sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Um beijo e uma lágrima

Meu momento de maior, e eterna beleza, único.
Foi quando te disse te amo...e vi uma lágrima alegre
Deslizar em teu rosto, chegar em teus lábios,
E me convidar para sentir neles, o gosto de um desejo
Maior que todos os que senti...minha maior verdade,
Melhor que todos os sonhos por mim já sonhados.
A eternidade fez esse momento de infinita doação
Mais que uma história, mais que uma poesia,
Fez dele o mais perfeito momento de toda minha vida.
Nada dissemos, palavras eram poucas, pequenas,
O tremor de nossos lábios, o suar de nossas mãos,
O frêmito de nossos corpos, o pulsar alegre e forte
De nossos corações como se gritassem nossos anseios,
Nossas almas abraçadas se juntando a nós dois...
Tudo isso fazia as palavras perderem o sentido,
Perderem a necessidade de serem ditas,
Hoje a saudade desse instante me faz ficar vivo,
Povoa ardentemente meus sonhos, ficaram sempre
Dento de mim, como ficaram em meus lábios
O gosto daquele beijo, e daquela lágrima...
Daquele beijo, até hoje, minha alma sente o perfume
E eu...o gosto.


José João
26/09/2.014

A eternidade não cabe em um verso.

Na tua saudade, é onde me deito comodamente
Para chorar tua ausência, e nela, na saudade,
Como artesão do pensamento, teço histórias
Contadas em poesias sem rimas, poesias tristes,
Cheias de mim, cheias de ti. Repletas de nós.
Nas entrelinhas conto nossos segredos, nos versos,
Todas as verdades, até os fingimentos que a alma,
(as vezes, fingir engana o pranto...verdade)
Quando sorri, engana a tantos, só não a mim...
(são com meus olhos que ela chora)
Me perco nas poesias perdidas que não escrevo,
Nas poesias incompletas cheias de lágrimas,
Que fazem delas  poesias para serem acabadas 
Quando me faltar o pranto, são poesias infinitas,
Que o tempo guarda nas recordações e nos sonhos
Como se assim se fizessem, para a alma, eternas
Em uma tentativa de imitar, em vão, o que sinto.
Como se na poesia coubesse versos
Do tamanho da eternidade.


José João
25/09/2.014


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Anjos existem

Agora  sei que os anjos existem, estão entre nós,
Nos carregam quando nossas pernas pesam,
Ajudam a amenizar a dor e vão buscar sorrisos
Quando a tristeza grita para a alma sua presença.
Anjos existem, nos falam baixinho de amor,
Cantam canções com a voz dos santos...ah! Os anjos?
Nos ensinam a amar, a abrir o coração sem reservas.
Fazem nossos momentos eternos, cheios de luz,
Que parece brotar de seus olhos quando nos olham,
Um dia um anjo me abriu os braços, me abraçou,
Se sentou por algum tempo ao meu lado, ficamos juntos
Na infinitude de uma entrega que se fez para sempre.
Abri o coração como se fosse um ninho, e ele entrou
Cheio de ternura pra nós dois, me ensinou sorrir,
Cantar, viver, amar. Me ensinou  buscar os sonhos
Mais belos, com cheiro de primavera e gosto de amor,
Desse amor que toma conta da gente, nos faz cativo...
Fica dentro da gente que nem as maiores distâncias
Nos faz esquecer e nem deixar de vivê-lo.
Anjos existem. Desses anjos que quando se vão
Deixam nossa alma perfumada, um mundo diferente,
E uma saudade que não é triste, como se não fosse
Saudade, ou como se fosse uma saudade
Que palavras não explicam. 


José João
25/09/2.014

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O que tem além do amar?

