as palavras se recusam falar. 
Assim, não consigo escrever uma poesia (que triste!)
Posso apenas contar o que sinto (que tristeza!)


José João
01/10/2.014


Um comentário:

  1. Todo sentimento expressado em palavras, é verdadeira poesia...
    Um abraço, José João.

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