O que tem além do amar? Não esse de apenas palavras,
Mas desse amar onde a razão é tão ridícula,
Que  até as perguntas se escondem tímidas
Porque as respostas seriam gritadas com a alma
Em um silêncio tão eloquente que só ela mesma
Poderia ouvir e entender. Falo desse amar
Que vai além de todas as vontades, vai além de nós,
Faz que o outro viva dentro da gente sem distância,
Sem ontens nem amanhãs como se tudo fosse sempre.
Desse amar que apenas uma imagem povoa os sonhos,
Onde um sorriso se faz único, infinto e belo,
Onde a saudade dos momentos faz sorrir em lágrimas,
Numa mistura em que as palavras se fazem tão poucas
Que não explicam o sentimento que chega até na alma,
Cheio de coloridos e emoções que se fazem vivas
No pulsar de um coração que só pulsa um nome.
O que tem além do amar? Pra mim, lágrimas...
Que brincam em meus olhos com a saudade que ficou,
E uma dúvida atroz: Será que outra vez se pode ser feliz?


José João
24/09/2.014



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Solidão ou tristeza...não sei

Só, entre a solidão e a tristeza, a ir buscar-me
Entre meus restos que ficaram dentro dos sonhos
Que se fizeram em pedaços, assim como me fiz.
Os momentos perdidos, fragmentos moribundos,
Que perambulam pelo pensamento já quase demente
Buscam, na saudade, lembranças quase mortas.
Uma voz, que não sei de onde vem, talvez até mesmo
Do silêncio, cala a minha e grita para a alma coisas
Que não queria ouvir. Ombros curvos, fronte pendida,
Olhos que apenas choram, como se só para isso tivessem
Sido feitos, se derramam aos prantos, viçosos, regados
Pela dor de um adeus, que faz tua ausência se tornar 
Cheia de um vazio mórbido, cheio de mim mesmo,
Como se eu fosse um nada, que sem saber escolher 
Entre a solidão e a tristeza, se entrega às duas,
E dentro delas sinto o tempo se contorcer, quase parar,
Talvez para fazer maior essa dor que tua falta me faz.


José João
22/09/2.014




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Essa doce e dolorida saudade...

Nossos caminhos se separaram sem que se quiséssemos,
Se fizeram rotas diferentes, se fizeram outros horizontes,
Mas, por mais que aumente essa distância entre nós dois,
Mesmo que nossos rastros se façam opostos nos caminhos
Percorridos, ainda assim, estarás sempre dentro de mim,
Vou te guardar carinhosamente dentro de minha alma,
Como se fosses minha própria essência, ou até mesmo
O pedaço mais perfeito de mim, dando alento à minha alma.
Sempre, por maior que seja a distância, tu vais estar aqui,
Respirando o ar que respiro, vendo com meus olhos
Os horizontes que não podemos ver juntos, sentindo a brisa
Como se fosse tuas mãos a me acariciar o rosto,
Ouvindo o murmurio do vento como se fosse tua voz,
Meiga e terna a me dizer: Te amo. Vou te amar para sempre,
Mesmo que pareça loucura, mesmo que não faça
Mais nada a não ser te embalar nos meus sonhos, ilusões,
Devaneios, e nessa vontade de ser teu para sempre.
Vou te fazer eternamente minha poesia única e mais perfeita,
E viver, apenas por sentir essa doce e dolorida saudade de ti.


José João
19/09/2.014




terça-feira, 16 de setembro de 2014

Minhas poesias... minhas!?

Nas noites, talvez até nas noites mais tristes,
Quando o frio da solidão é maior que qualquer frio,
Quando o silêncio emudece a voz do coração,
Que pede triste, num pulsar melancólico, que a alma
Cante uma oração com gosto de saudade... nessas noites,
A poesia me acalenta como se eu fosse criança,
Vem de mansinho, sem espantar o silêncio, flutua
Em volta de mim, como se fosse uma delicada brisa,
Se acomoda ao meu lado, me olha com ternura,
Deita minha cabeça em seu ombro, me afaga o rosto
E vai comigo buscar sonhos, ilusões e histórias...
Me traz momentos que até nem lembrava mais...
Traz  palavras que, se apenas faladas, seriam tão comuns,
Mas dentro dela se fazem pujantes, belas, embora tristes,
Ah! Minha poesia de todas as noites! Se faz divina,
Se faz mágica. Como se fosse um anjo fazendo milagres,
Junta num só verso, lembranças antigas, sonhos caducos,
Sonhos de esperança, junta tristeza, solidão, saudade,
Junta tudo num verso só...sem deixar de ser poesia...
Junta minhas lágrimas choradas na noite e com elas
Se escreve...e se deixa ficar como se fosse minha.


José João
16/09/2.014




segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Demência

Nos olhos um angustiante grito de dor corria ao longe,
No caminho seco da angustia, onde as lágrimas caídas,
Eram sugadas pelo vazio árido de uma solidão sem tamanho,
Não adiantava plantar novos sonhos em mente tão infértil,
Afinal ,os sonhos antigos enraizaram de tal maneira na alma
Que não sobrou espaço pra sementes novas de sonhos verdes.
Lá longe, muito distante, onde haveria de ter um horizonte
Só o vazio amargo, o gosto do nada, e a incerteza do ir,
Do perder-se sobre os próprios passos desencontrados
A caminhar por sobre um chão sem rastros, sem sombras,
Cheio das sobras dos momentos que se perderam...
E perdidos, até a saudade se fazia ausente para a alma chorar 
Um pranto completo, e assim, chorava só mesmo por tristeza
Como se o passado não tivesse acontecido, existido...
Nada, nada levava a lugar nenhum, a solidão era tão densa
Que o ar se fazia cativo, o tempo parado se fazia inexistir
Como se todos os dias se fizessem apenas um, e esse...
Se fizesse sempre. Um desespero incontido saltava
Do peito como o pulsar de um coração incoerente que grita,
No silêncio tão peculiar dos sofredores, uma oração,
De um nome só, sussurrada para apenas o tempo ouvir.


José João
16/09/2.014




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ah! Se pudesses me ouvir!

Será que  consegues ouvir os gritos desesperados
Que minha alma chora? O pulsar do meu coração
Que só sabe dizer te amo, te amo, te amo, 
Como se fosse uma oração rezada com o fervor 
De um desespero que tua ausência me faz sentir?
Será que ouves minhas súplicas que se vão com a brisa
Por aí , entre jardins, entre sonhos, cheias de minha saudade?
Ainda hoje busco teu olhar nas estrelas, no brilho delas...
Te ouço na voz do vento vadio que vem cantando canções
Em melodias de notas desconhecidas para não ter palavras
Que traduzam o segredo que ele  vem me contar de ti.
Ah! Se dos meus sonhos eu pudesse fazer estradas...
Rotas cortando nuvens, passando por sobre o tempo,
Caminhando além do destino e escrevendo outra história!
Ah! Quem me dera eu pudesse! Acho que não consegues
Me ouvir, se pudesses...talvez até minha dor fosse 
Menos doída. Aí saberias o que minha alma sente...
Que não tenho mais sonhos pra sonhar, sonhos
Que me ajudem a, pelo menos, enganar a mim mesmo
Me fazendo fingir que tua ausência...é passageira.


José João
11/09/2.014


Nunca estive só

Nunca estive só. Nem nos momento em que um adeus
Era dito, com palavras, com os olhos ou apenas com o silêncio,
Qualquer que fosse o adeus, cheio de ausência (todo adeus...
é repleto de ausência), mais ainda assim nunca estive só.
Nas noites, quando o vazio era maior que as lembranças,
Quando os sonhos ficavam perdidos dentro do esquecimento
E não chegavam, ou se perdiam dentro da noite e, como fantasmas,
Perambulavam no pensamento em uma mente demente,
Cheia de medos e apenas os olhos falavam, sorriam tristes,
Sem servir para  ver, sem querer olhar, se faziam fontes
Derramando lágrimas e me chamando para gritar 
Meu próprio nome, em uma louca tentativa de me fazer vivo,
Ainda assim, nunca estive só. Quantas vezes me perguntei,
Quem está aí...dentro de mim? E ouvia uma resposta 
Em silencioso sussurrar, como se não quisesse se fazer ouvir.
Um silêncio longo, como se fosse o tempo meditando,
Como se estivesse pensando o que dizer, talvez por temor
De machucar minha alma tão carente, cheia de angustias,
Mas timidamente a voz dizia, entre sussurros e reticências...
Sou eu. - Eu quem? - Perguntava sem precisar falar,
Eu...tua ... solidão.


José João
11/09/2.014



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Agora posso amar sem medo.

Tantas já foram as noites em que, sozinho, chorava
Minhas dores. Noites frias, cheias do vazio dolorido
Que deixa a alma caída em silêncio, sussurrando orações
Perdidas, paridas pelo desespero da angustia.
Quantas noites contando lágrimas como fossem estrelas
Caindo dos meus olhos buscando abrigo, como se pudessem
Se esconder da dor que as faziam derramar-se aos prantos!
Hoje, talvez por milagre das orações  rezadas, minhas noites
Já não são pedaços solitários de minha vida, de minha alma,
Hoje tenho companhia, falo sem medo de não ser ouvido,
Passamos a noite em três. Eu, a tristeza e a solidão...
Como são pacientes! Como são amigas! E como aprendi!
Aprendi que ninguém entende mais de adeus que a tristeza,
E ninguém entende mais de ausência que a solidão...
E elas...as duas, se dizem pacientes e carinhosas comigo 
Porque sei entende-las e senti-las sem medo de chorar,
- Dizem - A tristeza se propõe a me fazer companhia
A cada adeus que venha a ouvir. A solidão, por sua vez,
Me diz que estará comigo a cada ausência que vir.
Assim posso amar sem medo, em cada adeus
Ou em cada ausência vou ter companhia para chorar,


José João
10/09/2.014





segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Hoje, minha tristeza foi mais triste.

Hoje, minhas lágrimas foram mais tristes, 
Como se apenas hoje chorassem todas as tristezas 
Já sentidas, chorassem a dor de todas as perdas,
Dos adeus, das saudades dos momentos vividos.
Hoje, minhas lágrimas, se fizeram em meu rosto,
Longos caminhos, deixaram marcas molhadas
Da angustia viva que sem cerimônia me fez da voz
Soluços perdidos que só falavam dessa dor de agora.
Hoje, não sei porque, a dor foi mais doída,
Meus sonhos se perderam em recordações distantes,
As ilusões me chegaram como histórias verdadeiras,
Como se a tristeza quisesse enganar minha alma,
Deixa-la perdida sem saber chorar a dor que sente.
Minhas lágrimas se fizeram mais que prantos,
Brincaram em meus olhos, cheias de vontade 
De se fazerem mais, me deixei ficar a mercê delas,
Deixei que gritassem como se rezassem, desesperadas,
Orações que, com palavras, não rezaria nunca.
Hoje, não sei porque, minha tristeza se fez mais triste.


José João
08/09/2.014





sábado, 6 de setembro de 2014

Uma lágrima...e a alma diz ser carinho.

Um dia me perguntaram o quanto te amei...
Fiquei calado, sem resposta... o quanto eu te amei!!
Não sei... ainda te amo, muito além de mim,
Do tempo, da saudade, da distância...ainda te amo,
Como se todo o agora fosse desde ontem até sempre.
Te amo nos sonhos que ainda sonho contigo...
Estás em todos eles, nos meus momentos, fico repleto de ti,
Sem nenhum outro sonho ou pensamento que não seja teu
E ainda com a alma te querendo sempre mais.
Tempo e distância se fizeram tão pequenos, tão poucos,
Não fizeram diferença, nada mudou, deito contigo,
Sinto teu perfume doce e inebriante no travesseiro,
Ainda sussurro baixinho teu nome cheio de desejo de ti,
Mesmo sendo ilusão de que ainda sejas... minha
E a alma se apega tanto a essa divina loucura
Que jura ser verdade, quando uma lágrima 
Chega em meus lábios e ela diz que é um beijo teu...
Coitada, tão carente de ti que até uma lágrima...
Ela diz ser carinho.


José João
05/09/2.014



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sorrir... as vezes é chorar

Saudade é uma dor que se sente não se sabe onde
E só o olhos sabem gritar, mesmo em silêncio,
Com a eloquência da alma, essa tanta dor...
Só os olhos sabem falar, com as lágrimas,
O que é saudade, quando não cabe mais no coração,
Divide com a alma que empresta os olhos para o pranto,
Gritar em desespero, toda a angustia do vazio da gente
Que parece sufocar, tomar as palavras, fazer o soluço
Ser a voz muda da vontade que a alma tem de gritar.
Ah! Saudade, saudade, deixa a gente demente,
Sem lugar para ficar, ou para ir, para se esconder
Da dor que sempre vai estar onde se estiver...
Faz as lágrimas se misturarem com sorrisos...sorrisos
Que parecem mais um soluço querendo fingir alegria
Quando nos vem a lembrança de um momento 
De ternura rasgando as entranhas da tristeza e chegando
Dentro da gente como uma vontade de voltar no tempo,
Para aquele instante, que a saudade, mesmo doendo,
Nos faz sorrir, embora um sorriso triste, como se fosse
Um tipo de lágrima que os lábios choram.


José João
04/09/2.014




Eu, sempre ridículo.

Sei que já me esqueceste, mas não resisti em te escrever (eu, sempre ridículo escrevendo cartas!!).Sei que sou passado, como diria a Maria Bethânia, "já não vales nada, és carta marcada, descartada do meu folhetim" dirias. Mas ainda assim, teimoso, te escrevo. Mas fique tranquila, não é para pedir pra voltar. Sei, já passou o meu tempo, e por falar em tempo, tinhas razão, estou mesmo deslocado nesse comportamento social de agora (esse momento reflete isso, te mandando uma carta, rsrs). Nesses tempos tão modernos, tão cheio de pressa, como poderias ter tempo pra mim? Passear comigo de mãos dadas na beira da praia vendo o por dos sol? Brincar de ouvir o vento, de deixar as ondas beijarem nossos pés? Beber uma água de coco (apenas um coco e dois canudinhos, para nossas mãos se tocarem) olhando nos olhos com toda a ternura que se pode sentir? Como? Tinhas coisas mais importantes pra fazer, como por exemplo ir nas boates com as amigas e dançar aquelas musicas modernas, fáceis de dançar, musicas de uma nota só. Agora te entendo e me sinto ainda mais ridículo, eu ainda dançando aqueles desgastados dois pra lá, dois pra cá, juntinho, rosto colado, sussurrando no ouvido palavras de amor, de carinho. Mas que bobagem! Pedindo para a orquestra tocar La barca, Al Di La, Besame mucho, Chão de estrelas, meu Deus que vergonha. Agora, eu juro, te entendo.
Esses tempos modernos! Como fiquei parado no próprio tempo! Ainda hoje me lembro da bobagem, a minha, é claro, de te levar em um restaurante, pedir a mesa mais reservada para ter a tranquilidade de admirar teu rosto, te ajudar a ler o menu e rir de alguns nomes de comida. Que bobagem! Hoje é bem mais prático, como diz teu novo amigo, um bom hamburger com um refrigerante e pronto. Ele tem razão, é assim essa maneira prática de viver. Coitado de mim descolocado no tempo. Hoje teu namorado sai com um chinelo, uma bermuda e uma camiseta, e pra época, sei que tu achas também, ele está bem vestido. Eu...que vergonha sinto agora. Procurava minha melhor camisa, a que eu achava que gostavas mais, era uma procura gostosa, o perfume que sempre elogiavas, lembra? Queria estar  elegante para você, te mostrar o quanto eras importante pra mim, queria que te orgulhasses de mim. Outra grande bobagem minha. Ah! Agora lembro, eu ficava tão ansioso para estar com você! E sempre estava, onde íamos nos encontrar, bem antes da hora marcada, até te esperar era prazeroso. Fazer você me esperar? Nunca. Que falta de cavalheirismo! Hoje você espera por ele, sei que fica chateada, mas espera, é essa igualdade tão propalada de agora, e ele, como todo homem moderno, não se preocupa com essa da garota esperar ou não. Eu sempre deslocado no tempo, meu Deus!
Bem, mas não foi pra recordar essas coisas que estou te escrevendo. É que hoje é um dia especial, lembra?Ele, como todo homem moderno, muito ocupado,  esqueceu essa data, mas acredite, ela continua muita importante. Afinal, é o seu aniversário.Achei que enviar um gmail seria muito frio para um dia tão especial, então, mesmo me achando ridículo para tanta modernidade, preferi te mandar essa carta e...ah! Sim. O rapaz deve estar chegando aí com aquelas orquídeas que gostavas tanto e as rosas também, sei que adoras. Junto estão indo aqueles doces de chocolate caramelado, ainda lembro do que gostas. Bem, escrevi só para desejar muitas felicidades. Desculpa por te incomodar. Um forte abraço e muitos anos de vida...ah! Por favor, quando amanhã ele lembrar do seu aniversário e te levar para algum lugar...desculpa-o ele é um homem moderno, ocupado, não é um matuto ridículo como eu. Parabéns...tchau

José João
04/09/2.014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A dor da saudade que sinto

Ainda hoje guardo nossos segredos, todos eles,
Vou busca-los lá dentro da alma, quando a saudade
Chega mais forte me convidando pra chorar...
Aí, meu pensamento vai correndo busca-los...
E eles vêm como se fossem orações que se reza
Em silêncio, sem que ninguém ouça, como murmurio
Da alma que se deita aos prantos, como se cada
Lágrima fosse um reza, uma ladainha, pedindo
Clemência por ser tanta a dor da solidão e angustia.
Nossos segredos se fazem pedaços de mim, da vida,
Preenchem meus sonhos, sonhos que agora impossíveis
Só são sonhados como esperança para acalentar
Minha pobre e carente alma, que solitária, assim como eu,
Se senta no vazio do tempo chorando uma saudade
Que não passa e te trás sempre entre meus dias tristes,
Cheios da vontade de ti, e a dor por esse desejo
Impossível se faz tanta, que nos olhos, as lágrimas
Secaram. E por não verem pensam que estou vazio...
Ah! Se vissem os olhos de minha alma, coitada,
Tão vermelhos que parecem um por-do-sol chorando
Por mim a dor da saudade que sinto.


José João
03/09/2.014



terça-feira, 2 de setembro de 2014

Um beijo e uma lágrima



 Ah! Essas minhas palavras! Tão pequenas e tão poucas!
Não servem nem para dizer o que minha alma sente,
Vivesse eu mil anos, e juntasse todas as palavras...todas,
Elas jamais diriam o que apenas uma lágrima minha, diz.
Palavras, palavras, até a palavra saudade seria pequena...
Pois a minha vai de um a outro horizonte do infinito,
Vai desde o agora até o sempre e uma palavra não diz tanto.
Como com palavras falar da eternidade dos momentos
Que vivi? De um sentimento maior que tudo, brincando 
Com os amanhãs de se fazer sempre maior e mais bonito?
Para dizer tanto, toda essa verdade que minha alma
Com palavras não diz. Pedi que a primavera me emprestasse
A voz. E ela se fez até mais bela, mais sorridente, 
Aumentou o número de pétalas das flores, lhes aumentou
O brilho e a beleza, tirou o espinhos e me permitiu que onde
Houvesse primavera, em cada pétala de uma flor, eu pusesse
Um beijo e uma lágrima. O beijo gritando desesperado:
Eu te amo, e a lágrima falando baixinho: Estou com saudade.
Só assim consegui dizer o que minha alma queria falar,
E tomara, cada uma delas chegue onde estás.


José João
02/09/2.014